Caracterização das propriedades físico-químicos da Eugenia uniflora.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Alimentos

Autores

Aguiar, G. (UECE) ; Vasconcelos, (UECE) ; Cipriano, D. (UECE) ; Nascimento, A. (UECE) ; Ribeiro, S. (UECE) ; Sales, K. (UECE) ; Liberato, M.C. (UECE)

Resumo

A pitanga (Eugenia uniflora) é uma espécie de clima subtropical, que vem sendo estudada sobre o seu conteúdo nutricional para que seja utilizada como parte de uma dieta saudável e que possa ser empregada em conjunto de outros alimentos. Pelos poucos trabalhos na literatura sobre seus compostos fenólicos, que demonstrem sua eficácia no corpo humano, este projeto teve como objetivo, avaliar as características físico-químicas e sua atividade antioxidante da fruta in natura afim de se comprovar sua atividade benéfica à saúde. Os testes utilizados foram: atividade antioxidante(R2 = 0,9888), pH (3,89), umidade (13,46%) e o grau brix (9,45°) .Os resultados dos testes citados,mostraram-se promissores para a classificação de alimento funcional, sendo necessário mais testes para a sua comprovação.

Palavras chaves

Pitanga; Alimentos funcionais ; Antioxidantes

Introdução

A pitanga é uma das espécies da Eugenia, que possui algumas características particulares, por ser originária do Brasil, ser bem adaptada a climas tropicais e adaptou-se favoravelmente às condições climáticas e edáficas da região Nordeste Brasileira (LIMA; MÉLO; LIMA, 2005). A fruta tem formato esférico com incisões longitudinais espaçadas que podem chegar a 5 cm de diâmetro, com sabor e aroma intenso, doce e ácido. Segundo Bezerra et al., (2000) durante o amadurecimento, passa de verde para amarelo até chegar ao vermelho, vermelho escuro ou preto. Durante a maturação, várias transformações bioquímicas ocorrem nos frutos, entre elas a tendência ao aumento dos sólidos solúveis totais e redução da acidez (Hardenburg et al., 1986). As condições pós-colheita da pitanga madura é muito reduzida, sendo de aproximadamente 2 dias à temperatura ambiente, quando colhida madura (EPSTAIN, 1998).Atualmente, pela maior procura por alimentos funcionais, as frutas nativas vem ganhando cada vez mais espaço, por suas propriedades fitoquímicas e antioxidantes. No trabalho teve-se como objetivo de avaliar as propriedades dessa fruta com base nos testes de pH, umidade, brix e teor de antioxidantes.

Material e métodos

As frutas foram obtidos em mercados locais,nas primeiras horas da manhã e transportados ao Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia da Universidade Estadual do Ceará, onde foram selecionados e lavados com água e detergente neutro e com 200 mg/L de hipoclorito de sódio. Para manter a conservação, as frutas foram mantidas no refrigerador a 5°C. Para os testes, as frutas foram liquidificadas com água destilada para que ficasse no aspecto de polpa. Para sua mensuração do pH, foram utilizados 10 mL da polpa da fruta e adicionado 10 mL de água destilada, em seguida se foi levado para o pHmetro para que se fosse realizado a leitura.Foram feitas triplicatas das amostras. No teste de umidade, aplicou-se a metodologia baseada no método refratométrico de Chataway revisado por Wedmore Instituto Adolfo Lutz (2008) que fornece a concentração como função do índice de refração. Na análise do grau Brix, foi realizada através do método de refratometria, colocando gotas da amostra no refratômetro e fazendo as leituras seguindo a metodologia de BRASIL (2005). No teste de determinação da atividade antioxidante foi usado o radical DDPH (1,1-diphenil-2-picril-hidrazil),que contém uma coloração púrpura, para calcular se os antioxidantes presentes na amostra com ajuda do espectrofotômetro. Em tubos de ensaio, foram adicionadas 3,9 mL da solução metanólica de DPPH, posteriormente adicionadas 0,1mL da amostra em diferentes concentrações. A absorbância foi medida a 515nm os resultados foram expressos em IC50 (mg/mL) e foi extrapolada a partir da curva dose-resposta. As análises foram realizadas em triplicata .A média de triplicatas IC50 (concentração que causa 50% inibição) para cada amostra foi determinada graficamente. (BLOIS, 1958; BRAND-WILLIAMS et al, 1995)

Resultado e discussão

De acordo com Brasil, (2000), os resultados de pH das amostras estavam fora do padrão, tendo como média 3,89 e os valores máximos permitidos pela legislação são de 3,4. De acordo com Nogueira et.al (2002) o pH do suco, são acometidas pela variabilidade genética dos pomares, chuvas, temperatura, altitude, adubação, irrigação e a ocorrência de pragas. Já os resultados do grau brix também deram acima dos padrões estabelecidos por Brasil (2000), onde pelas normas, os valores mínimos devem ser de 6° Brix e os obtidos das amostras foram de 9,25° Brix, indicando um bom índice de açúcares totais nesse fruto, indicando seu estágio de maturidade. Nos testes de umidade, apresentou valores muito baixos, cerca de 13,46%, muito diferentes das apresentados por Salgado et al. (1999) que reportou um valor de 90,47%, demonstrando sinérese da fruta e a sensibilidade de sua casca frente ao transporte.Para Chitarra; Chitarra (2005), perdas de umidade entre 5 e 10 % diminuem o valor nutricional da maioria das frutas e hortaliças. No teor de antioxidante foi apresentado um valor de EC50, obtido por regressão linear, para a mostra da polpa de pitanga, mostrou elevado coeficiente de determinação (R2 = 0,9888) e o EC50 atingidos pelo extrato de pitanga foram de 233,80 ± 2,04 mg/L demonstrando um alto rendimento e elevado valor da ação oxidante do material analisado. Na literatura, não possui muitos estudos sobre a quantificação do teor de antioxidante usando a técnica do DPPH,sendo necessário mais testes para comprovar a sua quantificação por esse método.

Conclusões

Com base nos resultados obtidos, pode ser observado que a pitanga em natura, demonstra uma alta capacidade de utilização em dietas balanceadas, podendo ser empregado na indústria como suco e polpa,porem sendo muito sensíveis a perda de suas propriedades em processos mais elaborados. Sua atividade antioxidante ainda precisa de mais estudos, com o radical DPPH, porém seus resultados preliminares tem-se demonstrados promissores, indicando que talvez a pitanga possa ser utilizada futuramente como um alimento funcional.

Agradecimentos

Agradeço a UECE, ao Laboratório de bioquímica e biotecnologia (LABBIOTEC), onde foram realizados os testes.

Referências

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