AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS BEBEDOUROS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA-SE

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ambiental

Autores

Farias Oliveira, P. (IFS-CAMPUS GLÓRIA) ; da Silva Almeida, J. (IFS-CAMPUS GLÓRIA) ; de Jesus Brito, V. (IFS-CAMPUS GLÓRIA) ; de Matos Moreira, J. (IFS-CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO) ; Cavalcante de Oliveira, A.P. (IFS-CAMPUS ARACAJU)

Resumo

A distribuição de água para o consumo humano deve atender aos padrões estabelecidos pela Portaria de Consolidação Nº 05/2017, do Ministério da Saúde. A contaminação bacteriológica da água é um dos graves problemas de saúde pública e tem impacto direto nos recursos públicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde 80% dos casos de diarreia aguda, no mundo, têm relação com a ingestão de água imprópria para o consumo, que acarreta a morte prematura principalmente em indivíduos com baixa resistência (crianças e idosos). Por isso é importante o monitoramento da qualidade da água de abastecimento, através de parâmetros relevantes para esse fim. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da água dos bebedouros de dez escolas públicas municipais,da cidade de Nossa Senhora da Glória-SE.

Palavras chaves

Qualidade da água; Análise físico-química; Análise microbiológica

Introdução

A água é um recurso natural de extrema importância para a existência humana. É ela que regula a vida em nosso organismo e é obrigatória a sua ingestão. Entretanto, a qualidade desse item precioso está cada vez mais prejudicada. Apenas 3% da água do planeta é doce, sendo que grande parte dela encontra-se nas calotas polares e é inaproveitável para fins de abastecimento (Von Sperling, 2011). Desse modo, resta ao homem utilizar a água de rios, águas subterrâneas e de certos lagos, contudo, grande parte dela se encontra com altos índices de poluição. A resolução 357 do Conama, define a qualidade dos corpos d'água e classifica-as. Geralmente, a água com melhor qualidade é destinada ao tratamento para consumo humano. A água bruta, que entra no processo de tratamento, deve atender as especificações da Resolução 357 do Conama e a água tratada, que sai do processo, deve atender aos critérios da Portaria de Consolidação nº05/2017, do Ministério da Saúde. Muitas vezes, a água é contaminada no percurso entre a estação de tratamento e o consumidor. Tubulações fissuradas e com incrustações, reservatórios sujos e descobertos, dentre outros fatores, até mesmo nas próprias residências e locais de consumo. A ingestão de água de má qualidade pode gerar danos à saúde do homem, a curto e a longo prazo porque ela é um produto altamente utilizado. Qualquer alteração em sua composição pode causar problemas futuros sendo as crianças e os idosos os mais susceptíveis, devido as particularidades de seus organismos em cada fase da vida. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da água dos bebedouros de 10 escolas públicas municipais de Nossa Senhora da Glória-SE, sendo 06 na área urbana e 04 na área rural, a partir da realização de análises físico-químicas e microbiológicas.

Material e métodos

As amostras de água foram coletadas em dez escolas públicas da rede municipal do município de Nossa Senhora da Glória, situado no território do alto sertão sergipano, nos dias: 28.08.2018, 25.09.2018, 04.12.2018 e 22.01.2019.No intuito de compreender a realidade do município, foram escolhidas unidades de ensino situadas na zona urbana (seis) e na zona rural (quatro), para identificar possíveis diferenças quanto à localização e a forma de abastecimento nessas instituições. De cada escola, foram coletadas 3 amostras, através dos pontos: rede de distribuição (água fornecida por tubulação direta, sem contato com reservatórios internos), cozinha e bebedouro. As torneiras foram limpas com álcool 70% e deixadas sob vazão máxima durante 3 minutos até que a amostra fosse coletada. Foram utilizadas garrafas de polietileno, identificadas e armazenadas em caixas térmicas com gelo.As garrafas não foram reutilizadas para evitar efeito memória. O procedimento de análise microbiológica (coliformes totais e termotolerantes) foi realizado no laboratório multifuncional do Instituto Federal Sergipe - Campus Glória. O procedimento de análise é o referenciado pelo método do NMP APHA 9:2015 e APHA/AWWA/WEF 9221:2012, para contagem de coliformes totais, coliformes termotolerantes e E. Coli em água e alimentos. As análises físico-químicas foram realizadas em campo, nas próprias dependências das escolas, através de aparelhos portáteis. Para a determinação do pH, foi utilizado um medidor multiparâmetro de bolso, modelo AKSO; a turbidez foi determinada a partir de um turbidímetro, modelo Policontrol-Ap 2000; o Cloro Residual Livre foi determinado a partir do método DPD utilizando um colorímetro multiprocessado digital (DLA-CL da Del lab).

