EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE ENSINO EM CIÊNCIAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO MÉDIO SOLIMÕES

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Almeida, C.S. (ISB-UFAM) ; Yamaguchi, K.K.L. (ISB-UFAM)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo de relatar as experiências vivenciadas durante o estágio supervisionado de ensino II do curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química do Instituto de Saúde e Biotecnologia Campus/Coari da Universidade Federal do Amazonas. No estágio foram realizadas as observações e regências da prática docente em sala de aula nas turmas de 6°, 7°, 8° e 9° ano, com duração de 45h. Verificou-se que a maioria dos alunos não tinha um comportamento adequado durante as aulas e apresentavam dificuldades na leitura, cálculos e interpretação de textos. A relação entre professor e aluno não era muito boa e a escola não tinha uma boa infraestrutura. Então, a vivencia na escola possibilitou enriquecer o aprendizado da prática docente e foi o primeiro contato com a sala de aula.

Palavras chaves

Estágio supervisionado; Observação; Regência

Introdução

Segundo Santos, Barros e Nunes (2015), o estágio supervisionado de ensino é um momento fundamental para formação acadêmica do docente, pois é durante esse período que ele vai pôr em prática o conhecimento adquirido no durante o curso de licenciatura. Sendo assim, o estágio representa um conjunto de ferramentas de ensino-aprendizagem didático-pedagógicas que proporcionam ao acadêmico a participação em situações reais da carreira em que deseja exercer (ANJOS, BORGHI e PORTO, 2017). É comum, em sala de aula, os alunos sentirem curiosidade sobre a origem das coisas, as causas dos fenômenos da natureza, dos fenômenos estudados e explorar aquilo que lhe parece ser diferente e intrigante. O estudo das ciências possibilita ao aluno a descoberta do seu mundo, o esclarecimento de dúvidas, e é através dela que se têm explicações, respostas e comprovações de fatos e fenômenos (SANTOS, 2015). Ensinar ciências é fazer com que o aluno contribua para seu desenvolvimento, e que seja capaz de questionar, refletir e raciocinar (SANTOS et al., 2011). A tendência atual da disciplina de ciências no ensino fundamental é fazer com que o aluno observe, pesquise, questione e aprenda. O estágio supervisionado de ensino é uma disciplina obrigatória, que segundo (SALES, 2011) é prevista pela lei federal 11.788/2008, como também está disposto no Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química do Instituto de Saúde e Biotecnologia Campus/Coari da Universidade Federal do Amazonas (COARI, 2006). Diante disso, este trabalho tem como objetivo de relatar as experiências vivenciadas durante estágio supervisionado de ensino, na área de Ciências do Ensino Fundamental e apresentar os pontos positivos e as dificuldades detectadas nesse primeiro contato como futuro docente.

Material e métodos

O estágio supervisionado de ensino II foi realizado em uma escola municipal situada na cidade de Coari-AM no período de 02/04/2019 a 14/05/2019. O estudo foi caracterizado pelo método qualitativo descritivo. O estágio supervisionado teve uma carga horária total de 45 horas, sendo dividida em duas etapas: 20 h de observação e 25 h de regência, realizados nas turmas de 6° ao 9° ano. Nesta fase, foram observados o comportamento dos alunos, o ensino/aprendizagem, a metodologia utilizada pelas professoras e a estrutura física da sala de aula. No segundo momento, foram realizadas as regências nas mesmas turmas, sendo 5 horas de aula para cada série (6º, 7º, 8º), exceto o 9° ano que foram ministradas 10 horas de regência. Todas as aulas foram ministradas de forma explicativa e interativa dialogada pelo método tradicional com uso do quadro branco, pinceis, livro didático, e exercícios como método de avaliação.

