Química dos alimentos: “Jogo da memória” uma nova didática em sala de aula.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Aguiar, G. (UECE) ; Cipriano, D. (UECE) ; Vasconcelos, (UECE) ; Ribeiro, S. (UECE) ; Liberato, M.C. (UECE)

Resumo

Os materiais didáticos são dispositivos utilizados para o auxílio da aprendizagem sendo, o jogo didático, um recurso viável para auxiliar na metodologia do professor. Com o objetivo de promover ao aluno, uma melhor assimilação do conteúdo, foram propostas atividades lúdicas, podendo ser utilizadas pelo docente, como ferramenta entre a prática e teoria abordadas em sala. O objetivo inicial do trabalho consiste em criar jogos para a disciplina de Química dos Alimentos, com informações voltados ao conteúdo da disciplina, dando um enfoque no alimentação saudável. Com base na experiência dos alunos com o jogo, foi observado que tiveram um bom aproveitamento no processo de aprendizado, que se deu de maneira divertida e com resultados muito bons para o desenvolvimento de projetos futuros.

Palavras chaves

Jogos ; Ensino; Química de alimentos.

Introdução

Ao longo de muito tempo, acreditava-se que a repetição era a base do aprendizado do aluno e que seu insucesso era devido a problemas de natureza do próprio docente. Hoje em dia, essa visão vem sendo mudada, fazendo com que muitos professores venham mudando e adaptando técnicas para o ensino e dentro da Química não é diferente. Dentro da disciplina de Química de Alimentos, o desafio é ainda maior, devido a urgência de se ensinar a ter uma alimentação mais saudável, mostrando os componentes dos alimentos hoje, majoritariamente industrializados. Nesse contexto os jogos lúdicos são cada vez mais utilizados nas salas de aula para que haja um estímulo do interesse da matéria entre os alunos, tornando mais leve o aprendizado. Segundo Bruner (1969), o interesse vem do aspecto primário que é a curiosidade e este, estimula a aprendizagem, desde que o sujeito esteja aberto a tais influências. Curiosidade e interesse não são estímulos suficientes para o aprendizado, mas aumenta suas possibilidades. Kishimoto (1996), afirma que jogo pedagógico tem duas finalidades: uma é ser lúdica, promovendo diversão e o prazer quando escolhido livremente e a outra é didática, que ensine algo que complemente a pessoa em seu conhecimento e sua compreensão de mundo. O objetivo principal do projeto de pesquisa é desenvolver jogos simples para ensino de Química de Alimentos, para que seja usado em escolas, com baixo custo de construção, tendo como objetivos secundários, passar os conhecimentos da cadeira de química dos alimentos de forma mais lúdica e divertida possível. A ideia inicial foi produzir um jogo da memória, mostrando algumas informações interessantes sobre os alimentos e despertando o interesse para a importância de conhecer os tipos de frutas e verduras com suas propriedades.

Material e métodos

O presente trabalho é parte do projeto de bolsa da Pró-Reitoria de Extensão(PROEX)da Universidade Estadual do Ceará (UECE) concedida ao Curso de Licenciatura em Química e sendo desenvolvido pelos estudantes de iniciação científica. Foram confeccionados um jogo da memória, contendo 32 cartas com tamanho de 5 cm por 5 cm. As figuras foram padronizadas e as informações das cartas, foram impressas em folhas de ofício A4, sendo cuidadosamente, recortadas e coladas com cola instantânea em bases de E.V.A, para aumentar a durabilidade. O jogo tem como objetivo de memorização rápida das peças, aprimorando o raciocínio lógico entre as imagens e a sucessão de informações no tabuleiro. As peças foram organizadas com base no conteúdo dado ao longo da disciplina de Química dos Alimentos,contendo dados nutricionais,curiosidades, e sua importância para os mecanismos do corpo humano. Durante a aula o professor pode estipular a divisão de duplas ou de grupos com no máximo 3 alunos cada, para realização do jogo. É dado aos jogadores um tempo de 1 a 2 minutos para memorização das peças e viradas ao avesso logo em seguida. O propósito do jogo é ir invertendo os pares de cartas que fazem referência uma à outra, até que não sobre mais cartas.Quando os pares que não possuem referência entre elas, elas são invertidas novamente , voltando ao tabuleiro, ganha o jogador que tiver retirado mais pares. O jogo foi testado na disciplina de Química dos Alimentos. A partir dos dados obtidos através do questionários aplicados antes e depois da realização do jogo. Foi possível observar a eficácia deste, sendo, logo depois os dados obtidos utilizados em estudos sobre o conhecimento adquirido do conteúdo visando observar a efetividade do jogo.

Resultado e discussão

A importância de criar uma correlação entre a realidade do aluno e o conteúdo dado em sala, hoje se torna um dos principais desafios dos docentes, em especial na área das ciências.Segundo Smith (1998), a importância de executar trabalhos práticos é inquestionável na Química e deveria ocupar lugar central no seu ensino. Durante a aplicação do jogo, os discentes responderam a um questionário sobre seus conhecimentos adquiridos ao longo da aula ministrada. Foram perguntados sobre o aprimoramento do jogo, a importância do jogo em sala de aula e sobre seus objetivos centrais .Alguns alunos relataram, no questionário, que o jogo ajuda sim no aprendizado, pois de forma lúdica e divertida, retém melhor o conhecimento adquiridos na disciplina. Durante a aplicação do jogo foi possível perceber a utilização de conceitos básicos dados em sala, bem como a surpresa dos discentes em relação as curiosidades contidas no jogo. Alguns discentes, por sua vez, ao jogarem demonstraram que o método de associação do jogo aos conceitos da disciplina é válido e efetivo no que desrespeito a fixação do conteúdo ,sendo o método lúdico uma linha viável para que o aluno possa visualizar o conteúdo de sala ao seu dia-a-dia. Através dos dados coletados percebemos que a utilização da metodologia lúdica é essencial, pois desperta no aluno, o interesse pela disciplina, chamando a atenção para detalhes, no que diz respeito, a sua alimentação e o uso da Química de Alimentos em seu cotidiano, desenvolvendo um olhar crítico e associativo em relação a sua realidade.

Cartas Jogo da memória 01

Mostra como estão as cartas do jogo que foram utilizadas. Fonte: Autores

Cartas Jogo da memória 02

Amostra de algumas cartas utilizadas no jogo. Fonte:Autores

Conclusões

O uso de jogos interativos para ensino de Química dos Alimentos é uma alternativa de aprendizagem, aplicando os conhecimentos de maneira divertida, entretanto, a entrada desse artifícios na sala de aula de Química devem ser vistos como anexo a aula e não como via única de aprendizagem, unindo assim conceitos abordados pelo professor e formas de interligação com o dia-a-dia, tendo por parte do discente melhor assimilação e curiosidade sobre o assunto e o conteúdo da disciplina, contribuindo para uma aprendizagem construtiva.

Agradecimentos

Agradeço a Uece,Pró-Reitoria de Extensão(PROEX)pela oportunidade de financiar o projeto.

Referências

BRUNER, J.; Uma nova teoria de Aprendizagem. Nora Levy Ribeiro, Rio de Janeiro, Bloch Editores, 2a. Ed., 1969.

KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1996

SMITH, Frank. Leitura significativa. Porto Alegre: Artmed.1998

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