Educação inclusiva: legislação e metodologia
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Ferreira da Silva, M.D. (ILES/ULBRA) ; Pereira Santos, S. (ILES/ULBRA) ; Borges, W.S. (ILES/ULBRA)
Resumo
O objetivo deste presente trabalho é entender o que como os deficientes são vistos, no sentido jurídico, e pesquisar técnicas e metodologias realizadas nos últimos anos que fizeram com que o ensino da química se tornasse mais inclusivo e, consequentemente democrático.Para o desenvolvimento do presente trabalho foi realizado um estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório para um levantamento qualitativo acerca da legislação que cerca o ensino de alunos com algum tipo de deficiência tal como metodologias utilizadas. É de extrema importância que se tenha uma combinação de linguagem oral e não oral para o ensino de alunos portadores de surdez. Os dados retidos por linguagem oral sofrem um decréscimo de 60%. É necessário então que se tenha uma melhor formação de professores.
Palavras chaves
educação inclusiva; deficientes; inclusão
Introdução
De acordo com a Lei nº 9394/96 o Estado e a família têm a obrigação de garantir a educação a todos os cidadãos de forma igualitária e digna, ainda está contido que o ensino de crianças e adolescentes que tem algum tipo de deficiência deve ser garantido na rede regular de ensino. Ainda se tem, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que o nível de educação entre os portadores de alguma deficiência com os não portadores deve estar no mesmo patamar (BISOL et al., 2010). Como tais garantias aqui já expressas não foram suficientemente efetivas na garantia da educação de portadores de deficientes, teve se a aprovação da Lei de nº 10.098 de 10/12/2000 que garante o mínimo de acessibilidade necessária para portadores de deficientes na educação. A Lei 10.436 de 24/04/2002 definiu a Língua Brasileira de Sinais como um meio legal de comunicação – ação feita para que aos poucos tais língua fosse implantada nas escolas e fazer com que a socialização de deficientes surdos se tornasse mais fácil, tal como o decreto 3.956 de 08/10/2001 que garantia a eliminação de todas as formas de discriminação que alheios podem ter contra quem porta algum tipo de deficiência (FERNANDES e OLIVEIRA, 2013). Ainda no âmbito dos portadores de surdez, é fácil perceber que os ambientes de ensino não constituem de um espaço inclusivo para com tais cidadãos. Isso se deve ao fato de que tais ambientes possuem a comunicação voz-audição para majoritariamente todas as tarefas, e sendo ainda os universitários e os docentes desconhecedores da Língua Brasileira de Sinais. Tais fatores acarretam que os ambientes de ensino se tornem de difícil compreensão e de socialização por parte de tais deficientes. Tal desconhecimento por parte da sociedade quanto a tais questões se deve ao fato do negligenciamento da sociedade quanto à assuntos que são tratados, historicamente, como tabu (FERNANDES e MOREIRA, 2014). Muitas das vezes professores são oriundos de cursos bacharelados, que possuem poucas matérias que façam com que os alunos tenham acesso a práticas pedagógicas e que os possibilitem pensar, e repensar, sobre práticas inclusivas. Isto faz com que o professor perca uma ação necessária para todo o âmbito educacional: o professor tem de ser capaz de fazer com que as situações de ensino aprendizagem que ocorrem dentro das salas de aulas tem de ser organizadas levando em conta toda a diversidade do corpo escolar. Tal ação tem de ser realizada e sendo usada como mecanismo para o agrupamento dos alunos tais como as atividades que os mesmos irão realizar (SANTOS, MENDONÇA e OLIVEIRA, 2015). O conhecimento de metodologias, e a importância delas, para o ensino inclusivo por parte dos alunos deficientes é a principal relevância deste presente trabalho. Quanto mais informações esclarecedoras e ações mitigadoras os alunos deficientes possuírem, melhor fluirá o ensino, visto que estes poderão fazer com que seus professores utilizem se de um processo de ensino-aprendizagem melhor. Também se tem que o presente trabalho pode fazer com que a comunidade cientifica tenha um pouco mais de curiosidade para a investigação da vivência por alunos deficientes, o entendimento de tal realidade como também o desenvolvimento de novas técnicas e metodologias que façam com que o ensino inclusivo aconteça de uma melhor forma. O objetivo deste presente trabalho é entender o que como os deficientes são vistos, no sentido jurídico, e pesquisar técnicas e metodologias realizadas nos últimos anos que fizeram com que o ensino da química se tornasse mais inclusivo e, consequentemente democrático. Fazer com que o ensino se torne justo a todos e funcione de forma fundamental é a justificativa para que este trabalho fosse realizado. É necessário que cada um realize ações para que o ensino inclusivo se torne uma realidade universal, que faça com que a visão social normativa sobre os deficientes perca o tabu que existe hoje e que estes possam ser vistos e respeitados como são e que possam, também, ter o mesmo nível de ensino que todo o resto do corpo discente tem.
Material e métodos
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi realizado um estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório para um levantamento qualitativo acerca da legislação que cerca o ensino de alunos com algum tipo de deficiência tal como metodologias e técnicas utilizadas para que tal aconteça. Foram utilizados estudos encontrados na Scientific Eletronic Library Online (SciELo) tal como o meio eletrônico Scholar Google e definido o espalho temporal de 2009-2019. Foram selecionados artigos de diferentes autores para uma comparação de visões sobre como a universidade tem se equipado, fisicamente e metodologicamente, para o ensino inclusivo. Os critérios para seleção de artigos foram: data de publicação e variedade de público estudado (tanto qualitativamente quanto quantitativamente).
