Mini Laboratório itinerante: um projeto do PIBID – Licenciatura em Química da Unifesspa, para auxiliar as aulas de Química no Ensino médio em Marabá - PA.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Sousa Junior, J.A. (UNIFESSPA) ; Sousa, B.M.F. (UNIFESSPA) ; Lima, L.E.P. (UNIFESSPA) ; Carneiro, B.T.P. (UNIFESSPA) ; Silva, S.Y.S. (UNIFESSPA) ; Souza, A.D.V. (UNIFESSPA)

Resumo

Este projeto, desenvolvido pelos bolsistas do PIBID – Licenciatura em Química da UNIFESSPA vem a contribuir com o ensino-aprendizagem da disciplina de Química em escolas públicas do Município de Marabá, através de um mini laboratório itinerante. O mini laboratório itinerante, composto por seis kits experimentais e jogos didáticos, teve como finalidade fixar os conteúdos teóricos, visando minimizar as dificuldades de aprendizagem dos alunos do ensino médio, que por muitas vezes, demonstram dificuldade em Química. Além disso, o projeto também visou incentivar os alunos de graduação do curso de Licenciatura em Química à prática docente e também proporcionar o desenvolvimento de experimentos pelos professores do ensino público através dos kits experimentais.

Palavras chaves

Experimentoteca; ensino/aprendizagem; Atividades Experimentais

Introdução

Regularmente nos deparamos com sugestões sobre como melhorar o ensino de química que, por muitos, salvo exceções, é considerado caótico, pouco frutífero e dicotomizado da realidade de professores e alunos. Além disto, se notam, como agravante, grande ênfase em modelos, regras pré-estabelecidas e conceitos já formados, quando o aluno é incentivado a fixar, metodologicamente, a matéria, sem ter conhecimento de onde poderá fazer uso de tal aprendizagem (MACHADO, 2012). A dinâmica interna da escola é construída de inter-relações geradas entre os sujeitos da educação, sendo sua riqueza dependente de trama em que interagem e das combinações possíveis e fundamentalmente flexíveis às exigências da prática educativa, no que esse processo guarda de criativo e criticamente reflexivo (MARQUES,1988). Os PCN’s incentivam e norteiam os educadores a formar o aluno como um cidadão, capaz de analisar problemas e solucioná-los. O aluno deve ser capaz de relacionar ciência, tecnologia e sociedade para tomar decisões conscientes, ou seja, o documento propõe de certa forma que haja um tipo de alfabetização científica (VIECHENESKI & CARLETTO, 2011). Para que isso aconteça o professor deve trazer à sala de aula, questões cotidianas dos alunos, a fim de que o aluno desenvolva percepção e assimilação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (BRASIL, 1998). A atividade prática é uma maneira eficiente de ensinar e aprimorar a compreensão dos conteúdos de Química, facilitando o ensino e aprendizagem dos alunos. Os experimentos facilitam a concepção da natureza da ciência e de seus conceitos, auxiliam no desenvolvimento de atitudes cientificas e união do que aprendeu na teoria com o que foi visto na prática. Entretanto, devido à carência de laboratório em muitas escolas públicas, principalmente na zona rural, não seria possível à realização desta. A solução para esta problemática seria a experimentação demonstrativa em sala de aula, com materiais alternativos e básicos, encontrados facilmente no dia-a-dia, centrado na realidade local e contexto social (ROSITO, 2003). Desta forma, o mini laboratório itinerante elaborado através do PIBID – Licenciatura em Química (FAQUIM) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), vem a contribuir com as escolas públicas de Marabá no que tange a disponibilidade dos professores estarem ministrando aulas experimentais nas séries do ensino médio, através dos kits experimentais que serão disponibilizados pela FAQUIM/Unifesspa.

Material e métodos

Inicialmente os bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) fizeram uma visita prévia nas escolas E.E.E.M. Plinio Pinheiro e E.E.E.M. Acy de Jesus Neves Barros Pereira, ambas situadas no município de Marabá-PA, com intuito de conhecer o ambiente escolar e analisar os espaços pedagógicos disponível em cada escola. Também foi verificada a metodologia adotada pelos docentes em salas de aula. A partir disso, foram confeccionados 6 kits experimentais; juntamente com roteiros experimentais; contendo 2 experimento em cada um deles, envolvendo Química Orgânica, Química Analítica, Físico Química e Química Inorgânica. Por conseguinte, os bolsistas foram divididos em grupos constituídos por quatro pessoas. Cada grupo ficou responsável pelos experimentos e ou jogo didático que fariam parte do kit. Cada grupo expos os experimentos do kit em um espaço de convivência da escola, onde os alunos do ensino médio puderam observar e participar dos experimentos. Ao término de cada experimento foram realizadas perguntas direcionadas aos alunos envolvidos a fim de verificar se os mesmos, haviam entendido qual teoria estava por tras de cada experimento.

