Avaliação do Teor de Hipoclorito de Sódio e pH de Águas Sanitárias Comercializadas na Cidade de João Pessoa-PB
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Química Analítica
Autores
Raquel Félix da Costa, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA) ; Kaline de Lima Pereira, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA) ; Flávia Ramos de Queiroz, A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA) ; Cristina Araujo Cabral, S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA) ; Flávia Santos Coelho, A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA)
Resumo
Utilizado para muitas finalidades, o hipoclorito de sódio é freqüentemente encontrado em todos os lares brasileiros sob a designação de água sanitária, na qual apresenta características que podem ser adversas ao ser humano. O presente trabalho tem como objetivo a execução e validação da metodologia NBR-9425-ABNT-Hipoclorito de Sódio-Determinação de Cloro Ativo, aplicada em produtos comercializados na Cidade de João Pessoa-PB. Os resultados comprovaram que os fabricantes das águas sanitárias respeitam de maneira expressiva o pH definido pela ANVISA, todas estavam em conformidade com esse parâmetro. Já em relação ao teor de cloro ativo, essa norma não é tão considerada, pois três amostras apresentaram teor superior ao valor definido pela legislação e uma amostra teor abaixo do estabelecido.
Palavras chaves
Água sanitária; Legislação; Cloro ativo
Introdução
Encontra-se no mercado uma infinidade de produtos saneantes, que vão surgindo e coexistindo com os mais antigos. Estes estão presentes em todos os lares brasileiros, destinados a aplicação em objetos, ambientes e pisos, com o objetivo de limpeza, desinfecção, e sanitização, além de desinfecção de água para consumo humano, hortifrutícola e piscinas. Entre os saneantes, tem-se a água sanitária, com definição de acordo com a norma da Resolução - RDC nº110, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, como solução aquosa a base de hipoclorito de sódio ou cálcio com teor de cloro ativo entre 2% a 2,5% p/p, durante o prazo máximo de seis meses de validade., uma vez que em quantidade inferior deste produto não é eficiente. (INMETRO, 2012). Para o pH, as águas sanitárias por se tratar de um produto alcalino, possuem valores de pH máximo de 13,5, com a função de estabilizar o cloro ativo do produto. A ANVISA é o órgão responsável pela fiscalização, regulamentação e emissão do registro de comercialização dos produtos de limpeza. Visto que há possibilidade de adulteração do produto comercial, má formulação e mesmo a perda de cloro ativo dos produtos devido ao mau armazenamento, este trabalho, tem como objetivo a validação de metodologia existente e tem como referência a metodologia -NBR-9425-ABNT-Hipoclorito de Sódio-Determinação de Cloro Ativo, buscando assegurar a execução de ensaios confiáveis, pois atualmente quando todos os caminhos levam a busca de um bom controle de qualidade, torna-se indispensável conhecer perfeitamente cada fase do processo analítico. Na qual permitem uma avaliação dos parâmetros específicos assegurando tanto a implantação do método como a confiabilidade dos resultados analíticos (HARRIS, 2005).
Material e métodos
Através de um levantamento das principais marcas de Água Sanitária comercializadas na cidade de João Pessoa/PB, levando em consideração as maiores redes de supermercados presentes na cidade, foram coletadas 10 amostras a fim de determinar o teor de cloro ativo e o pH. Para determinação do Cloro Ativo em água sanitária, utilizou-se o método proposto pela ABNT na NBR nº 9425/2005, “Hipoclorito de Sódio: determinação de cloro ativo por método Volumétrico”, segundo os critérios descrito por Unipar 2013. No procedimento de análise pesou-se 5,0 +/- 0,2 g de amostra (água sanitária) para o balão volumétrico de 100 ml, avolumou-se o balão com água destilada e homogeneizou-se. Em um erlemmeyer de 250 ml, adicionou-se em sequência, 30 ml da solução de KI a 10%, utilizando-se a proveta de 100 ml e 10 ml da solução preparada da amostra com pipeta volumétrica, por fim, adicionou-se, também, 30 ml de ácido acético concentrado e rapidamente titulou-se com a solução de Na2S2O3 0,1 N até a cor amarelo claro. Após a obtenção desta coloração, foi adicionado 5 gotas do indicador amido 0,5 %, deu-se então continuidade à titulação com tiossulfato de sódio até o ponto final da titulação, indicada pela mudança da coloração amarelo para incolor. O volume gasto de tiossulfato, em ml (VG), foi registrado para posterior aplicação do cálculo que dará o teor de hipoclorito da amostra. Para a determinação do pH, seguiu-se o protocolo do fabricante do aparelho de marca Del Lab, com a calibração feita com as soluções tampões pH 4,00 e pH 7,00. O eletrodo do pHmetro foi imerso na amostra em uma quantidade suficiente para cobri-lo, individualmente, colocada em um béquer de 100 ml e anotada a leitura do valor visualizada no leitor do equipamento.