Resultado e discussão
Um processo bastante interessante utilizado para o ensino de química para
com deficientes visuais é a utilização de uma cartolina e barbante para a
representação do modelo atômico de Rutherford, sendo estes utilizado para a
representação da eletrosfera e do núcleo. Já para a representação do dos
prótons e nêutrons foram utilizadas bolinhas de isopor, e para os elétrons,
feijões. Este é um mecanismo lúdico utilizado para que os alunos adquiram
noção de elétron, próton e nêutron, assim como suas localizações; o número
atômico; numero de massa; isótopos; isótonos; isóbaros; e íons (CASTRO et
al, 2006). Para que se tenha um conhecimento acerca das devidas camadas
eletrônicas se utiliza um modelo igual ao anterior, sendo que este terá
todas as camadas completas, e sendo os elétrons ainda representados por
grãos de feijão (CASTRO et al, 2006). É de extrema importância que se tenha
uma combinação de linguagem oral e não oral para o ensino de alunos
portadores de surdez. Os dados retidos por linguagem oral sofrem um
decréscimo de 60% após três dias e utilizando somente língua visual se tem
um decréscimo de 52%. Já no ensino em que se tem a mesclagem das duas
linguagens se tem a retenção de 85% dos dados retidos nos primeiros três
dias, e após isso sofre um decréscimo de 20%, sendo então uma ótima
alternativa para o ensino (SOUZA et al, 2012). Um fator de extrema
importância é a presença de um interprete em sala de aula. Hoje se tem uma
taxa pequena de professores que tem um conhecimento em LIBRAS que
proporcione o ensino de disciplinas, sobretudo de exatas, de modo a fazer
com que os alunos com surdez tenham o mesmo nível de ensino dos outros. E
temos também que a linguagem de sinais utilizada por tais alunos constitui
como uma linguagem diferente da Língua Portuguesa, fazendo com que estes
tenham necessidades linguísticas diferenciadas. Tal fato faz com que, na
ausência do interprete, o professor busque diferentes modos de explicar para
o aluno o conteúdo dado, em um momento diferente do ensino normal. Já na
presença do interprete, o professor deve trabalhar com tal em conjunto, para
que este tenha um entendimento maior do conteúdo que está sendo dado e possa
repassar da melhor forma possível – dado que o interprete não possui,
geralmente, uma formação aplicada a área de ensino (SOUZA et al, 2012).
Temos ainda que nem só de métodos lúdicos se terá um melhor ensino da
química, é necessário que os professores tenham uma melhor formação para
lidar com os possíveis problemas que venham a surgir diante das diversas
diferenças entre os alunos. Uma formação que se tenha disciplinas
instigadoras aos futuros docentes pode facilitar o processo de ensino-
aprendizagem feito por tal no futuro (SILVIA e ARRUDA, 2014).
Conclusões
O processo de socialização de alunos com algum tipo de deficiência é um tanto quanto complicado, tornar esse papel mais difícil na educação é o mesmo que promover uma futura marginalização de tais indivíduos. Isto acontece porque quanto mais desmotivado o aluno é no seu âmbito de ensino menos ele irá frequentar, e menos ele instigará outros com o/s mesmo/s problemas a irem estudar. É necessário que se tenha uma maior investigação por parte dos futuros professor, tal como por professores já atuantes, para que se tenha uma melhor preparação para situações onde se tem deficientes de qualquer gênero na sala de aula. Isto se faz necessário visto que o processo de ensino dentro de uma mesma turma se diferencia a medida que as particulares vão se tornando mais distantes. Partindo para a realidade de tais indivíduos tem se que é necessário que os mesmos tenham conhecimento de que são respaldados por lei, e podem sim cobrar, do seu ambiente de educação, que se tenha uma equidade no nível de ensino. Tomando medidas mitigadoras do processo de ensino inclusivo e tendo um amparo cientifico pode se fazer com que tais indivíduos tenham uma participação melhor e, a médio-longo prazo tenha uma melhor participação no mercado de trabalho.
Agradecimentos
Agradecimento ao Professor Doutor Wesley da Silva Borges por todo o apoio.
Referências
BISOL, C. A. et al. Estudantes surdos no ensino superior: reflexões sobre a inclusão. Cadernos de Pesquisa, v. 40, n. 139, p. 147-172, 2010.
FERNANDES, S; MOREIRA, L. C.. Políticas de educação bilíngue para surdos: o contexto brasileiro. Educar em Revista, n. 2, p. 51-69, 2014.
FERNANDES, P. D; OLIVEIRA, K. K. S. Surdez, ensino superior e mercado de trabalho: uma análise com estudantes universitários. XI Congresso Nacional de Educação – EDUCERE; II Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação – SIRSSE; e IV Seminário Internacional sobre Profissionalização Docente – SIPD/CÁTEDRA UNESCO. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2013
SANTOS, R. A; MENDONÇA, S. R. D; OLIVEIRA, M. A. C.. Universitários Cegos: a visão dos alunos e a (falta de visão) dos professores. Revista e-Curriculum, v. 13, n. 4, p. 888-907, 2015.
CASTRO, P.S.C.B.G. de, RIQUEZA, E.C, OLIVEIRA, M.P.P, AGUIAR, M.R.M.P Técnicas Alternativas de Ensino de Química pa
ra Deficientes Visuais: Estrutura atômica. Instituto de Química–UERJ. 2006
SILVA, A. P. da; ARRUDA, A. L. M. M.. O Papel do Professor Diante da Inclusão Escolar. Revista Eletrônica Saberes da Educação, v. 5, n. 1, 2014.
SOUZA, SC de et al. Inclusão de Alunos Surdos: Desafios e Possibilidades no Ensino de Química. XVI Encontro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ). Salvador, BA, Brasil, 2012.