EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ENSINO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS: UM ESTUDO NO CENTRO DE CIÊNCIAS E PLANETÁRIO DO PARÁ.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ambiental

Autores

Santos, K.R. (UEPA) ; Vasconcelos, S.M. (UEPA) ; Silva, M.D.B. (UEPA) ; Reis, A.S. (UEPA)

Resumo

Atualmente, a discussão sobre as abordagens ambientais e perspectivas futuras de assuntos voltados a este viés têm crescido. Dessa maneira, este trabalho tem por objetivo discutir sobre a abordagem e o papel da Educação Ambiental (EA) no Ensino de Ciências em Espaços não Formais, especificamente no Centro de Ciências e Planetário do Pará - UEPA, localizado em Belém - PA. Assim, foi feito um mapeamento de materiais disponíveis no espaço e a relação da Educação Ambiental entre eles, tornando possível a avaliação e reflexão sobre a metodologia e o papel social do Centro. Por fim, destaca-se que a Educação Ambiental não abrange somente a gestão, mas trata-se fundamentalmente de um assunto essencial na educação básica, visto a interação, o desenvolvimento pessoal e crítico-social.

Palavras chaves

Centro de Ciências; Educação Ambiental; Ensino

Introdução

Os Museus ou Centro de Ciências permitem a inovação e aperfeiçoamento constante de materiais e abordagens de ensino para facilitar a aprendizagem dos visitantes. O intuito deste espaço não formal de ensino é disseminar o conhecimento cientifico, despertando o interesse do indivíduo por questões sociais que o cercam (VIEIRA; BIANCONI; DIAS, 2005). Gohn (2006) considera que a Educação não Formal é fundamentada em valores e culturas relacionadas as vivências de cada indivíduo, sendo construída na perspectiva social de experiências e ações para a produção de conhecimento constante. Diante do contexto, o mapeamento de materiais, bem como formas de abordagem por professores de Ciências sobre Educação Ambiental dialoga e favorece as perspectivas futuras do Centro quanto ao processo educativo na formação de crianças, jovens, adultos e idosos, visitantes do espaço. Destaca-se ainda que a interdisciplinaridade no Centro de Ciências, torna o exercício da Educação Ambiental mais dinâmico (VASCONCELLOS, 2006) e que permeie em todas as esferas sociais, sendo divulgada e proporcionando, com isso a conscientização ambiental para a busca do desenvolvimento sustentável (GALIAZZI E FREITAS, 2005). O projeto educativo é importante para a sensibilização do sujeito e, professores e pesquisadores necessitam de uma postura de forma a gerar a habilidade do diálogo crítico e de relação com o saber comum e cientifico (GUIMARÃES, 2006). Assim, o objetivo do trabalho foi compreender a importância de um Centro de Ciências e o seu papel social; realizar o levantamento de materiais que envolvam a questão Ambiental dentro dos espaços do Centro de Ciências; relacionar o mapeamento dos materiais disponíveis no Centro e investigar a abordagem com relação à Educação Ambiental.

Material e métodos

Para o estudo, a metodologia foi dividida em etapas. Na primeira etapa foi realizado um levantamento bibliográfico sobre as caracterizações de Espaços não Formais de Ensino, o papel social destes espaços para a formação educacional da humanidade, sobre Educação Ambiental e a importância para as perspectivas atuais e futuras mundiais. Para a segunda etapa, realizou-se a escolha do espaço especifico de Ciências que foi analisado. Na terceira, foi desenvolvida a análise presencial no espaço e mapeamento de materiais, ações e abordagem dos conceitos de educação ambiental no Ensino de Ciências dentro dos subespaços da instituição. Na quarta etapa foi desenvolvido o processamento e confecção do documento escrito final. Inicialmente, buscou- se na literatura acadêmica trabalhos relacionados com a caracterização dos Espaços não Formais que estão relacionados com o tema estudado. E seguida, verificou-se a influência na localidade e o papel social durante os anos do Centro de Ciências e, diante da escolha, obteve-se o interesse na investigação de atividades e abordagens ambientais voltadas para o ensino, bem como inspiração do saber cientifico. Outro interesse específico é a ligação direta com a Universidade do Estado do Pará- local de intensas pesquisas voltadas para a aprendizagem, que facilita discussões acerca da comparação e olhar crítico nas análises. A visitação e observação permitiu a coleta de dados para a formulação de discussões importantes presentes no trabalho. Foi adotado o método de observação e diálogo com funcionários do centro, permitindo a aproximação e coleta de dados. Diante do exposto, todos os subsídios adotados foram relevantes para reflexões e análises da formulação do presente estudo.

