Avaliação do conteúdo mineral de amostras de pimenta rosa (Schinus terebinthifolius raddi) aplicando análise multivariada

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Analítica

Autores

Silva, I.M.J. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA) ; Brandão, G.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA) ; Magalhães, B.E.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA) ; Santos, W.N.L. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA) ; Sauthier, M.C.S. (INSTITUTO FEDERAL BAIANO)

Resumo

Neste trabalho foi realizado um processo de digestão ácida das amostras de pimenta rosa (Schinus terebinthifolius raddi), nas quais foram determinados os teores de Cu, Fe, Mg, Mn e Zn empregando a espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS). A partir da determinação efetuada, foi feita a avaliação do conteúdo mineral empregando análises multivariadas. Na análise de componentes principais (PCA) foi possível descriminar a correlação dos minerais com sua presença nas amostras e suas características, sendo esses resultados corroborados com a análise de grupamentos hierárquicos (HCA).

Palavras chaves

Análise Multivariada; FAAS; Pimenta rosa

Introdução

A necessidade incrementar alimentos vegetais que sejam ricos em nutrientes, minerais, vitaminas e antioxidantes na alimentação diária é um grande avanço para sociedade (Zhang et al., 2019), principalmente os que são produzidos em diversas estações do ano e podem ser adicionados como alimentos funcionais (UPADHYAY et al., 2019). Muitos alimentos vegetais são comercializados no Brasil, tanto orgânicos quanto com processos industrializados, tais como a pimenta rosa (Schinus terebinthifolius raddi) que é o fruto advindo da árvore aroeira, utilizado como condimento gourmet (CALDEIRA et al., 2008) e com potencial para ser um alimento funcional (VIEIRA, CORNÉLIO e SALGADO, 2018). Muitos minerais encontrados na pimenta rosa são necessários para uma dieta humana regular, devido à sua efetiva participação na regularização do funcionamento do corpo humano, na qual tais minerais têm propriedades antioxidativas, catalisadoras, entre outros (PAULINO, 2019). Visto o grande aumento populacional brasileiro (IBGE, 2019) e a tendência da sociedade em ampliar seus mercados, buscando novas metodologias para agradar ao público, faz-se necessário a determinação e avaliação do conteúdo mineral em amostras alimentícias. Portanto, para tal avaliação, neste trabalho foram utilizadas amostras de pimenta rosa, coletadas em Salvador-BA e regiões próximas.

Material e métodos

As amostras, denominadas por siglas (Pa, Pi, Pm, Pc e Pn), passaram pelo processo de digestão ácida seguindo a metodologia de SANTOS-JÚNIOR et al. (2017), em que 300 mg de amostras foram pesados diretamente em um tubo digestor empregando uma balança analítica (Sartorius, ALC / 210.4, USA). Em seguida, 7,0 mL de HNO3 65% (m/m) (Merck) e 1,0 mL de H2O2 30% (m/v) (Merck) foram adicionados no tubo digestor. Posteriormente, a digestão foi realizada nas seguintes condições: temperatura a 180°C, potência a 1000 W; pressão a 100 bar e tempo de 30 min. Após o procedimento, a amostra digerida foi transferida para um tubo Falcon de 50 mL e a solução foi avolumada para 25 mL com água ultrapura. Em seguida, foi utilizado um Espectrômetro de Absorção Atômica com Chama (FAAS), modelo (SensAA, GBC Scientific Equipment, USA), equipado com lâmpadas de cátodo oco como fonte de radiação. Uma chama ar-acetileno foi usada para todos os analitos, cuja vazão dos gases foi de 1,5 L min-1 para o acetileno e 5,0 L min-1 para o ar. A vazão de introdução da solução de amostra foi de 5,0 mL min-1. O modo de leitura utilizado para as medidas de absorvância foi integração de sinal e o tempo de leitura foi de 3 s em triplicata. O método de determinação utilizando o Espectrômetro de Absorção Atômica com Chama (FAAS) obteve os valores dispostos na Tabela 1 e 2 para os parâmetros de validação: limite de detecção (LD), limite de quantificação (LQ), curva de calibração e coeficiente de determinação (R2).

Resultado e discussão

Foram determinados os minerais cobre (Cu), ferro (Fe), magnésio (Mg), manganês (Mn) e zinco (Zn) nas amostras coletadas. A partir destes dados foi realizada a avaliação aplicando análises multivariadas, processadas no STATISTICA 7.0. Na análise de componentes principais (PCA), PC 1 foi responsável por 52,17% e PC 2 foi responsável por 25,79% da variância dos dados. PCA permitiu identificar que as amostras Pi e Pm foram agruparas no terceiro quadrante, em que ao sobrepor a Figura 1 e a Figura 2 demonstra-se que essas amostras possuem maiores concentrações de Mn e Mg. A amostra Pa foi agrupada no primeiro quadrante, demonstrando que a mesma possui maior concentração de Fe. As amostras Pn e Pc foram agrupadas no quarto quadrante, indicando maiores concentrações de Cu e Zn, além de suas projeções gráficas estarem próximas da componente secundária e das replicatas estarem com valores precisos. As projeções gráficas das amostras Pi, Pm e Pa ficam próximas da distribuição principal. Como mostrado na Figura 2, o Mn e Mg estão relacionados negativamente com as PCs 1 e 2, o Fe está relacionado positivamente com as PCs 1 e 2, e Cu e Zn estão relacionados positivamente com PC 1. A análise de grupamentos hierárquicos (HCA), que agrupa os dados de acordo com suas semelhas ou diferenças, corrobora com os resultados obtidos por PCA, conforme apresentado nas Figuras 3 e 4.







Conclusões

Ao aplicar PCA aos resultados obtidos por espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS), foi possível entender como as espécies estudadas se correlacionam, tanto em concentração, quanto em relação a sua presença nas amostras. Além disso, a aplicação de HCA corroborou com os resultados obtidos por PCA, discriminando os analitos a partir de suas características.

Agradecimentos

A CAPES, CNPq, GPDQA.

Referências

CALDEIRA, M. V.; ROSA, G. N.; FENILLI, T. A.; HARBS, R. M. Composto orgânico na produção de mudas de aroeira-vermelha. Scientia Agraria, 27-33, 2008.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/>. Acessado em: 5 de agosto de 2019.
SANTOS-JÚNIOR, A. F.; SÁ, R. R.; SILVA, L. O.; MAGALHÃES, H. I.; TARANTINO, T. B.; KORN, M. G. In vitro Monitoring of Macro and Microelements in Multimineral Preparationsacross Dissolution Profiles by Inductively Coupled Plasma Optical Emission Spectrometry (ICP OES). The Journal Of Brazilian Chemical Society, 28(11), 2163-2171, 2017.
PAULINO, T. Pimenta rosa: 10 benefícios e como usar. Disponível em: <: https://www.remedio-caseiro.com/pimenta-rosa/>. Acessado em: 20 de junho de 2019
ZHANG, L.; LI, Y.; LIANG, Y.; LIANG, K.; ZHANG, F.; XU, T.; LU, B. Determination of phenolic acid profiles by HPLC-MS in vegetables commonly consumed in China. Food Chemistry, 276, 538-546, 2019.
VIEIRA, A. C.; CORNÉLIO, A. R.; SALGADO, J. M. Alimentos funcionais. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/8702/alimentos-funcionais>. Acessado em: 10 de agosto de 2018.

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