ATIVIDADE DE EXTENSÃO DO PET QUÍMICA: UMA ATIVIDADE DE ENSINO EXPERIMENTAL APLICADA NO ENSINO MÉDIO

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Medeiros Filho, J. (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA) ; Rosário, L. (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA) ; Correia, D. (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA) ; Santos, R. (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA) ; Rodrigues, K. (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA) ; Ferreira, J. (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA) ; Silva, (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA) ; Figueirêdo, A. (IFPB, CAMPUS JOÃO PESSOA)

Resumo

O ensino de Química é visto, pela maioria dos discentes, como algo de difícil compreensão, em geral, isso acontece pela metodologia arcaica que muitos docentes utilizam. Com isso, se faz necessário a busca de recursos que auxiliem no ensino dessa ciência, facilitando o processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi aplicar, em uma turma do 1º ano do Ensino Médio, uma atividade prática contextualizada denominada Show da Química, a qual apresenta experimentos do cotidiano e com grandes efeitos visuais. O procedimento metodológico utilizado baseou-se na pesquisa participante de cunho qualitativo. Os resultados demonstraram um entendimento dos conceitos químicos e uma participação ativa dos estudantes, aproximando a Química ao dia a dia deles.

Palavras chaves

Ensino de Química; Experimentação; Cotidiano

Introdução

O processo de ensino e aprendizagem nas disciplinas da área das Ciências Exatas, primordialmente na Química é, muitas vezes, incompreensível, fato declarado por grande parte dos discentes. Geralmente, tal problemática é associada, a metodologias retrógradas utilizadas pela maioria dos docentes. Nessa perspectiva, segundo Rocha e Vasconcelos (2016), o ensino segue ainda com uma metodologia tradicional, de forma descontextualizada e não interdisciplinar, gerando nos discentes um grande desinteresse e dificuldades pela matéria, bem como uma complicação de não conseguir relacionar os conteúdos com o cotidiano. Nesse contexto, verifica-se a importância de uma abordagem metodológica diversificada, como a experimentação, priorizando o ensino e a aprendizagem, objetivando formar seres participativos que desenvolvam um pensamento crítico e observem a relevância da Química para a sociedade. O aprendizado dessa Ciência, considerada fundamentalmente experimental, é favorecido quando se aliam os conceitos cotidianos aos conceitos científicos. De acordo com Carvalho et. al. (2018), a experimentação tem a característica de tornar os estudantes parte do processo de ensino, não os classificando apenas como meros espectadores, além disso, as práticas laboratoriais, em sua grande parte, envolvem coisas da vivência dos discentes, possibilitando pensamentos reflexivos. Nesse sentido, os integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET), do curso de Licenciatura em Química, do Instituto Federal da Paraíba – IFPB, Campus João Pessoa, desenvolveram uma atividade denominada “Show da Química”, com o objetivo de promover de forma lúdica uma maior interatividade dos discentes com essa disciplina, a fim de facilitar o processo de ensino e aprendizagem.

Material e métodos

A pesquisa foi amparada na metodologia participante de cunho qualitativo, que insere o sujeito no campo de investigação. Tal metodologia leva em consideração os saberes empíricos dos participantes (SCHMIDT, 2006). Inicialmente, houve a elaboração de um planejamento didático da atividade de extensão denominada “Show da Química”, desenvolvida pelos bolsistas do PET Química, discentes do curso de Licenciatura em Química do IFPB, Campus João Pessoa. A priori, vale salientar que essa atividade teve início em projetos realizados em outras instituições federais. A realização da atividade ocorreu na escola particular de ensino regular Santa Dorotéias, com lócus no município de João Pessoa, sendo aplicada na turma do 1° ano do Ensino Médio, composta por 21 (vinte e um) discentes. O Show da Química compreende-se em uma atividade de ensino, que resumindo consiste na apresentação de diversos experimentos contextualizados com o cotidiano dos estudantes, dentre os quais apresentam efeitos visuais, mudanças de coloração, liberação de gás e chamas. Os experimentos que foram executados seguem elencados: Chopp (KI + H2O2), Sopro (NaOH + CO2 + Fenolftaleína), Caixinha (Isopor + Acetona)), Gênio (H2O2 + KMnO4), Camaleão (NaOH + KMnO4 + Açúcar), Bolhas (Papel Alumínio + NaOH) e Dragão (Maisena + Fogo). Sequencialmente, houve a participação efetiva dos discentes, sucedida da explanação científica dos experimentos por meio dos PETianos. Ao término, aplicou-se um Instrumento Lúdico Avaliativo na forma de “Caça-Palavras”, contendo 7 (sete) questões abertas referentes às reações químicas presentes durante a experimentação. Nesse recurso lúdico, os educandos deveriam relacionar as palavras encontradas, com suas respectivas indagações.