Resultado e discussão

O Centro de Ciências e Planetário do Pará é uma instituição vinculada à Universidade do Estado do Pará, que tem por objetivo incentivar e melhorar o processo de Ensino de Ciências. No espaço são trabalhados conceitos científicos de forma interdisciplinar, lúdica e prática com o intuito de despertar a curiosidade dos visitantes, por meio de equipamentos tecnológicos e interativos e conta com os seguintes espaços: Física; Biodiversidade; Doenças Tropicais e o Homem e Química. No espaço da Física, existe a plotagem sobre a geração de energia que se interliga diretamente à idéia de Educação Ambiental- EA. Na Biodiversidade, busca-se informar aos visitantes sobre a exploração excessiva de espécies de plantas e animais e a consequente perda de variabilidades genéticas, da biodiversidade, de fragmentos de habitats, mudanças de climas, desmatamento de florestas e sobre a importância na conservação, preservação natural e sustentabilidade. No espaço de Doenças Tropicais e o Homem o ambiente possibilita o visitante conhecer sobre as doenças mais comuns da região, a partir de informações apresentadas em vídeos exibidos. Diante do contexto de EA, é discutido que a degradação favorece a disseminação de outras catástrofes naturais e gera o esgotamento de fontes naturais, provocando doenças em seres humanos. No espaço da Química, os visitantes tem a oportunidade de conhecer experimentos relacionados a reações do cotidiano, possibilitando a curiosidade. O espaço visa a elaboração de jogos e oficinas, com o intuito de instruir o público às idéias de Química verde. Nos experimentos, a abordagem referente à EA deve-se à formação de gases, efeito estufa, utilização de materiais alternativos, poluição, pH, entre outros problemas ambientais importantes.

Conclusões

Portanto, tratou-se de um espaço responsável pela divulgação científica que contribui diretamente com a Educação Ambiental. A exposição de materiais e métodos de abordagens no ensino constrói a habilidade de discussão crítica para o desenvolvimento do homem e induz a reflexão. Desta forma, o Centro, como meio interativo e tecnológico, auxilia essa inserção do ser humano e o transforma em detentor de conhecimento para que questões ambientais sejam discutidas. Os diálogos e propostas nesses espaços é um desafio atual de conscientização social, visto que amplia as possibilidades de ensino.

Agradecimentos

Referências

FREITAS, H. C. L. Formação de professores no Brasil: 10 anos de embate entre projetos de formação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 80, p. 136-167, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12928.pdf. Acesso em: 05 de Agosto de 2019.
GALIAZZI, M. C.; GONÇALVES, F. P. A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em química. Química Nova, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 326-331, 2004.
GOHN, M. G. A educação não-formal e a relação escola-comunidade. Revista ECCOS, no 2, vol. 6, 2004, p. 39-65.
GUIMARÃES, M.; VASCONCELLOS, M. Relação entre educação ambiental e educação em ciências na complementaridade dos espaços formais e não formais de educação. Educar, Editora UFPR, n. 27, p. 147 – 162.Curitiba, 2006.
MARANDINO, M. Transposição ou Recontextualização?Sobrea produção de saberes na educação em museus de ciências. Asociação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, 2006.
SANTOS, W.; MÓL, G. Química Cidadã. São Paulo: Nova Geração. 2010.
SAUVÉ, Lucie. Educação ambiental: possibilidades e limitações. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 317 – 322, 2005.
VIEIRA, V.; BIANCONI, M. L.; DIAS, M. Espaços não-formais de ensino e o currículo de ciências. Ciência e Cultura, v. 57, n. 4, p. 21-23, 2005.