PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA NO EXTRATO DO CAFÉ TORRADO UCHÔA ( Coffea L.) PRODUZIDO NA MATA ATLÂNTICA DE GUARAMIRANGA - CE
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Alimentos
Autores
Teles, T.N.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA) ; Monteiro, M.R.N. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA) ; Oliveira, B.N. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA) ; Liberato, M.C.T.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA)
Resumo
O café é uma bebida preparada a partir dos seus grãos torrados e é conhecido por seu sabor e aroma.É uma bebida estimulante associado à presença de metilxantinas,o composto bioativo mais importante no café, entre outros, como ácido clorogênico (CGA), diterpenos e trigonelina. O CGA é um composto fenólico com propriedades biológicas como antioxidande, anti-inflamatório e hipoglicémico. O objetivo desde trabalho foi observar as propriedades do grão de café torrado Uchôa da espécie Coffea Arábica.Foram analisados seus metabólicos secundários, através dos testes fitoquímicos,e por quantificação fenóis totais e flavonoides.Nos testes foram observados resultados positivos para fenóis, confirmando assim a presença de ácido clorogênico,e também a presença de Xantinas, que está associada a cafeína.
Palavras chaves
ÁCIDO CLOROGÊNICO; XANTINAS; FENOIS
Introdução
Desde sua descoberta, o café chama atenção devido às suas propriedades. Sua principal utilização era como uma bebida energética, mas com o passar do tempo foi se descobrindo que o café era muito além desse aspecto. Ele passou a ser a principal fonte de renda em alguns países árabes, chegando à Europa, onde começou a ser bastante comercializado, conquistando espaço em escala mundial. (ABIC-a). No Brasil, o café teve sua entrada pela região Norte, no Pará, mas devido às condições climáticas foi se expandindo para o Sudeste, concentrando-se nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Espirito Santo, sendo hoje a maior região produtora. O Brasil é o maior produtor e exportador de café e é o segundo maior consumidor mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos. Em algumas regiões o café é a principal fonte de renda. (ABIC-a). O café é uma bebida preparada a partir dos seus grãos torrados e é conhecido por seu sabor e aroma. É a terceira bebida mais comum no mundo, conhecida pelo seu poder estimulante associada à presença de metilxantinas, ácido clorogênico (CGA), diterpenos e trigonelina. O CGA é um ácido fenólico que possui propriedades biológicas como: antioxidante, anti- inflamatória, neuroprotetora, hipolipidémico e hipoglicémico (STEFANELLO et al., 2019).). Com o tempo, vários estudos foram realizados com o café sendo descoberto que além da presença da cafeína, que é uma substancia energética, essa bebida apresenta também quantidades significativas de carboidratos, lipídeos, proteínas, minerais, algumas vitaminas e também compostos com atividade antioxidante. A cafeína, um alcaloide foi descoberta no chá ( Camellia sinensis ) e no café ( Coffea arabica ) na década de 1820 ( ASHIHARA and CROZIER, 2001).), e o ácido clorogênico composto fenólico (CGA) foi isolado do café por Gorter em 1908 (FELDMAN et al., 1969). Dessa forma o café pode ser útil no tratamento de certas doenças, como diabetes mellitus (DM), doenças cardiovasculares e doença de Alzheimer (ANWAR et al., 2013a ; STEFANELLO et al., 2016 , 2014;. STEFANELLO et al., 2019). Sua composição no entanto pode ser alterada durante o processo de torra até o consumo final. A principal propriedade que é afetada durante esse processo são os compostos antioxidantes. Esses compostos são importantes para o organismo no combate aos radicais livres responsáveis pelo envelhecimento e até mesmo no combate ao câncer. Dependendo da temperatura pelo qual os grãos foram submetidos pode haver uma diferença na quantidade de substâncias que ficam retidas no café (JEON et al., 2017). O presente trabalho procurou identificar as propriedades do grão de café torrado Uchôa da espécie Coffea Arabica que pertence a família Rubiaceae e o gênero Coffea L..Foram realizados testes de prospecção fitoquímica e quantificação de fenóis e flavonoides totais.
