ESTUDO FÍSICO-QUÍMICO DAS ÁGUAS MINERAIS EM GARRAFÕES DE 20 LITROS CONSUMIDAS NA REGIÃO DE PICOS-PIAUÍ

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Físico-Química

Autores

Irineu Ribeiro, T. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ) ; Araújo Barros, F.A. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ) ; Barros Bezerra, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ) ; da Luz, L.E. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ) ; Bitencourt Araújo Barros, S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ)

Resumo

Avaliação da água, principalmente daquela destinada ao consumo humano, é de fundamental importância. Por ela pode-se ter certeza de que a água distribuída é de confiança se está isenta de microorganismos ou substancias químicas que podem ser prejudiciais a saúde humana (BRASIL, 2009). Portanto, o presente estudo visa contribuir para ampliar o conhecimento a respeito da qualidade da água mineral das principais marcas comercializadas em embalagens retornáveis de 20 litros no município Picos - PI.A partir das análises físico-químicas que foram realizadas com três marcas de água mineral natural acondicionadas em garrafões de 20 L, comercializadas na cidade de Picos - PI, constatou-se alguns valores adversos aos parâmetros exigidos pela legislação vigente.

Palavras chaves

físico-químicas; qualidade; água

Introdução

A Declaração Universal dos Direitos da Água (1992) declara que “A água é a condição essencial de vida humana”.É essencial que tanto a água bebida quanto a água utilizada nas preparações culinárias sejam potáveis para o consumo humano, ou seja, estejam isentas de micro-organismos e de substâncias químicas que possam constituir potencial de perigo para a saúde humana (BRASIL, 2014). A preocupação com a qualidade da água leva uma crescente parte da população a consumir água de fontes naturais De acordo com o relatório da conferencia Pan-Americana de Saúde e Ambiente Humano Sustentável (COPASAD) grande parte da população brasileira que é abastecida pela rede pública de água não recebe de forma adequada, com qualidade e em quantidade satisfatória, sendo que uma parte dos brasileiros consome água proveniente de fontes inseguras (COPASAD, 1996).Assim, vista a importância da água para a vida humana, há que se levar em conta o papel dos cursosd'água na veiculação de inúmeras enfermidades. Desse modo, avaliação da água, principalmente daquela destinada ao consumo humano, é de fundamental importância. Por ela pode-se ter certeza de que a água distribuída é de confiança se está isenta de microorganismos ou substancias químicas que podem ser prejudiciais a saúde humana (BRASIL, 2009). No que se referem aos garrafões plásticos de 20 litros, alguns cuidados devem ser observados, considerando o aumento do consumo de água mineral e a necessidade de garantia da qualidade final do produto ofertado ao consumidor, assegurando assim a ausência de riscos de seu consumo para a saúde humana. Portanto, o presente estudo visa contribuir para ampliar o conhecimento a respeito da qualidade da água mineral das principais marcas comercializadas em embalagens retornáveis de 20 litros no município.

Material e métodos

As atividades da pesquisa foram realizadas nos laboratórios do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros - CSHNB da Universidade Federal do Piauí - UFPI na cidade de Picos - PI. As amostras de águas minerais das principais marcas de água mineral comercializadas em embalagens retornáveis de 20 litros na macrorregião de Picos - PI foram coletadas conforme especificação da resolução RDC 275, da ANVISA de 2005. Estas foram submetidas a análises físico-químicas de acordo com “métodos físico-químicos para análises de alimentos” relatados pelo INSTITUTO ADOLFO LUTZ de 2008.Foram escolhidas três marcas de água mineral comercializada na região e para cada marca escolhida foram realizadas as análises em triplicata. Os valores obtidos das análises foram avaliados conforme as recomendações da portaria do Ministério da Saúde (MS) 2.914, de 12 de dezembro de 2011.

Resultado e discussão

O pH é um parâmetro significativo na determinação de qualidade da água, e é usado em função da alcalinidade e o gás carbônico livre que também são parâmetros importantes na avaliação da qualidade da água. Assim, as marcas A e C estão dentro dos padrões de potabilidade por apresentarem pH na faixa permitida pela legislação, enquanto que a marca B apresenta pH menor que o limite permitido pela Portaria nº 2.914 que fixa um teor mínimo de pH igual a 6 (BRASIL, 2011).A alcalinidade das águas não representa risco potencial à saúde pública, não se constituindo em um padrão de potabilidade, ficando este efeito limitado pelo valor do pH (BRASIL, 2011).Das marcas analisadas a única que apresentou alcalinidade a fenolftaleína foi a marca A, tendo alcalinidade total média de 238,7 mg/L de CaCO3. A amostra da marca B não apresentou alcalinidade pelo método titulométrico usando tanto o indicador de fenolftaleína, bem como o indicador de verde de bromocresol/vermelho de metila.Por sua vez, a marca C não apresentou alcalinidade a fenolftaleína, obtendo-se um valor baixo de alcalinidade total médio igual a 48,7 mg/L de CaCO3. A acidez carbônica das marcas B e C, os valores obtidos para estas marcas estão acima do valor máximo permitido. Marcas apresentam teores de cloreto inferior ao valor máximo permitido pela legislação vigente,Somente a marca A apresentou valores de condutividade iônica elevado, indicando que esta marca de água possui um conteúdo maior de sais dispersos.As três marcas A, B e C apresentaram valor de turbidez inferior ao valor máximo permitido,A cor da água é proveniente da matéria orgânica,Para as três marcas foram obtidos valores inferior ao valor máximo permitido. As Três marcas conferem valores de dureza dentro da faixa permitida pela legislação.

TABELA 1: Valores físico-químicos de amostras de água mineral

a Valores representam a média das triplicatas; b Desvio padrão da medida; * Valor máximo permitido (V.M.P.) para cada parâmetro físico-químico, conforme especificações da Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, e da RD

Conclusões

Na presente pesquisa realizada durante os meses de agosto de 2017 a julho de 2018, foi possível avaliar alguns dos parâmetros da qualidade da água para consumo humano conforme definido na portaria nº 2.914/11 que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. A partir das análises físico-químicas que foram realizadas com três marcas de água mineral natural acondicionadas em garrafões de 20 L, comercializadas na cidade de Picos - PI, constatou-se alguns valores adversos aos parâmetros exigidos pela legislação vigente.

Agradecimentos

Ao apoio da Universidade Federal do Piauí(UFPI)

Referências

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