Resultado e discussão

Foram elaborados experimentos de reações químicas, oxirredução, ácidos e bases, separação de misturas, combustão, soluções e dispersão, eletroquímica, oxirredução, eletroquímica e sais e óxidos. Os jogos lúdicos desenvolvidos foram sobre isomeria e hidrocarbonetos, também foi confeccionada uma tabela periódica interativa. Todos os experimentos elaborados seguiram três princípios: segurança, funcionalidade e adequação em sala de aula. Além disso, o roteiro experimental foi organizado com os seguintes suportes metodológicos: problematização, aplicabilidade e contextualização. Pode-se observar que essa ferramenta constitui-se em uma possibilidade viável, simples e objetiva para auxiliar os professores nas aulas de Química. Percebeu-se também que, os alunos demonstraram grande interesse durante a realização dos experimentos, uma vez que os mesmos, indagaram muito e tiveram o contato com alguns dos experimentos e jogos, relatando que puderam assimilar melhor os conteúdos teóricos aprendidos em sala de aula. A disposição das atividades no espaço de convivência da escola culminou em uma interação melhor e mais prazerosa para os bolsistas, professores e alunos, Figua 1 e 2. Após o contato com a exposição dos kits, foram feito alguns questionamentos aos alunos sobre a importância do mini laboratório. 1)Você acha que os kits serão úteis no aprendizado da química? 2)Qual sua opinião sobre os experimentos? 3)Os experimentos foram relevantes para a compreensão dos conteúdos teóricos aprendidos em sala de aula? 4)Qual a sua opinião sobre a exposição? 1)100% dos alunos responderam que sim, os kits serão úteis no aprendizado da química. 2)50% dos alunos responderam que acharam os kits interessantes, pois ainda não haviam tido contato com experimentos de química, 30% dos alunos acharam ótimo por ser diferente do cotidiano das aulas, 20% acharam bom, por colocar na prática os conteúdos aprendidos teoricamente em sala de aula. 3)100% dos alunos falaram que os experimentos foram relevantes, pois conseguiram assimilar com mais clareza os conteúdos aplicados em sala de aula. 4)40% dos alunos responderam que gostaram da exposição, pois permitiu a interação com os bolsistas e o contato com os experimentos, os outros 60% responderam que a exposição contribui de forma significativa para o conhecimento na disciplina de química. A utilização dos kits experimentais como auxiliadores no ensino de Química nas escolas de ensino médio de Marabá, proporcionou uma experiência muito gratificante aos bolsistas do PIBID, pois além de terem contato direto com os alunos, puderam demostrar um pouco do conhecimento adquirido na Universidade. Os bolsistas permitiram-se vivenciar um pouco do cotidiano da futura profissão, refletindo como superar os desafios e sendo mais crítico quanto ao objetivo do conteúdo que será desenvolvido em sala de aula, além disso, foi observado o quanto é importante inovar para chamar a atenção do aluno durante todo o processo de ensino aprendizagem.

Figura 1

Exposição dos kits experimentais na escola E.E.E.M. Acy de Jesus Neves Barros Pereira.

Figura 2

Exposição dos kits experimentais na E.E.E.M. Plinio Pinheiro.

Conclusões

Através deste trabalho, foi possível verificar a importância do programa PIBID pois sua inserção contribui significativamente para estreitar a relações existente entre escola e universidade, tornando relevante os cursos de Licenciatura na formação do profissional. Além disso, a realização dos experimentos, na perspectiva de promover o ensino de Química, foi significativo, uma vez que houve um grande interesse por partes dos alunos envolvidos, além de proporcionar um ensino dinâmico e contextualizado do conteúdo visto em sala de aula.

Agradecimentos

À UNIFESSPA, ao PIBID e a CAPES pelas bolsas de Iniciação a Docência e as Prof. Dra Simone Yasue Simote Silva e Prof. Dra Adriane Damasceno Viera Souza pela oportunidade de participar do projeto.

Referências

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais (PCN’s). Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998.

MACHADO, J. R. C. Considerações sobre o ensino de Química. Disponível em: <http://www.ufpa.br/eduquim/formdoc.html>. Acesso em: 20 ago. 2019.

MARQUES, M. O. Conhecimento e Educação. Ijuí: Unijuí Ed., 1988.

ROSITO, B. A. O ensino de ciências e a experimentação. In Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 2. Ed. Porto Alegre, 2003.

VIECHENESKI, J. P.; CARLETTO, M. R. Ensino de Ciências e Alfabetização Científica nos anos iniciais do Ensino Fundamental: um olhar sobre as escolas públicas de Carambeí. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – ENPEC, VIII, 2011, Campinas, SP. Anais do VIII ENPEC. Campinas, 2011. Disponível em: < http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R0741-1.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2019.

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