Resultado e discussão

Os sete experimentos aplicados de forma contextualizada e dinâmica, Chopp, Sopro, Caixinha, Gênio, Camaleão, Bolhas e Dragão, no “Show da Química”, despertou o interesse dos discentes pela disciplina, em que estes conseguiram relacionar muitos dos conceitos científicos elucidados durante a atividade, com os conceitos empíricos. Tais experimentos apropriavam-se dos mais diversos efeitos visuais, auxiliando os educandos no processo de ensino e aprendizagem, facilitando o entendimento sobre os conteúdos químicos, com um caráter motivador (SILVA, et. al. 2009). Após à aplicação dos experimentos, foi distribuído ao alunado um Instrumento Lúdico Avaliativo, “Caça-Palavras” com o intuito de averiguar sua compreensão acerca da atividade experimental executada. Optou-se por utilizar esse tipo de instrumento avaliativo, com o propósito de substituir o sistema obsoleto de avaliação, por um método menos exaustivo e mais atrativo para o discente. De acordo com Silva et. al. (2015), por meio do lúdico (atividades ou formas de avaliação) é possível trabalhar várias competências exigidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), entre elas, está a importância de salientar a necessidade de despertar o interesse pela educação. Os resultados dos questionários respondidos de forma totalmente assertiva foram de 76,2%, que representa 16 dos 21 estudantes participantes. Demonstrando que, a atividade desempenhada os atingiu de maneira suficientemente satisfatória, promovendo a aprendizagem e o interesse deles pela Química, conforme também pôde ser observado durante a apresentação da atividade.

Figura 1

Caça palavras contido no Questionário Final

Conclusões

De acordo com a participação dos discentes na atividade “Show da Química”, foi possível notar que a realização desta teve uma grande relevância para o incentivo na busca do conhecimento científico, visto que, em diversos momentos, foi constatado o interesse deles em participar da execução dos experimentos. Assim como, também tinham a curiosidade de compreender a explicação para os fenômenos químicos observados e questioná-los. Tal atividade se mostrou importante, pois possibilitou uma melhor compreensão dos conceitos químicos, contribuindo para a formação científica dos discentes.

Agradecimentos

Referências

CARVALHO, H. N. et al. A EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS. Revista Eletrônica Ambiente, Gestão e Desenvolvimento, v. 11, n. 01, p. 52-64, 2018. Disponível em: https://remgads.uerr.edu.br/index.php/home/article/view/130. Acesso em: 28/07/2019.

ROCHA, J. S.; VASCONCELOS, T. C. Dificuldades de aprendizagem no ensino de química: algumas reflexões. XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ), p. 1-10, 2016. Disponivel em: http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R0145-2.pdf. Acesso em: 28/07/2019.

SCHMIDT, M. L. S. Pesquisa participante: alteridade e comunidades interpretativas. Psicologia USP, 2006, 17 (2): 11 – 41. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010365642006000200002&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 28/07/2019

SILVA, M. B.; COELHO JUNIOR, A.; OLIVEIRA, V. N. L.; SANTOS, D. E. dos. O desenvolvimento de jogos lúdicos como materiais didáticos: instrumentos facilitadores da aprendizagem de alunos de escolas públicas do ensino médio. In: Congresso de Inovação em Arapiraca – VII Seminário de Estágio, 1, 2015, Arapiraca, AL. Anais (on-line). Disponível em: http://seer.ufal.br/index.php/cipar/article/viewFile/1874/1374. Acesso em: 28/07/2019.

SILVA, Raquel Thomaz da Silva et. al. Contextualização e Experimentação, uma análise dos artigos publicados na seção “experimentação o ensino de Química” da revista Química Nova na Escola 2000-2008, Revista Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 11, n. 2, p. 1-22, dez. 2009.

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