Determinação de Ca2+, Mg2+ e Al3+ trocáveis em amostras de solo coletado em aterro sanitário

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Iniciação Científica

Autores

Barbosa, J. (UEPA) ; Santos, M.O. (UEPA) ; Silva, T. (UNIFESSPA)

Resumo

O aterro sanitário é uma obra de engenharia com o objetivo de tratar a decomposição final dos resíduos da forma mais ambientalmente correta possível. Todos os resíduos são cobertos por camadas de argila. De acordo com a norma da ABNT NBR 13896/1997, é recomendado que a construção dos aterros tenha vida útil mínima de 10 anos. O seu monitoramento deve prolongar-se por pelo menor mais 10 anos após o seu encerramento. Pensando nisso, objetivou-se determinar a capacidade de troca dos íons Ca, Mg e Al na argila que é utilizada para a impermeabilização do aterro, visto que para a reabilitação da área após fechamento do aterro a implantação de áreas verdes seria uma das alternativas. Assim, utilizando-se métodos complexométricos clássicos de análise foi possível analisar tais parâmetros.

Palavras chaves

Aterro Sanitario; Ions trocaveis; CTC

Introdução

O aterro sanitário é a forma mais viável de destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Dos 5.570 municípios brasileiros apenas 40,83% encaminham seus resíduos aos aterros. A função do aterro sanitário é isolar os resíduos sólidos de qualquer contato com o mundo exterior, garantindo, assim, a decomposição da matéria orgânica de maneira adequada a fim de evitar impactos ambientais e disseminação de doenças. Conforme a NBR 8419/1992, aterro sanitário é uma técnica de disposição dos resíduos sólidos urbanos no solo. Deve ser acompanhada da compactação (menor área e volume possível) e seguida do seu soterramento no encerramento das atividades. Assim, coletas de amostras de solo foram realizadas no aterro sanitário do município de Marabá com o objetivo de determinar a quantidade de cátions trocáveis que o mesmo apresenta, visto que é recomendado a implantação de áreas verdes como alternativa de reparo de áreas degradadas por resíduos sólidos. A implantação de parques e espaços mais abertos poderá beneficiar a um maior número de pessoas, e uma área verde, com trabalho paisagístico de implantação de gramados, arbustos e árvores. Em junho de 2018 a prefeitura de Marabá adquiriu uma fazenda cuja destinação será para a implantação do novo aterro sanitário de Marabá em substituição ao que está em operação, ativo a mais de uma década. Os cátions trocáveis (Al3+, Ca2+ e Mg2+) são determinados utilizando-se uma solução extratora, em que o método do KCl é o preferencial. Esses cátions adsorvidos são então analisados por métodos volumétricos.

Material e métodos

Amostras de solo foram coletadas no aterro sanitário de Marabá em janeiro de 2019. Foram coletadas 11 amostras superficiais (0-20 cm de profundidade) de solo que foram armazenadas em sacos plásticos e conduzidas ao laboratório de química da UEPA. Os mesmos foram secos em estufa a 100 ºC por 24 horas. Após secagem, as amostras passaram pelo processo de catação para que todo resíduo de lixo, que por ventura estivesse no solo fosse removido. As amostras foram homogeneizadas em almofariz e condicionados em sacos plásticos de polietileno. Foram determinados os teores de umidade e perda ao fogo. Foi pesado cerca de 5g de cada uma das amostras em erlenmeyer e adicionado 50 mL de solução extratora de KCl. Agitou-se e as mesmas permaneceram em repouso por um período de 24h. Pipetou-se três alíquotas de 5 mL para erlenmeyer de 125 mL para a determinação de alumínio, cálcio + magnésio e cálcio trocáveis. As análises foram realizadas em triplicata.

Resultado e discussão

Um solo tem condições ideais para o desenvolvimento das plantas se a capacidade de troca catiônica (CTC) é ocupada por cátions trocáveis, ou seja, K+, Ca²+, Mg2+ e Na+. O sódio (Na+) por estar presente, geralmente, em pequenas quantidades não é levado em consideração. A não ser em solo sódico. Porém, se a CTC está ocupada, em grande parte, por H+ e Al³+, podemos dizer que este solo é pobre e não tem condições de disponibilizar nutrientes para as plantas. Um solo com baixa CTC quer dizer que o solo tem pouca capacidade de reter cátions trocáveis, ou seja, há grande perda de nutrientes por lixiviação. Isto significa que a calagem e a adubação devem ser feitas em pequenas quantidades, ou seja, parceladas, para evitar estas perdas. Temos dois tipos de Capacidade de Troca de Cátions - CTC: a CTC efetiva e a CTC a pH7,0. A soma de bases (S ou SB) dá uma idéia da quantidade de cátions trocáveis que o solo possui. A CTC efetiva compreende a soma de bases mais o Alumínio³+. A CTC a pH7,0 ou CTC potencial (T) é a soma de todos os cátions trocáveis, ou seja, os bons nutrientes - K+, Ca²+, Mg²+, e os nutrientes nocivos às plantas, como o H+ e Al3+. Nos solos, argilas e matéria orgânica são as responsáveis pela CTC. Nas argilas, tipo 1:1, a quantidade de CTC é de 3 a 15 cmolc/kg; nas argilas, tipo 2:1, a quantidade de CTC é de 100 a 150 cmolc/kg; no silte, é de 1% e na areia 0%. Solos argilosos, com maior teor de matéria orgânica (200 a 300 cmolc/kg), solos com argilas do tipo 2:1 (montmorilonita, 80 a 120 cmolc/kg e vermiculita, 100 a 150 cmolc/kg) apresentam maior teor de CTC. Por outro lado, solos arenosos e com argilas do tipo 1:1 (caulinita, 3 a 15 cmolc/kg e ilita, 20 a 40 cmolc/kg) apresentam menor teor de CTC.

Tabela 1: Análise de íons trocáveis

Ca, Mg e Al trocáveis em amostras de solo coletadas no aterro sanitário de Marabá.

Conclusões

Observou-se uma quantidade pouco significativa na concentração dos íons Ca, Ma e Al trocáveis nas amostras de solo analisadas.

Agradecimentos

A UEPA, Campus Marabá. A Unifesspa

Referências

Saneamento ambiental. Disponível em:
https://maraba.pa.gov.br/saneamento-ambiental-prefeitura-de-maraba-vai-implantar-novo-aterro-sanitario/. Acesso em: 15/06/2019.

Teixeira, P. C. et. al. Manual de métodos de análise de solos. 3 ed. Brasília - DF, Embrapa:2017.

Ronquim, C. C. Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado para as regiões tropicais. Campinas, Embrapa: 2010.

Caderno técnico. Disponível em: http://www.feam.br/images/stories/Flavia/areas_degradadas.pdf. Acesso em: 05/07/2019.

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