Material e métodos
As análises laboratoriais foram realizadas nos laboratórios de LQPN, LABIOTEC e NUPESA localizados na Universidade Estadual do Ceará. A amostra do café Uchôa torrado foi primeiramente comprada em uma cafeteria localizada na cidade de Fortaleza-CE (Figura 1), onde 50g da amostra foi triturada, colocada em repouso com álcool 96% por uma semana. Após esse período a amostra foi filtrada para retirar a parte sólida e utilizada a solução líquida para a realização dos testes fitoquímicos. Em seguida a solução foi colocada na chapa aquecedora para evaporação do álcool ficando somente o extrato alcoólico seco para a realização dos testes de quantificação de fenóis totais e flavonoides. Para a obtenção do teor de fenóis totais foi utilizado o método de Folin Ciocalteau (SOUSA et al., 2007). que utiliza o Ácido Gálico como padrão de referência. Pesou-se 7,5 mg do extrato seco e diluindo-se em seguida em metanol e completando-se em um balão volumétrico de 25mL. Foi retirada uma alíquota de 100 uL do balão de 25mL e 500uL da solução de Folin Ciocalteau e agitando-se por 30 segundos. Em seguida foram adicionados 6 mL de H2O destilada e 2mL de Na2CO3 a 15% agitando-se por um minuto e completando com agua destilada para um balão de 10mL. Foram realizados testes em triplicata e as amostras foram colocadas em ambiente escuro. O mesmo foi feito com a solução de Folin Ciocalteau, que serviu como o branco. Após o período de 2 horas foi feita a leitura no espectrofotômetro do UV-vis na absorbância de 750nm em cada cubeta onde uma foi o teste em branco e as outras três foram as triplicatas. De acordo com o método Park et al (1995), com algumas modificações, foi realizado o teste de flavonoides. Para este teste foram pesados 20mg do extrato seco, diluindo-se em etanol e completando-se para um balão de 10mL. Em seguida retirou-se uma alíquota de 2 mL dessa solução juntou-se com 1mL de uma solução de Cloreto de Alumínio 2,5% completando-se em balão de 25mL com Etanol. O sistema foi colocado em repouso no escuro por 30 min. Após esse tempo foi feita a leitura das amostras, inclusive o branco, no Espectrofotômetro do UV-vis na absorbância de 425nm. Para este teste foi utilizada a curva analítica da Quercetina.
Resultado e discussão
Na realização dos testes fitoquímicos (Tabela 1) foi observado resultado
positivo para fenóis e taninos condensados, após confirmar a formação de
precipitado e coloração verde (figura 1), indicando que o grão tem o teor
antioxidante devido a presença de fenóis, a presença de antocianinas no pH
3,0 ( coloração vermelha) e de Flavanonas, Flavanois e Xantonas em pH 11
(coloração amarela). Após passar por fervura nos dois tubos houve uma
intensificação da cor, confirmando a presença de Leucoantocianidinas e
Flavanonas, respectivamente. Todos os compostos são bioativos dos grupos de
polifenóis, responsáveis pela a proteção contra danos oxidativos. São
pigmentos vegetais de cores azul, azul avermelhado e violeta. No teste de
triterpenoides, apresentou-se a coloração vermelha, indicação positiva no
teste. Os triterpenoides pertencem ao grupo dos terpenos e, devido às suas
diversas atividades farmacológicas, relacionadas com os seus efeitos
hepatoprotetores, antioxidante, anti-inflamatório e antitumoral, têm sido
alvo de um grande interesse científico. No teste da Xantina, houve a
indicação positiva, confirmando assim a presença da cafeína, que é uma
metilxantina. No teste de
fenóis totais apresentou-se um resultado significante Teor = 110,20 ± 0,10
mg EAG de extrato do café onde foi utilizada a curva de ácido Gálico como
padrão devido ao seu alto teor de presença de fenóis. Ao indicar esse alto
teor indica a presença de acido clorogênico que é o principal componente do
grão de café e que auxilia na prevenção de radicais livres e combatendo
várias doenças ,como na área de tratamento de diabéticos e hipertensos. No
teste de flavonoides indicou um Teor = 7,20 ± mg EQ
(Equivalente a Quercetina) de extrato do café. Onde foi usado a curva
analítica de quercetina, padrão para a quantidade de polifenóis, que possuem
ação contra radicais livres e são queladores dos íons metálicos, protegendo
os tecidos contra radicais livres de oxigênio e peroxidação de lipídeos.
Conclusões
De acordo com os testes realizados na prospecção fitoquímica os resultados confirmaram que o café torrado da Serra de Guaramiranga é um alimento que além de sabor agradável tem excelentes constituintes que contribuem para uma boa saúde, contendo compostos antioxidantes, devido principalmente a presença de compostos fenólicos, como o ácido clorogênico, que de acordo com a literatura é um composto que auxilia na prevenção de radicais livres, combatendo várias doenças, auxiliando no tratamento de diabéticos.
Agradecimentos
A Universidade Estadual do Ceará, aos laboratório LABIOTEC( Laboratório de Biotecnologia) e LQPN( Laboratório de Química de Produtos Naturais) e a todos que me apoiaram neste trabalho.
Referências
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