IV CICLO DE PALESTRAS DA QUÍMICA: ESTUDOS EMPÍRICOS DA BUSCA E INTERESSE DA COMUNIDADE ACADÊMICA POR EVENTOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Damasceno, R.I.O. (UECE) ; Pinheiro, H.N. (UECE) ; Borba, R.N.S. (UECE) ; Pereira, B.F.N. (UECE) ; Costa, B.R.O. (UECE) ; Moura, A.R.F. (UECE) ; Dias, J.W.G. (UECE)
Resumo
Este estudo objetivou demonstrar a importância de encontros científicos durante a formação acadêmica em Química, com foco nos resultados do IV Ciclo de Palestras da Química (CPQ), que trouxe no ano de 2019 a temática: “Os desafios da Química na vida moderna”. Demonstrando a partir de sua realização, uma análise de dados obtidos, com percentuais de frequência e participação. Para obtenção de dados utilizou-se de um questionário cujo, o qual foi produzido pelos idealizadores do evento, a partir de uma plataforma online, a fim de coletar a opinião do sobre o evento e suas expectativas para um evento acadêmico. O evento teve uma boa aceitação diante dos alunos atendendo aos objetivos propostos mostrando-se apto a edições contínuas para continuar atendendo as necessidades dos discentes.
Palavras chaves
Eventos de Extensão; Ensino de Química; CPQ UECE
Introdução
O Ciclo de Palestras da Química (CPQ) Surgiu da necessidade de apresentar aos estudantes do curso de licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará (UECE) os desafios que esta ciência têm enfrentado na atualidade, como também, propiciar uma discussão acerca de diversos temas importantes para a Universidade, como a pesquisa científica, formação de docentes e a inclusão social dentro da universidade. É um evento realizado pelo Centro Acadêmico de Química da UECE com parceria da coordenação do curso, onde é ofertado palestras e oficinas de diversos assuntos que na 4º edição contou como tema: Os Desafios da Química na Vida Moderna. Visando a Universidade como uma das principais detentoras do conhecimento, que através do ensino transmite aos alunos, e então, por meio da pesquisa científica novos conhecimentos são gerados e outros aprimorados. Nesse contexto, a extensão tem o importante papel de proceder com a difusão desses conhecimentos para com a comunidade, desse modo, também têm a função de complementar a formação universitária. É possível observar que formação de um ciclo, onde a pesquisa aprimora e produz novos conhecimentos, os quais são divulgados através do ensino e a extensão socializa e complementa a formação acadêmica, tornando esta formação mais eficaz e integral. Eventos de extensão como esses, são necessários, uma vez que a formação dos discentes é muito mais complexa que a aquisição de conhecimentos técnico-científicos, que possuem a tendência de se tornarem desconexos quando não associados ou contextualizados à realidade. Segundo o Plano Nacional de Extensão Universitária, para que uma abordagem inovadora seja plena, o conhecimento precisa transcender a aplicação imediata, instigando o indivíduo a criar e responder diante à desafios, sendo capaz de manter a habilidade de aperfeiçoar, recriar e gerar tecnologias, ou seja, a Universidade deve propiciar um espaço sujeito a construção e produção de conhecimento, onde principalmente o aluno, atue para a aprendizagem. Em síntese, eventos de extensão quando bem estruturados, planejados e executados possibilitam a democratização e a socialização dos conhecimentos dos cursos e áreas na Universidade, propiciando uma formação acadêmica mais completa, não apenas como estratégia de ensino-transmissão, mas inteirar a formação de ensino-aplicação. O principal intuído do CPQ, como evento de extensão, foi promover o encontro de estudantes do curso, para apresentar, refletir, discutir e debater a importância da experiência didática e prática no eixo da ciência, através de palestras e oficinas e roda de conversa, o desenvolvimento da criticidade, a autonomia, a busca de soluções para problemas do cotidiano social, a fim de estabelecer uma troca importante de conhecimentos e um produtivo entrecruzamento das atividades acadêmicas e profissionais, além de propiciar uma convivência interacional entre os alunos durante o evento. Este trabalho teve como objetivo, montar uma base de dados comparativa entre a busca pelas palestras do evento e as indicações dos participantes após a palestra, para estudo sobre a importância dos encontros acadêmicos para a formação acadêmica/profissional.