Resultado e discussão

Durante as observações, percebeu-se que as aulas eram ministradas apenas por meio do livro didático, e que a relação entre os alunos e professores não era muito boa. Na maioria das salas de aulas, os ar condicionados estavam danificados, o que causava estresse nos alunos e professores devido à alta temperatura. Os alunos apresentavam dificuldade em concentra-se e como consequência, nem sempre conseguiam fazer as atividades propostas. Os mesmos problemas ainda persistiam durante as regências. Até utilizando as aulas interativas e dialogadas, a grande maioria dos alunos não conseguiam entender e assimilar os conteúdos, por conta das dificuldades de leitura, interpretação de textos e cálculos básicos, como também pela própria falta de interesse. Alves, Cortez, e Cortez (2017), afirmam que as condições do ambiente podem influenciar na qualidade do ensino aprendizagem dos alunos e no trabalho do professor. Resultados semelhantes foram detectados por Souza (2011) em um levantamento de dados sobre os perfis dos alunos nas escolas públicas e apontaram que 65% não respeitam o professor, 72% não respeitam os colegas, 84% dos alunos são desatenciosos, 87% não tem um comportamento educado, 90% não estão motivados a aprender e nem interessados nos conteúdos de ciências, 52% fazem as atividades propostas. Sobre o livro didático, o autor destaca que é necessário ter um certo cuidado para que não torne a única ferramenta metodológica na transmissão dos conteúdos. Essa experiência foi o primeiro contato e contribuiu para o aprendizado como acadêmico, mostrando a importância de planejar uma aula e mostrando como é necessário saber entender e lidar com discentes com diferentes características e problemas sociais.

Conclusões

A vivencia na escola possibilitou enriquecer o aprendizado referente à prática docente e reconhecer as dificuldades que serão enfrentadas como futuro professor, que acabou se tornando ainda um momento de refletir e enxergar o desafio de enfrentar um ambiente escolar com problemas de infraestrutura, alunos com diferentes personalidades, estilos de vidas, comportamentos e dificuldades na aprendizagem. Então, é um desafio que exige muita reflexão e de compreensão do que seja verdadeiramente atuar como professor nas escolas públicas nos dias de hoje.

Agradecimentos

Referências

ALVES, F. M.; CORTEZ, I. C.; CORTEZ, J. de S. Experiências do estágio supervisionado vivenciado no curso de ciências biológicas como ferramenta na construção do conhecimento docente. RGSN - Revista Gestão, Sustentabilidade e Negócios, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 113-128, jun. 2017.

ANJOS, E. R; BORGHI, I.S.M; PORTO, K.S. Estágio supervisionado ciências da natureza na educação do campo: Relato de experiência da Escola Municipal Rui Barbosa, Comunidade do Segredo-BA. Seminário Gepráxis, Vitória da Conquista-Bahia-Brasil, v. 6, n. 6, p 973-988, 2017.

COARI. Projeto Pedagógico do Curso Licenciatura em Ciências: Biologia e Química. Regimento. 06 de Novembro de 2006. [Responde às necessidades imperiosas de formação e qualificação profissional de professores de biologia e química com atuação na educação básica no Estado do Amazonas e especialmente do município de Coari e demais municípios da Região do Médio Solimões].2006.

SALES, A.B. Estágio supervisionado em ensino de ciências. São Cristóvão, 2011.

SANTOS, A.C; CANEVER, C.F; GIASSI, M.G; FROTA, P.R.O. A importância do ensino de ciências na percepção de alunos de escolas da rede pública Municipal de Criciúma- SC. Revista Univap, São José dos Campos-SP, v. 17, n. 30, dez. 2011.

SANTOS, J. Estágio supervisionado no Ensino Fundamental II: Reflexão de Relato de Experiência Motivadora no Ensino de Ciências em uma Escola Pública. In: XII Congresso Nacional de Educação. 2015.

SANTOS, G.S. BARROS, G.R.O; NUNES, M.A.A. Relato das experiências vivenciadas a partir do estágio supervisionado nos anos inicias do ensino fundamental. In: I Congresso de Inovação Pedagógica de Arapiraca. Arapiraca, 2015.

SOUZA, S. F. M. O Estágio Supervisionado e a Formação do Professor de Ciências Biológicas. João Pessoa, 2011.

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