DESENVOLVIMENTO DE UM BIOCOSMÉTICO A PARTIR DO APROVEITAMENTO DA CASCA DA BANANA SECA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ambiental

Autores

Rover Rosa, J. (ILES/ULBRA) ; Ferreira da Silva, M.D. (ILES/ULBRA) ; Pereira Santos, S. (ILES/ULBRA) ; Oliveira Vasconcelos, T. (ILES/ULBRA)

Resumo

Afim de desenvolver um produto que tenha a premissa de sustentabilidade, o presente trabalho tem como objetivo principal desenvolver um biocosmético utilizando a casca da banana e realizar testes físico-químicos. Foram realizados testes utilizando três diferentes tipos de glicerina, laurel, ácido cítrico e cascas de banana seca. Foram realizados testes para análise e determinação do pH, da durabilidade do produto, do volume de espuma e analise sensorial. Em um dos testes, os resultados físico químicos do biocosmético apresentou resultados satisfatório para o uso cutâneo. Sendo assim as cascas de banana podem ser utilizadas na produção de biocosméticos de fácil produção e que ajudem na sustentabilidade do planeta.

Palavras chaves

Biocosmético; Banana; Reaproveitamento

Introdução

Devido ao crescimento populacional e industrial a alta demanda de produtos necessita de um maior processo de produção acarretando no acúmulo de resíduos, sendo necessário um tratamento e, posteriormente, um descarte adequado a estes resíduos para que não causem degradação ao meio ambiente, como o uso da banana que está presente em segundo lugar no ranking de fruta com maior consumo e importância econômica no Brasil, suas cascas são coprodutos onde são boas fontes de compostos bioativos por apresentarem, em geral, teores de nutrientes maiores do que os das suas partes comestíveis. Desta maneira, as cascas das frutas podem ser consideradas como fonte alternativa de nutrientes e vitaminas (GONDIM et al, 2005; FRANCO, CASTRO, WALTER, 2015). Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes possuem em suas formulações matérias-primas naturais ou sintéticas, com uso externo para limpar, perfumar, alterar aparência, censurar odores, proteger ou manter em bom estado o corpo humano segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2008). A busca por inovação e melhoria na qualidade de produtos faz com que as indústrias de cosméticos usufruam de matérias-primas variadas sobretudo de origem vegetal para troca de materiais sintéticos, assim, houve a criação dos biocosméticos com aplicação sustentável na nano e biotecnologia com interesse na reutilização de resíduos industriais para reverter a grande quantidade dos contaminantes no meio ambiente (NOVAK; SYDNEY; SOCCOL, 2014; SOUZA, 2010). Portanto, este trabalho tem como objetivo reduzir impactos ambientais causados pela casca da banana seca utilizada no desenvolvimento de um sabonete assim como realizar testes físico-químicos.

Material e métodos

O sabonete foi fabricado no Laboratório de Química, Física e Biologia – Campus Beira Rio do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara ILES- ULBRA. Foram utilizados 500g de base glicerinada branca sólida; 500mL de glicerina líquida; 500mL de glicerina líquida destilada; cascas de banana seca trituradas; laurel; limão e béquer de vidro de 1L (CORDEIRO et al, 2013). Com o objetivo de correção de Ph, foram realizados três testes: Teste 1, houve o derretimento de 500g de glicerina em um béquer de 1L, adição de 20mL de laurel e 3 gotas de ácido cítrico (limão), logo mais cascas trituradas da banana seca. Teste 2, houve o aquecimento da glicerina líquida em um béquer de 1L, adição de 20mL de laurel e cascas trituradas da banana seca. Teste 3, ocorreu o aquecimento da glicerina destilada em um béquer de 1L, adição de 3 gotas de ácido cítrico, 20mL de laurel e cascas trituradas da banana. Todos os testes foram colocados em repouso por 72horas para endurecimento, segundo Tuzimoto et al (2005). Foram realizados os seguintes testes físico-químicos: Determinação de pH: Determinou-se o pH utilizando-se indicadores em papel como fita tornassol (TERCI e ROSSI, 2002). Durabilidade do Sabonete: 2g do sabonete produzido no primeiro teste usado por possuir pH ideal foi mergulhado em 30mL de água por 1 hora, pesou-se o cubo seco e o molhado anotando os valores de diferença (ANVISA, 2010). Volume de Espuma: Pesou-se 5g do sabonete produzido no primeiro teste usado por possuir pH ideal no qual em um copo medidor de volume, adicionou-se 15mL de água e agitou até formar espuma, deixando-o 15 minutos de repouso e anotou-se o valor (CORDEIRO et al, 2013). Análise Sensorial: Analise e comparação do odor e a cor presente no primeiro, segundo (CORDEIRO, 2013).

Resultado e discussão

No primeiro teste o pH do sabonete a base da casca da banana seca apresentou um valor de pH 7. A ANVISA dispõe que o pH de sabonetes 7 se trata de um produto neutro para a pele de acordo com FEITOSA et al (2015). No segundo teste o pH estava acima de 8 pois não houve a neutralização da glicerina. No terceiro teste o pH também se apresentou elevado, então houve a adição de 3 gotas de ácido para que neutralização, porém, o índice de basicidade da glicerina estava muito alto para a correção feita com as 3 gotas de ácido, como instruía a metodologia. Verificou-se, que na análise de durabilidade, o sabonete a base da casca da banana apresentou consistência inalterada dentro do prazo estabelecido na análise de 1 hora, o sabonete teve um decaimento de 2g para 1.9g, demonstrando maior resistência à absorção da água, levando em conta o método utilizado para essa verificação. A análise de espuma apresentou-se com um volume de 18mL, assim, a quantidade utilizada de laurel não afetou quanto ao aumento de espuma, não interferindo no valor pois a quantidade de espuma não demonstra ser o foco de qualidade, mas sim a quantidade de tensoativos, segundo Bezerra (2016). Na análise sensorial, ao adicionar a casca da banana o sabonete na maior parte se apresentou macio e suave, sua cor que antes apresentava cor branca devido à glicerina tornou-se amarela e seu aroma se aproximou ao da banana, por ser um dos fatores importantes na indústria cosmética, a analise sensorial contribui para o desenvolvimento de novos produtos, controle de qualidade, reformulação e redução de custos de produtos, relações entre condições de processo, ingredientes de acordo com Santos et al (2016).

Analises analiticas


Testes 1, 2 e 3

Conclusões

Os resultados obtidos através de tal trabalho explicitaram que a formulação 1 do sabonete da casca de banana é adequado para uso cutâneo, de acordo com a estabilidade vista pelos resultados físico-químicos. Assim, levando em consideração os métodos de gerenciamento de resíduos para minimizar os impactos ambientais é viável o aproveitamento integral da casca da banana seca para as indústrias de cosméticos na produção de sabonetes, também, levando a questionar a possibilidade das indústrias aproveitarem este resíduo em outras linhas.

Agradecimentos

Agradecimento a Dr. Joyce Rover Rosa pela orientação e todo o suporte oferecido.

Referências

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