Material e métodos
A A pesquisa foi baseada em dados obtidos a partir da realização do evento IV Ciclo de Palestras da Química, organizado por meio do CAQUI UECE – Centro Acadêmico de Química da Universidade Estadual do Ceará, gestão de 2019, que teve como tema central: Os Desafios Da Química na Vida Moderna, o evento ocorreu em turnos integrais, com realização nos turnos da manhã, tarde e noite dos dias 11 e 12 de julho de 2019. O evento atendeu aos profissionais da área da química e afins de atuação. Através de um questionário elaborado e executado por meio de formulários eletrônicos da plataforma Google Forms, foi possível coletar a opinião dos participantes sobre o evento, para uma análise de critérios, tais estes, como quanto ao cumprimento de expectativas e objetivos de um evento acadêmico. Foram usados também, tanto dados relacionados a frequência individualmente nas palestras, quanto ao ato do credenciamento fornecidos pela organização do evento, com o intuito de avaliar a partir de um cálculo percentual conciliado ao conceito de interesse nas palestras, promover uma análise de fatores que influenciaram na participação de cada palestra, salientando aspectos como; área de interesse, professor palestrante, horário de aplicação da palestra e disponibilidade de horário. Abordou-se a metodologia de calcular o percentual de pessoas que compareceram a cada palestra; seguindo um total de 172 participantes igualando a 100%, correlacionando então, ao número total de pessoas que estiveram presentes na palestra, portanto, foi obtido um valor percentual para a quantidade de pessoas presentes na palestra, o valor correspondendo ao nível de interesse pré-julgado pelo participante quanto ao tema da palestra. Consequentemente, a análise da frequência da quantidade de participantes em cada palestras tendo como sequência as seguintes palestras, no primeiro dia; palestra 01: “Abordagem CTSA no Ensino de Química”, palestra 02: “Defensivos Agrícolas ou Agrotóxicos? Solução ou Problema?”, palestra 03: “A Metamorfose que é Ser Professor: Desafios Constantes, Adaptação Necessária”, Palestra 04: “De Funcionária á Empreendedora.” e palestra 05: “História da Química: a Contribuição das Mulheres nas Mudanças dessa Ciência”. Já no segundo dia do evento o evento contou com as palestras: palestra 06: “Inclusão Educacional de Alunos com Transtorno de Espectro Autista (TEA)”, palestra 07: “Química Computacional: Fomentando o Desenvolvimento de Novos Fármacos”, palestra 08: “Química no Instagram, Por que não? O Ensino de Química nos Espaços Informais”, palestra 09: “O Uso da Química na Guerra: Materiais Bélicos” E Palestra 10: “Virtópsia: A Aplicabilidade da Tecnologia da Imagem no Auxilio da Medicina Legal”.
Resultado e discussão
A partir da coleta de dados de frequência
das palestras, foi possível montar um
gráfico mostrando a porcentagem (%) para
cada palestra. Individualmente, foi
obtido um percentual de quantidade de
presença em cada momento do evento dentre
os dois dias. O menor valor percentual é
dado pela palestra “Inclusão
Educacional de Alunos com Transtorno de
Espectro Autista (TEA)” com 48,26% de
presença do seu total de inscritos,
seguido pela palestra: “Abordagem CTSA no
Ensino de Química” com um valor percentual
de 67,44% de presença, tais
palestras foram as duas que apresentaram
os valores percentuais mais baixos do
conjunto, por ser um assunto tão
recorrente e não muito discutido, o baixo
valor percentual pode ser associado a
falta de interesse a assuntos que tratam
sobre vivências e pesquisas que abordam
uma educação diferenciada ou
metodologia de base CTS – Ciências,
Tecnologia e Sociedade, em contra partida,
a palestra “A Metamorfose que é Ser
Professor: Desafios Constantes, Adaptação
Necessária” obteve o maior valor
percentual de presença com 82,56%, onde
pode-
se correlacionar o alto interesse do
participante pela busca da palestra, tal
valor também pode ser associado ao tipo de
formação acadêmica de uma grande
parcela dos participantes cursarem
Licenciatura em Química e demostraram mais
interesse em pesquisas aplicadas na área
da educação. As palestras “Defensivos
Agrícolas ou Agrotóxicos? Solução ou
Problema?” e a palestra “Química no
Instagram, Por que não? O Ensino de
Química nos Espaços Informais”
apresentaram
os segundos maiores valores percentuais de
presença entre as palestras
apresentadas, podendo correlacionar seus
altos valores a busca dos
participantes a assunto da química
ambiental e pelos espaços informais que
envolvem redes sociais possuindo muito
interesse. As palestras “De Funcionária
á Empreendedora.”, “História da Química:
A Contribuição das Mulheres nas
Mudanças dessa Ciência”, “Química
Computacional: Fomentando o
Desenvolvimento
de Novos Fármacos”, “O Uso Da Química Na
Guerra: Materiais Bélicos” e
“Virtópsia: A Aplicabilidade da Tecnologia
da Imagem no Auxílio da Medicina
Legal” obtiveram um valor percentual na
mesma faixa de 70%, e mesmo tradando de
assuntos diversos é um valor percentual de
presença bastante relevante para
análise de importância que de formas
distintas auxilia na formação acadêmica do
participante.
