A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA POR MEIO DE PARÓDIAS NO ENSINO DA TABELA PERIÓDICA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Conceição, Z.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Neta, M.R.G.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Rocha, E.S. (SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO MARANHÃO) ; Leal, A.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO)

Resumo

O uso de metodologias alternativas, como a música (paródias), pode despertar o interesse pela disciplina de Química. Desta forma, este trabalho objetivou abordar os conceitos de Tabela Periódica na forma lúdica, envolvendo os alunos do CE Nicolau Dino (município de Grajaú-MA), na elaboração de paródias. Para isso, foram ministradas aulas sobre Tabela Periódica em duas turmas de 1ª série do ensino médio. Posteriormente, foram divididas em grupos para pesquisas e elaboração das músicas. Os resultados demonstraram que a metodologia utilizada foi efetiva em relação grau de interesse e participação nas atividades propostas. O uso de músicas contribuiu como elemento motivador e facilitador do processo de ensino- aprendizagem dos conceitos químicos de Tabela periódica.

Palavras chaves

Ensino; Paródia; Tabela Periódica

Introdução

A disciplina Química engloba teorias e conceitos abstratos, além de envolver cálculos e fórmulas difíceis. Quando repassada de forma tradicional, a Química é considerada uma disciplina de difícil assimilação, sem relação com o cotidiano do aluno, isso desestimula a atenção, e contribui para elevação do número de reprovações. Diante desta situação, fica evidente a necessidade de buscar métodos mais eficazes e inovadores que estimulem a produção e reprodução de conteúdo científico (FRANCISCO JUNIOR e LAUTHARTE, 2016). Torna-se relevante, no contexto atual, que as aulas sejam dinamizadas a partir de diferentes ferramentas pedagógicas. É fundamental a busca de materiais alternativos que possam ser utilizados em sala de aula para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem (SANTOS e AQUINO, 2011). Moreira, Santos e Coelho (2014) afirmam que a música está presente no cotidiano dos alunos, podendo ser utilizada como recurso didático na sala de aula, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira ativa e reflexiva. Além disso, desenvolve habilidades, tais como: concentração, coordenação, capacidade de memorização, paciência, sensibilidade, autodisciplina, expressão pessoal e autoestima. A música, portanto, pode ser um elemento motivador e facilitador do processo de ensino aprendizagem de conceitos científicos. Esse tipo de trabalho em sala de aula pode despertar o interesse dos alunos na busca de soluções e alternativas que resolvam e expliquem o tema proposto (OLIVEIRA; SOARES, 2005). Diante do exposto, e considerando as dificuldades dos alunos em adquirir habilidades e competências relacionados aos conceitos da tabela periódica, o presente trabalho teve como objetivo demonstrar a contribuição da música por meio de paródias no ensino da mesma.

Material e métodos

O presente trabalho foi desenvolvido no segundo bimestre com duas turmas de 1ª série do ensino médio (Turma 1º B e 1º C) totalizando 81 participantes da escola CE Nicolau Dino, no município de Grajaú (MA) por residentes do Programa Residência Pedagógica do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais/Química, da Universidade Federal do Maranhão – Campus Grajaú. As atividades foram conduzidas em cinco etapas: ETAPA 1 - Aplicou-se um questionário antes do desenvolvimento do conteúdo para as duas turmas com o objetivo de saber o conhecimento prévio dos alunos sobre tabela periódica. ETAPA 2 - Ocorreu o desenvolvimento do conteúdo sobre tabela periódica no formato de aulas expositivas (cinco aulas de uma hora). ETAPA 3 - Observou-se a problematização e sugeriu-se a avaliação: a turma foi dividida em trios, cada grupo ficou encarregado de criar e apresentar uma paródia utilizando conceitos sobre tabela periódica. As paródias elaboradas foram entregues para avaliação e correção. ETAPA 4 - Ocorreu a apresentação das paródias elaboradas pelos grupos. ETAPA 5 - Avaliação do conhecimento com aplicação de questionário. As apresentações aconteceram dentro das próprias salas de aula das respectivas turmas participantes e os alunos poderiam utilizar instrumentos musicais ou playback. O questionário aplicado na primeira etapa continha 10 (dez) questões, sendo 8 (oito) abertas e 2 (duas) fechadas, e o questionário aplicado na última etapa continha 10 (dez) questões, todas fechadas. Para Gil (1999) o questionário é definido como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas.

