Determinação Preliminar da Quantificação do Teor de Compostos Fenólicos e Atividade Antioxidante da Polpa da Acerola.
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Alimentos
Autores
Paula, F. (UECE) ; Muniz, H. (UECE) ; Vasconcelos, A. (UECE) ; Aguiar, G. (UECE) ; Silva, D. (UECE) ; Ribeiro, S. (UECE) ; Braga, A. (UECE) ; Cavalcante, T. (UECE) ; Liberato, C. (UECE)
Resumo
Estima-se que, cerca de 80% da população de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, são quase completamente dependentes da medicina caseira, utilizando plantas para suas necessidades primárias de saúde (CHADWICK; MARSH,1990).O consumo de frutas tropicais está aumentando nos mercados nacional e internacional devido ao crescente reconhecimento de seu valor nutricional e terapêutico (RUFINO et al., 2010). Os frutos de clima tropical e subtropical se sobressaem quanto à qualidade e quantidade dos compostos antioxidantes devido a sua forte exposição à radiação solar (HANAMURA; HAGIWARA; KAWAGISHI, 2005).
Palavras chaves
Frutas; valor nutricional; antioxidantes
Introdução
Estudos têm evidenciado a função benéfica do consumo de frutas para a manutenção da saúde e prevenção de doenças, aumentando assim a expectativa de vida dos seus consumidores (HUNG et al.,2004; MARTINEZ- VALVERDE; PERIAGO; ROS, 2000;SUN et al., 2002;TULIPANI et al., 2011) e esta proteção tem sido atribuída aos vários antioxidantes que esses alimentos contém. Entre os mais abundantes presentes em frutos estão os compostos polifenólicos, as vitaminas C, A, B, E e os carotenóides (LIM; LIM; TEE, 2007). Contudo, o conteúdo desses compostos bioativos é influenciado por inúmeros fatores, como condições climáticas, tempo de amadurecimento, genótipo, técnicas de cultivo e principalmente, estádio de maturação (MENICHINI et al., 2009). Foram realizados testes com a fruta acerola obtida em Fortaleza - Ceará. A acerola é uma fruta rica em vitamina C como também carotenoides, tiamina, riboflavina, niacina, proteína e alguns minerais como ferro, cálcio e fósforo, sendo consumida in natura, como suco ou em sorvetes. .
Material e métodos
Inicialmente foi preparado um extrato utilizando a casca e a polpa da acerola (50g), em temperatura ambiente. Esse extrato foi colocado em maceração por 7 dias com etanol comercial (96° GL) como solvente orgânico, sendo concentrado em chapa aquecedora, obtendo-se assim, o extrato etanólico da acerola (M. emarginata D.C). A determinação do teor de fenóis totais foi feita por meio de espectroscopia na região visível pelo método de Folin-Ciocalteu (SOUSA et al., 2007). Para a quantificação do teor de flavonóides, utilizou-se a metodologia proposta por Funari e Ferro (2006), utilizando como reagente o cloreto de alumínio a 2,5%. Preparou-se uma solução pela dissolução de 20 mg da amostra em 10 mL de etanol. Misturou-se uma alíquota de 2 mL desta solução (concentração de 2mg/mL) com 1 mL de solução de cloreto de alumínio a 2,5% e completou o volume em balão volumétrico para 25 mL com etanol. Após 30 min determinou-se a absorbância da amostra a 425 nm, em espectrofotômetro UV- vis... Para a determinação de atividade antioxidante, com o método DPPH, utilizou- se a metodologia proposta por Yepez et. al (2002) – adaptado. Preparou-se a solução de DPPH (2,2 difenil -1- picril – hidrazila) dissolvendo-se 0,0013 desse radical e solubilizando-se em 50 mL de metanol (envolvendo o balão volumétrico com papel alumínio). Após essa etapa determinou-se a absorbância da solução a 515 nm, em espectrofotômetro. Pesou-se 15 mg (0,015g) da amostra e solubilizou-se em 1,5 mL de metanol para a obtenção da solução mãe (10.000 ppm). Misturou-se, em tubos de ensaio 3,9 mL da solução de DPPH e 0,1 mL da amostra. Realizando triplicatas, e mantendo o teste na ausência de luz por 30 min. Em seguida, determinou-se a absorbância da amostra a 515 nm, em espectrofotômetro UV-vis.