No presente estudo, o formulário online
Google Forms, possibilitou obter dados
com as respostas dos próprios
participantes do evento, apresentando um
gráfico
mostrando as palestras que mais agregou
valor acadêmico para os participantes.
A palestra que mais obteve o maior valor
de indicações foi a “A Metamorfose que
é ser Professor: Desafios Constantes,
Adaptação Necessária” com um total de 20
indicações dos participantes que
correlaciona com o maior valor percentual
de
frequência, seguida pela palestra “O Uso
da Química na Guerra: Materiais
Bélicos” com um total de 12 indicações que
correlaciona aos 77,33% da presença
na palestra, mostrando uma ótima relação
do percentual de presença ao resultado
de escolha da palestra. As palestras
“Defensivos Agrícolas ou Agrotóxicos?
Solução Ou Problema?” e “A Metamorfose Que
É Ser Professor: Desafios
Constantes, Adaptação Necessária” foram as
duas únicas palestras que menos
foram indicadas no Google Forms, porém, a
palestra 05 foi a que teve o número
percentual de frequência maior dentre
todas as palestras. Para a palestra
“Inclusão Educacional De Alunos Com
Transtorno De Espectro Autista (TEA)” onde
o valor percentual de presença foi baixo,
no Google Forms apresentou no total
11 indicações. (e isso implica o que????)
É possível analisar que antes do contato
com a palestra, os percentuais de
presença indicaram um alto nível de
interesse para 70% das palestras como
mostra o gráfico, e após a palestra ser
ministrada o retorno é bem dividido
dentre elas, algumas mostrando valores
parecidos e outros paralelos. O estudo
correlaciona o percentual de presença e as
respostas à hipótese de interesse do
aluno participante com as palestras,
criando uma base de dado útil para usar na
elaboração de um evento de extensão, onde
se possa utilizar para despertar o
interesse do participante nos eventos.
Levando em análise o quão importante são
os encontros estudantis para a formação do
profissional qualificado do futuro
no âmbito acadêmico.
valores percentuais de alunos presentes nas palestras.
Respostas do questionário do Google Forms.
Conclusões
No presente estudo, notou-se uma boa aceitação dos alunos para novas formas de transmissão de conteúdos de química e áreas afins em forma de palestras em encontros acadêmicos. Pela análise de dados obtidos após a aplicação do formulário sob caráter avaliativo que mais da metade das 10 palestras ofertadas conseguiram bons resultados tanto em percentuais de presença quanto em resultado de opinião extraída a partir das respostas dos participantes, tendo valores percentuais de presença de 60% a 80% de presença e interesse nas palestras. O IV Ciclo De Palestra Da Química – CPQ conseguiu obter um bom resultado avaliativo das palestras e mostrou ser um ótimo evento de extensão dentro da Universidade, conseguindo propiciar uma maior disseminação de conhecimento. Portanto, o estudo realizado atende aos objetivos propostos e mostra-se apto para implantação de novas edições, considerando a boa aceitação, frequência e os resultados obtidos.
Agradecimentos
Referências
REDE NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Documentos. Plano
Nacional de Extensão Universitária, 2001. Disponível em: <http://www.renex.org.br> Acesso em: 13 agosto. 2019.
SILVA, Maria do Socorro; VASCONSELOS, Simão Dias. Extensão Universitária e Formação Profissional: avaliação da experiência das Ciências Biológicas na Universidade Federal de Pernambuco. Estudos em Avaliação Educacional, v. 17, n. 33, jan./abr. 2006.
RODRIGUES, Rogério. A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO UMA PRÁXIS. EM EXTENSÃO, Uberlândia, V.5, 2005 - 2006.