DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA, PH E TURBIDEZ DA ÁGUA DA BACIA DO RIO PACIÊNCIA NA ILHA DE SÃO LUÍS, MARANHÃO.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ambiental

Autores

Pinheiro Araújo, M.A. (UFMA) ; Ramos Pestana, Y.M. (UFMA) ; Marques Mandaji, C. (UFMA) ; Silva Nunes, G. (UFMA)

Resumo

A Bacia Hidrográfica do Rio Paciência é a maior bacia da Ilha do Maranhão, abrangendo os municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar. Sabe-se que, nas últimas décadas, a ocupação irregular do seu entorno trouxe muitos problemas ambientais que se apresentam com poucas perspectivas de resolução. Este trabalho objetivou obter informações sobre a qualidade de suas águas superficiais, em relação à parâmetros físico-químicos, sendo definidos sete pontos do rio para análise dos mesmos. Foi utilizado um equipamento multiparâmetro para análise de temperatura, pH e turbidez em três estações e em sete pontos da bacia. Os resultados foram comparados com os valores máximos permitidos pela Resolução CONAMA 357/2005. Observou-se valores acima do permitido m alguns pontos.

Palavras chaves

Água; Rio Paciência; Qualidade

Introdução

A Bacia Hidrográfica do Rio Paciência é a maior da Ilha do Maranhão, possuindo uma área total de 150 km² de extensão e está inserida nos municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar (CAVALCANTE JÚNIOR, 2016). O local foi imensamente agredido nas últimas décadas tendo problema ambientais notáveis, incluindo o lançamento de esgotos no curso d’água principal e seus afluentes, assoreamento do leito do rio, disposição inadequada de resíduos sólidos e ocupação desordenada do entorno. Apesar da grande poluição, o rio Paciência é carente de estudos e pesquisas que ajudem a minimizar os impactos sofridos (NEVES, 2014). Dessa forma, é importante o monitoramento de variáveis físico-químicas para auxiliar no manejo e gestão corretos dos ecossistemas naturais.

Material e métodos

Foram selecionados sete pontos (P1 a P7) para análise dos parâmetros físico-químicos temperatura, pH e turbidez, sendo as coordenadas dos pontos mostradas na Tabela 1. As análises foram realizadas em três estações de amostragem sendo a primeira em setembro de 2017 (E1), dezembro de 2017 (E2) e março de 2018 (E3). Para a determinação dos parâmetros foi utilizado um multiparâmetro da marca Horiba, modelo SU-50, que é capaz de medir valores simultâneos diretamente no ambiente aquático escolhido. Os resultados foram comparados com os valores de referência estabelecidos pela Resolução CONANA 357 de 2005. A água da bacia do Rio Paciência, dos pontos P1 a P5, enquadra-se, de acordo com os limites estabelecidos pela Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), como água doce classe 2. Os pontos P6 e P7, por terem apresentado salinidade entre 0,5 e 30 ‰, enquadram-se na categoria de águas salobras classe 1, segundo a mesma resolução.

Resultado e discussão

Os resultados obtidos estão demonstrados na Tabela 2. A imediata consequência de temperaturas muito elevadas em águas naturais é a diminuição do oxigênio dissolvido, o que configura um quadro de poluição térmica (FIORUCCI e BENEDETTI FILHO, 2005). Dessa forma, os valores de temperatura encontrados não são considerados danosos para o ambiente estudado. Na estação E1, o pH, apresentou valores abaixo do intervalo de referência permitido (6,0 a 9,0) nos pontos P1 e P2. Na estação E2 os valores estiveram abaixo do permitido nos pontos P1, P2 e P3. Nesses pontos foi observada a influência direta de despejo irregular de esgoto, indicando que os efluentes lançados no leito do rio são de natureza ácida. Isto indica sério dano a esses trechos e reflete a falta de tratamento de esgoto da Região Metropolitana de São Luís. Os pontos P1 e P2 estão entre os primeiros trechos após a nascente do rio, indicando que a contaminação se inicia desde o começo deste curso d’água. Os valores de pH estiveram maiores no período chuvoso (E3), o que pode significar influência da diluição pelas águas da chuva. Nos pontos P5 a P7, correspondentes ao ambiente estuarino, o pH apresentou valores entre 6,72 e 7,56. Nesta zona, o pH ainda se apresenta como inferior a 8, devido à influência fluvial. Os valores de turbidez encontrados foram elevados, muito provavelmente devido aos despejos de esgoto não tratado, uma vez que visualmente a água apresentou-se bastante escura. Na estação E1, o valor encontrado no ponto P1 esteve acima do valor permitido, assim como nos pontos P1, P2 e P5 na estação E3. Nos pontos P6 e P7, os altos valores encontrados são possivelmente devido à salinidade elevada da zona estuarina que confere maior quantidade de sólidos à água dessas localidades.

Tabela 1 - Localização dos pontos analisados

Coordenadas dos pontos onde foram feitas as análises em campo dos parâmetros físico-químicos

Tabela 2 - Resultado das análises físico-químicas

Valores obtidos para os parâmetros temperatura, pH e turbidez na água do Rio Paciência.

Conclusões

O presente trabalho objetivou analisar alguns parâmetros físico-químicos importantes para monitoramento de águas naturais. Observou-se valores de pH elevados, refletindo a falta de manejo e proteção do rio Paciência, bem como alguns valores alterados de turbidez. É importante que um monitoramento contínuo de tais variáveis seja feito, de modo a traçar estratégias de conservação para esse importante curso d’água da Região Metropolitana de São Luís.

Agradecimentos

À Universidade Federal do Maranhão, ao Núcleo de Análise de Resíduos de Pesticidas e ao CNPQ.

Referências

CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução 357, de 17 de março de 2005. Disponível em http://www.mma.gov/port/conama/res/res05/res35705.pdf. Acessado em 13 de junho de 2019.

CAVALCANTE JÚNIOR, F. A. Zoneamento do escoamento superficial da Bacia Hidrográfica do Rio Paciência, Ilha do Maranhão – MA. 240 f. Dissertação (Mestrado em Geografia ) – Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, 2016.

FIORUCCI, A. R.; BENEDITTI FILHO, E.; A Importância do Oxigênio Dissolvido em Ecossistemas Aquáticos. Química Nova na Escola, n.22, 2005.

NEVES, M. A. Desenvolvimento e aplicação de metodologia analítica (CLAE/FL) para determinação de fluoroquinolonas em sedimento estuarino da Ilha do Maranhão. 55 f. Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2014.

ROBERTO, M. C.; GUIMARÃES, A. P. M.; RIBEIRO, J.L.; CARVALHO, A. V.; NERES, J. C. I.; CERQUEIRA, F. B. Avaliação do pH, turbidez e análise microbiológica da água do córrego Guará Velho em Guaraí, Estado do Tocantins. Revista Desafios, v.4, n.4, 2017.

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