UMA METODOLOGIA PARA O ENSINO DE QUÍMICA: A UTILIZAÇÃO DE UMA PARÓDIA DE WESLEY SAFADÃO NO CONTEÚDO DE RADIOATIVIDADE

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Ramos da Costa, Y. (UEPA) ; Camilla Pereira Braga, A. (UEPA) ; Ribeiro dos Santos, K. (UEPA) ; de Brito Virgolino, M. (UEPA) ; Donza Siqueira Modesto, V. (UEPA) ; Pantoja Carvalho, M. (UEPA)

Resumo

O trabalho apresenta um relato de experiência com o uso de paródia como recurso didático para o ensino de química, especificamente sobre o conteúdo de radioatividade. A atividade foi aplicada no Cursinho Alternativo da UEPA em Belém-PA, com um total de 70 alunos. Para isso, utilizou-se aulas expositivas e dialogadas, seguindo a sequência didática: (1) Apresentação dos conceitos e fenômenos que envolvem a radioatividade; (2) Apresentação da paródia sobre o tema da aula; e (3) Aplicação do questionário para a coleta de dados sobre a atividade. A partir das respostas dos discentes, nota-se que os resultados podem ser considerados satisfatórios, demonstrando que o uso da paródia contribuiu para a aprendizagem dos alunos, além de criar um ambiente agradável para estudar e aprender química.

Palavras chaves

Paródia; Ensino de Química; Radioatividade

Introdução

Para minimizar os problemas no ensino de química, as metodologias desenvolvidas pelos professores em sala de aula se caracterizam como elemento fundamental de transformação do indivíduo. Para Romanelli (1996), um local eleito socialmente para a formação de tipos específicos de conhecimento é a escola, e é neste ambiente que a ação do educador tem a função de ser uma prática humana transformadora. Uma forma de despertar a motivação nos alunos é através da música, pois ela pode ser um elemento pedagógico muito eficaz para a aprendizagem. De acordo com Junior (2017), as crianças, desde o útero materno, sofrem influências musicais variadas, relacionadas ao ambiente frequentado pelos pais e a sociedade que os cerca. Sendo assim, é por meio da música que a criança começa a interagir com o meio. Ao cantar ou imitar, ela passa a estabelecer relações sociais essenciais para o seu desenvolvimento afetivo, cognitivo, motor e social. Segundo Pfutzenreuter (1999, p.5), a música contribui para o processamento de informações e desenvolvimento emocional da pessoa humana. A música pode despertar no aluno uma identificação e, desta forma aumentar sua capacidade de realizar uma leitura de mundo. Além disso, ela pode tornar o processo de aprendizagem muito mais prazeroso, pois além da assimilação de ideias, o aluno socializa e desenvolve o raciocínio e a criatividade. A partir desse contexto, para a realização deste trabalho, foi aplicada uma paródia abordando alguns conceitos do assunto de Radioatividade, com o objetivo de facilitar a compreensão dos conteúdos e de apresentar uma experiência divertida e prazeirosa aos alunos.

Material e métodos

Os dados foram coletados por meio de técnicas de observação direta da professora e questionários semiestruturados dividido em três perguntas objetivas e uma subjetiva. Foi implementado com 70 alunos de três turmas do Cursinho Alternativo, da Universidade do Estado do Pará – UEPA, que é um cursinho popular preparatório para o ENEM. A atividade foi desenvolvida em dois dias, sendo utilizado um total de 3 aulas de 60 minutos cada, dessa forma a intervenção didática constitui-se pelas etapas descritas a seguir. Primeiramente, foi ministrada uma aula expositiva e dialogada apresentando a história da radioatividade, os fenômenos decorrentes da interação entre radiação e a matéria e exemplos do cotidiano que envolvem a radioatividade; depois foi apresentada a paródia da música “a dama e o vagabundo” do cantor Wesley Safadão disponibilizada no site do YouTube, a professora escreveu a letra da paródia no quadro e explicou cada estrofe da canção, posteriormente foi feito uma espécie de ensaio com os alunos para, em seguida, a docente e os discentes cantarem com o auxílio de um aparelho de som portátil que reproduziu o playback salvo em um pen-drive que continha a música original. E por fim, foi aplicado o questionário para a coleta de dados a fim de saber a opinião e a importância que os alunos tinham a respeito da aplicação de paródias nas aulas de química, com as seguintes questões objetivas: (1) Em algum momento da sua vida escolar, o professor de química utilizou paródia nas aulas? (2) O que você achou da utilização da música como recurso didático? (3) Através da música você conseguiu fixar os conceitos do que é fissão e fusão nuclear? (4) Você acha importante a utilização de paródia nas aulas de química? No entanto, esta última é uma questão subjetiva.