Resultado e discussão

As tabelas 01 e 02 apresentam, respectivamente, os resultados das análises físico-químicas e microbiológicas realizadas nos bebedouros e nas torneiras que vêm direto da rede de distribuição. Nos momentos das coletas nos deparamos com a falta de água em algumas escolas e por este motivo a tabela 02 só apresenta dados de cinco, das dez escolas municipais da cidade de Nossa Senhora da Glória que participaram do projeto. Durante o período de coleta, das quatro escolas situadas na zona rural(D, E, X e Y), apenas uma estava com abastecimento regular, duas dependendo do carro pipa e uma com abastecimento irregular (quando chega água é somente no turno da tarde ou noite e os gestores enchem os vasilhames para utilização no dia seguinte). Os valores encontrados para turbidez, pH e cloro livre estão em conformidade com o que estabelece a Portaria de Consolidação Nº 05/2017, do Ministério da Saúde. Nos ensaios microbiológicos, em 70% das unidades de ensino, foi detectada a presença de coliformes(totais e termotolerantes). O grupo dos coliformes totais inclui bactérias oriundas do trato intestinal de humanos e outros animais de sangue quente, enquanto o termotolerante tem como principal representante o Escherichia coli, sendo de origem exclusivamente fecal e recente (VON SPERLING, 2011). Segundo a legislação vigente, a água distribuída para a população deve estar totalmente isenta de coliformes termotolerantes em 100mL. Foi observado problemas de higiene das mãos e produzimos um folder que foi distribuídos nas unidades de ensino, objetivando disseminar boas práticas de higiene. Conversamos com os gestores e algumas medidas básicas como instalação de pias nas saídas dos banheiros, fornecimento de sabonetes para lavar as mãos foram implantadas.







Conclusões

Os resultados obtidos demonstraram que 70% das amostras de bebedouros e 20% das amostras da rede de distribuição não apresentaram qualidade higiênica satisfatória, portanto não atendem ao que preconiza a Portaria de Consolidação Nº05/2017. Geralmente os filtros removem o cloro da água e, se não forem substituídos e higienizados de forma adequada, favorecem a proliferação de microrganismos. É de extrema importância atividades de monitoramento contínuo e de conscientização em relação à qualidade da água, visando reduzir os impactos pela ingestão de água fora dos padrões de potabilidade

Agradecimentos

CNPq Fapitec/SE Propex/IFS Secretaria Municipal de Educação de Nossa Senhora da Glória/SE

Referências

APHA; AWWA; WEF – American Public Health Association; American Water Works Association; Water Environment Federation. (2005) Standard methods for the examination of water and wastewater. 21 ed. Washington, D.C.: American Public Health Association.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. (2005). Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento e condições e padrões de lançamento de efluentes. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: < http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459 > Acesso em: 20 Jun. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 05, Anexo XX, de 28 de setembro de 2017. Normas e padrão de potabilidade da água destinada ao consumo humano. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0005_03_10_2017.html> Acesso em: 20 Jun. 2019.

SPERLING, V. M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte, MG: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 2011.

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