Resultado e discussão

Na análise da avaliação diagnóstica percebeu-se que, a maioria dos alunos (75%) da turma “B” e 65% da turma “C” responderam que já tinham estudado sobre a tabela periódica no ensino fundamental. Porém, 55% (turma “B”) e 60,5% (turma “C”) não recordavam o assunto. No que se refere a importância de estudar os elementos químicos, 80% dos alunos (“B”) e 85% (“C”) responderam positivamente. Sobre a organização da Tabela da periódica, apenas 18,4% (“B”) e 12,5% (“C”) citaram como está distribuída. Assim, pediu-se que citassem exemplos de elementos químicos presentes no seu cotidiano, na turma “B” 55% exemplificaram o Oxigênio e Ferro enquanto os 45% restantes não responderam. Foi questionado o número de períodos e famílias, 50% dos alunos (“B”) acertaram contra 28,4% da turma “C”. Quantidade de elementos disponíveis na tabela atual, na turma “B” houveram 50% de acertos e, na turma “C” obteve-se 60,5% de acertos. Diante desses resultados, percebeu-se a necessidade de trabalhar com metodologias alternativas. Desta forma, após aulas introdutórias, as paródias foram desenvolvidas com diversos gêneros musicais (sertanejo, MPB, músicas infantis, rap e gospel) e fizeram uso de celulares ou aparelhos MP3 como playback. Ao realizar a análise das paródias foi possível perceber que os conceitos sobre tabela periódica inseridos em suas produções foram satisfatórios (com exceção da turma 1º “C” que elaborou paródias com poucas informações de conteúdo na letra da canção). A maioria dos educandos procurou formular frases que tivessem coerência e que traziam um teor conceitual que poderia ser utilizado pelo professor para o ensino de conteúdo. Após a conclusão das paródias foi possível verificar, que houve melhoramento de 60% na turma “B” e na turma “C” de 47,3%.

Conclusões

O uso da música promoveu a busca de informações sobre o conteúdo químico abordado e suas aplicações, assim como elevou a criatividade na elaboração de algumas paródias e melhorou a questão da expressividade para a apresentações públicas dos alunos. Por meio da utilização da paródia observou-se seu potencial didático nas aulas de Química e também como ferramenta didática. Entretanto é válido ressaltar a importância da variação de metodologias, enquanto esta foi efetiva para uma turma, é notório que não teve grande efeito para a outra, fazendo-se necessário substituí-la quando necessário.

Agradecimentos

Aos alunos que contribuíram para a pesquisa. Docente orientadora, preceptora do programa Residência Pedagógica por ter dado as orientações e à direção da CE Nicolau Dino.

Referências

FRANCISCO JUNIOR, W. E. F.; LAUTHARTE, L. C. Música em Aulas de Química: Uma Proposta para a Avaliação e a Problematização de Conceitos. Ciência em Tela. Disponível em: http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R1969-3.pdf. Acesso em: 06 ago.2019.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MOREIRA, A. C.; SANTOS, H.; S. COELHO, I. A música na sala de aula: A música como recurso didático. Unisanta Humanitas. Acesso em: 06. ago.2019.
OLIVEIRA, A. S.; SOARES, M. H. F. B. Júri químico: uma atividade lúdica para discutir conceitos químicos. Química Nova na Escola. Disponível em: http://www.cienciaemtela.nutes.ufrj.br/artigos/0112_junior.pdf. Acesso em: 06.ago.2019.
SANTOS, P. N.; AQUINO, K. A. S. A utilização do cinema na sala de aula: aplicação da química dos perfumes no ensino de Funções Orgânicas Oxigenadas e Bioquímica. Química Nova na Escola, 2011. Disponível em: http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R1969-3.pdf. Acesso em: 06.ago.2019.

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