Resultado e discussão
Os ensaios para a leitura do parâmetro pH e teor de cloro ativo foram feitos
em triplicatas, depois se calculou a média aritmética, mostrados na tabela
1.
Através da tabela 1, observa-se que os resultados de pH das amostras
analisadas são semelhantes para as dez amostras e não possuem diferença
significativa entre elas, todas encontra-se na forma básica como recomenda a
ANVISA, apresentaram pH entre os intervalos de 11,5 a 13,5 como estabelecido
pela legislação, o que garante que se tenha uma solução mais estável em suas
propriedades.
Os testes frentes ao teor de cloro livre, esse parâmetro de atender o órgão
citado não é tão considerado, pois três amostras apresentaram um teor acima
do limite 2,5% permitido, isto provavelmente se deve ao fato de que as
empresas responsáveis, visem favorecer o alto teor de cloro livre aos seus
produtos para garantir a presença do cloro do início da abertura do
invólucro da embalagem até ao final do seu consumo, tendo em vista que o
cloro livre dissipa-se facilmente quando exposto ao ambiente; no entanto
isso pode comprometer a saúde do usuário devido a toxidade do cloro ativo
em altas concentrações, e uma amostra apresentou teor de cloro ativo
inferior ao estabelecido pela legislação que deveria conter o teor de 2,0 a
2,5%, apresentou-se com 1,85%, concordando com os estudos de Borin et al.
(2006), esta solução compromete a eficácia do produto.
Conclusões
Conforme os resultados obtidos das amostras de água sanitária comercialmente disponível para determinação do pH e da concentração de cloro, observa-se conformidade para todas as amostras para o parâmetro pH e apenas 60% de acordo com o teor de cloro ativo. Deste modo, considerando a legislação vigente, representada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), podemos concluir que somente seis marcas, A, E, F, G, H e J, estão em conformidade tanto na avaliação do teor de cloro ativo como na avaliação do pH. Enquanto as amostras B, C, D e I não estão em anuência com a legislação.
Agradecimentos
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Saneantes.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm>. Acesso em: 30 maio. 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Solução de hipoclorito de sódio comercial - Determinação do teor de cloro ativo pelo método volumétrico: NBR 9425. Rio de Janeiro, 2004.
BORIN, G.; BECKER, A. N.; OLIVEIRA, E. P. M. A história do hipoclorito de sódio e a sua importância como substância auxiliar no preparo químico mecânico de canais radiculares. Revista de Endodontia Pesquisa e Ensino On Line, Canoas, v. 3, n. 5, p.7-12, jan./jun., 2007.
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA (INMETRO). 2013. PROGRAMA DE ANÁLISE DE PRODUTOS: RELATÓRIO SOBRE A ANÁLISE EM ÁGUA SANITÁRIA. Disponível em:
< http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/agua_sanitaria_2014.pdf >. Acesso em: 05 jul. 2019.
HARRIS, C. D. Análise Química Quantitativa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
UNIPAR CARBOCLORO. Disponível em:http://www.uniparcarbocloro.com.br/uniparcarbocloro/web/download_arquivos.asp?id_arquivo=BEE6448C-E087-4D55-901C-D9197E17DAC6. Acesso em: 17 jul. 2019.