Resultado e discussão
Foram obtidos os Teores de Fenóis totais, Flavonóides totais e Atividade
antioxidante: Na tabela encontram-se os valores obtidos nas avaliações da
atividade antioxidante, bem como a quantificação estimada da concentração de
fenóis e flavonóides totais do extrato obtido da Acerola (Malpighia
emarginata D.C).
Amostra Teor fenóis mg
EAG (Equivalente
ao Ácido Gálico) /g
de Extrato Teor flavonóides mg EQ (Equivalente
a Quercetina) / g de Extrato Atividade antioxidante
(Ic50) Mg / mL
Acerola 87,69 ± 0,35 5,77 ± 0,03 12,68 ± 0,20
Tabela 1: Teor de Fenóis totais, teor de flavonoides e atividade
antioxidante
Fonte: Próprio autor
Como a população, ainda, desconhece a importância das plantas medicinais nas
últimas décadas, foram realizadas inúmeras pesquisas para esclarecer o papel
dos radicais livres em processos fisiopatológicos como envelhecimento,
câncer, aterosclerose e principalmente, inflamação. Ferreira e Matsubara
(1997) relataram essa relação positiva com a produção de radical livre e
ação anti-inflamatória.
A atividade antioxidante de compostos fenólicos deve-se principalmente às
suas propriedades redutoras e estrutura química. Estas características
desempenham um papel importante na neutralização ou sequestro de radicais
livres e quelação de metais de transição, agindo tanto na etapa de iniciação
como na propagação do processo oxidativo (SOUSA et al.,2007)
Conclusões
A determinação preliminar qualitativa mostra que foi possível a identificação de alguns metabólitos secundários presentes e importantes para a acerola dentre eles encontram-se, fenóis, flavonoides, antocianinas e alcalóides entre outros, podendo corroborar com a literatura. Estudos aprofundados sobre a M. emarginata D.C vem contribuindo bastante para a farmacologia e indústrias, pois o resultado do teor de fenóis e flavonóides da amostra analisada mostrou-se bastante propício seu uso como preventivo de enfermidades.
Agradecimentos
Referências
HUNG, H.C.; JOSHIPURA, K.J.; JIANG, R.; HU, F.B.; HUNTER, D.; SMITH-WARNER,S.A.; COLDITZ, G.A.; ROSNER, B.; SPIEGELMAN, D.; WILLETT, W.C. Fruit andvegetable intake and risk of major chronic disease. Journal of the National CancerInstitute. v. 96, p. 1577–1584, 2004.
LIM, Y.Y.; LIM, T.T.; TEE, J.J. Antioxidant properties of several tropical fruits: Acomparative study. Food Chemistry. v. 103, p. 1003-1008, 2007.
MARTINEZ-VALVERDE, I.; PERIAGO, M.J.; ROS, G. Significado nutricional de los compuestos fenólicos de la dieta. Archivos Latinoamericanos de Nutrição, Caracas. v. 50, n. 1, p. 5-18, 2000.
MENICHINI, F; TUNDIS, R; BONESI, M; LOIZZO, M.R; CONFORTI, F; STATTI, G; DE CINDIO, B; HOUGHTON, P.J; MENICHINI, F. The influence of fruit ripening on the phytochemical content and biological activity of Capsicum chinense Jacq. cv Habanero. Food Chemistry, v. 114, p. 553-560, 2009.
Sousa CM, Silva HRE, Vieira-Jr GM, Ayres MCC, Costa CLS, Araújo DS, Cavalcante LCD, Barros EDS, Araújo PBM, Brandão MS, Chaves MH 2007. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. QuimNova30: 351-355.
SUN, J.; CHU, Y.F.; WU, X.; LIU, R.H. Antioxidant and antiproliferative activities ofcommon fruits. Journal of Agricultural and Food Chemistry. v. 50, p. 7449–7454, 2002.
TULIPANI, S.; ALVAREZ-SUAREZ, J.M.; BUSCO, F.; BOMPADRE, S.; QUILES, J.L.; MEZZETTI, B.; BATTINO, M. Strawberry consumption improves plasma antioxidant statu and erythrocyte resistence to oxidative haemolysis in humans. Food Chemistry. v. 128, p.180-186, 2011.