Resultado e discussão

Analisando os dados do questionário, quando foi perguntado sobre a utilização de paródias, 70% dos alunos já tiveram aulas de química com paródias, 29% nunca tiveram e 1% não responderam. Então nota-se, ultimamente, uma maior utilização de recursos que despertam o interesse do aluno para a aula. Em relação a opinião dos alunos sobre a paródia como recurso didático, 52% acharam ótima, 43% boa, 3% regular e 2% não gostaram. Já esperava-se que alguns alunos não fossem gostar, pois pressupõe-se que eles tenham gostos musicais variados. Sobre a fixação dos conceitos de fissão e fusão nuclear presentes na paródia, 99% conseguiram fixar, apenas 1% não conseguiram. Logo, a música foi um ótimo recurso para os alunos lembrarem de conceitos fundamentais da radioatividade. A respeito da importância do uso de paródia nas aulas de química, a maioria dos alunos afirmam que elas são significantes, pode-se perceber isso nos relatos: “Sim, para a consolidação de uma aula lúdica e descontraída, quebrando o velho paradigma de que as aulas devem ser somente conteudistas e monotonas”; “Sim. É um entretenimento para o aluno, mais um entretenimento voltado para o aprendizado da química. Daí que o aluno se diverte aprendendo”. Dando ênfase Ribas e Guimarães (2004) articulam que uma das chaves para uma educação proveitosa é o prazer como agente motivador e estimulador da aprendizagem. Outros relatos afirmam que a música facilitou o entendimento e ajudou na fixação de conceitos, como nos relatos: “Sim, pois química é bem complicado, e com a utilização da paródia, fica mais fácil entender e se for chiclete, não sai mais da cabeça”; “Sim, pois é uma forma mais prática no aprendizado e fixação do conteúdo estudado além de ajudar também algumas pessoas que sofrem com o déficit de atenção. Obrigado”.

Letra da paródia



Conclusões

Portanto, percebe-se que a utilização da paródia é uma ferramenta didática bastante eficiente para facilitar o ensino-aprendizagem. A música propiciou um ambiente agradável para que os alunos aprendessem sobre o conteúdo e possibilitou uma aula mais dinâmica e que prende a atenção do aluno. É importante destacar que é fundamental saber escolher uma música para a criação de uma paródia, para isso vale utilizar de músicas conhecidas pela maioria dos discentes e de preferência aquelas com o refrão repetitivo para que assim, os discentes possam ter maior facilidade em fixar determinado conceito.

Agradecimentos

Referências

JUNIOR, A. P. A. O.; CIPOLA, E. S. M. Musicalização no processo de aprendizagem infantil. Revista Científica UNAR, Araras (SP), v.15, n.2, p.126-141, 2017.
PFÜTZENREUTER, P. A. Experiências musicais. Revista do Professor. Porto Alegre, v.15, n.59, jul/set 1999.
RIBAS, L.C.C.; GUIMARÃES, L.B. Cantando o mundo vivo: aprendendo biologia no pop-rock brasileiro. Ciência e Ensino, Campinas, n.12, Dez. 2004.
ROMANELLI, L. I. O papel mediador do professor no processo de ensino-aprendizagem do conceito átomo. Revista Química Nova na Escola. n.3, p. 27, maio, 1996.

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