DETERMINAÇÃO DE DUREZA TOTAL DA ÁGUA DE POVOADOS ADJACENTES A CIDADE DE CAXIAS – MA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ambiental

Autores

Barros, J.C. (IFMA - CAMPUS CAXIAS) ; Rodrigues, W.V. (IFMA - CAMPUS CAXIAS)

Resumo

Águas subterrâneas são utilizadas para diferentes fins inclusive para o consumo, entretanto, existem parâmetros que determinam a potabilidade destas, dentre estes está a dureza total, a qual é caracterizada pela presença de íons Ca2+ e Mg2+ dispersos, os quais formar sais insolúveis e prejudicar o desempenho de sabões, bem como, causar o entupimento de tubulações. Visto isso, ter-se o conhecimento destes valores é de suma importância para a população consumidora desta água. Para tanto, este trabalho traz os valores de dureza total de três povoados da zona rural de Caxias bem como os valores de dureza da água fornecida pela estação de tratamento da cidade, concluindo-se que as águas se encontram nos padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde relacionados a dureza total.

Palavras chaves

DUREZA TOTAL; POTABILIDADE; POÇOS ARTESIANOS

Introdução

Atualmente, o Brasil é um país que, segundo PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (2018) 84,72% da população reside em áreas urbanas e os outros 15,28% em áreas rurais. Onde, a região nordeste é a que possui maior percentual de moradores da zona rural, representando cerca de 27%. Sabe-se que o acesso à água de qualidade para a manutenção das atividades agrícolas, criação de animais, bem como, para a subsistência humana é imprescindível, de modo que a criação de poços artesianos nestes locais em busca de águas subterrâneas foi uma saída para tal realidade, onde, no estado do Maranhão, cerca de 70% da população tem seu abastecimento de água feito por poços artesianos. Todavia, esta água deve seguir alguns parâmetros para que seja considerada potável, sendo um destes determinado pela quantidade de íons Ca2+, Mg2+ e Fe2+, os quais caracterizam sua dureza. Onde, seu uso pode afetar a eficiência da utilização de sabões, sabonetes e xampus, bem como, um efeito reverso ao esperado quando se aplica o procedimento de cozimento em vegetais, além de causar o entupimento de tubulações e até prejuízos relacionados a danos em equipamentos devido a formação de sais insolúveis a partir dos cátions citados. Visto isso, torna-se importante para a população conhecer os valores de dureza total da água que lhes é fornecida, de forma que, os níveis de dureza foram estabelecidos e publicados pelo Ministério da Saúde em 2011 através da portaria 2.914. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi determinar a dureza total da água de 3 povoados da zona rural de Caxias comparando os valores com os obtidos a partir da água fornecida pela estação de tratamento da cidade.

Material e métodos

Inicialmente, realizou-se a coleta da água a ser analisada diretamente da torneira, nos povoados que fica dentro de um raio de aproximadamente 25 km da cidade de Caxias, bem como a água fornecida pela estação de tratamento da cidade. Em seguida, realizou-se as análises no laboratório de química do IFMA – Campus Caxias para determinação da dureza total das amostras, as quais foram realizadas a partir da técnica de titulometria de complexação. Sendo que, para a determinação de Calcio (mg/L) Mediu-se em uma proveta 50 mL da amostra água, adicionou-se 5 mL da solução de NaOH 2 mol.L-1 vertendo o pH do meio 13, utilizando-se tiras de pH, fazendo uso de indicador Calcon para a realização do ponto final da reação. Do mesmo modo, para a determinação de Magnésio (mg/L), mediu-se 50 ml da amostra de água, adicionando-se 1 mL de tampão amoniacal (acetato de amônio/hidróxido de amônio) pH = 10 e uma pitada de indicador Negro de Eriocromo T, fazendo uso de uma solução de EDTA (0,01 mol.L-1) como titulante para todas as determinações, realizando cada determinação em triplicata.

Resultado e discussão

Realizadas as determinações, os cálculos de dureza total foram feitos e encontram-se dispostos na Tabela 1. Sabe-se que esses minerais se encontram nas águas pela dissolução natural de rochas calcárias e a partir dos dados obtidos pode-se ter que, as águas que se situam em cada povoado não possuem diferença significativa em sua dureza total (mg/L de CaCO3) e em sua concentração de Cálcio, podendo-se justificar pela proximidade dos povoados, não obstante, dos poços e lençóis subterrâneos dos quais são retiradas a água. Tendo-se que, os valores divergentes consideráveis, como o esperado, foram os obtidos a partir das determinações realizadas com a água coletada na cidade de Caxias, a qual é submetida a tratamento na estação de saneamento. Todavia, conforme o Ministério da Saúde, portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, o padrão de potabilidade estabelece o limite de 500 mg/L CaCO3, tendo-se que, com relação a dureza total da água fornecida para a população dos povoados citados está dentro dos níveis estabelecidos pelo Ministério da Saúde como adequados para consumo. Para fins de classificação da água a partir de sua concentração de CaCO3, Ricardo (2014) dispõe que, teores entre 0 e 40 mg/L determinam a água como branda, entre de 41 a 100 mg/l, tem-se águas moderadas, que são as classificações nas quais as águas analisadas encaixam-se. De modo que, conforme Brasil (2014), estas podem ser classificadas como águas leves, exceto as águas do povoado Caxirimbu, que se enquadram na classificação “moderadamente duras”.

Tabela 1 - Valores das determinações de dureza total



Conclusões

A partir das determinações realizadas pode-se concluir, com relação à dureza total, as águas distribuídas, tanto pela estação de tratamento da cidade de Caxias como nos povoados da zona rural adjacentes encontram-se dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde, isto é, para consumo, entretanto, faz-se necessário a realização de análises relacionadas a outras propriedades destas águas para uma avaliação completa relacionada a sua potabilidade.

Agradecimentos

Agradeço ao apoio do IFMA - Campus Caxias e a meu orientador.

Referências

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Skoog. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R., Fundamentos de Química Analítica, Thomson, São Paulo, 2004.

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