AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CASCAS IN NATURA DE CHUCHU (Sechium edule Sw.) ADQUIRIDOS DE FRUTOS COMERCIALIZADOS NA CENTRAL DE ABASTECIMENTO HORTIFRÚTIS ‒ CEASA EM SÃO LUÍS – MA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Alimentos

Autores

Tuanne Pereira de Farias, I. (UFMA) ; da Silva Oliveira, M.V. (UFMA) ; Nagib Mouchrek, C. (UFMA) ; Santos de Oliveira, R.W. (UFMA) ; Carvalho Martiniano de Azevedo, L. (UFMA) ; Castro Sousa, J.K. (UFMA) ; Luz, D.A. (UFMA)

Resumo

O número de trabalhos de caracterização da fruticultura ainda é reduzido, principalmente referente às partes não convencionais dos frutos, como por exemplo, as cascas, que geralmente não são aproveitadas. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo nutricional das cascas “in natura” do chuchu, através dos teores do macro componentes (proteínas, lipídios e carboidratos) além de cinzas, umidade e valor calórico, que foram realizados seguindo as metodologias do IAL (2008). Os resultados encontrados foram: proteínas 0,83±0,03g/100g; lipídios 0,31±0,07g/100g; carboidratos 7,32±0,34g/100g; cinzas 0,63±0,02g/100g; umidade 90,01±0,32g/100g e valor calórico 35,39± 1,38g/100g. Podendo-se considerar pelo exposto que a casca do chuchu é rica em nutrientes podendo ser consumida junto a sua polpa.

Palavras chaves

Agregação de valor; Cascas; Nutrição

Introdução

O estudo dos vegetais tem ganhado espaço nos últimos anos. Novas pesquisas têm sido elaboradas com o propósito de analisar principalmente as suas composições químicas benéficas para a saúde. Embora a composição do chuchu seja pouco estudada em comparação as frutas e demais vegetais, ele encontra- se entre uma grande variedade de aplicações extensivas no ramo dos cosméticos e indústrias de higiene, tais como hidratantes, limpadores, loções solares, pastas de dentes, enxaguantes bucais, cremes de barbear, desodorantes e xampus (VIEIRA, 2013). Além disso, as flores do chuchuzeiro são relatadas como boas fontes de néctar para cervejas e devido à sua flexibilidade e força, as fibras da haste do chuchu tem sido usadas na indústria de papel e fábrica artesanal de cestos e chapéus (BERMEJO; LEON, 1994; LIM, 2012). No entanto, pouco se sabe a respeito dos nutrientes encontrados em suas cascas, uma vez que seu destino na maioria das vezes são os lixos domésticos e ou industriais. Assim sendo, este trabalho busca contribuir para este conhecimento e assim agregar valor a uma parte deste fruto tão desperdiçada.

Material e métodos

Coleta da amostra: Durante três vezes por semana foram coletados um total de 500g do fruto chuchu, com boa consistência e sem lesões aparentes nas cascas, sendo adquiridos na Central de Abastecimento Hortifrútis – CEASA, localizada na cidade de São Luís – MA. Após a seleção dos frutos, estes foram levados para o Laboratório de Análises Físico-Químicas do Programa do Controle de Qualidade de Alimentos e Água – PCQA da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, onde foram higienizados (150 ppm de cloro residual) por 10 minutos, lavados em água corrente (5 minutos), e descascados a seguir manualmente com facas higienizadas e suas cascas armazenadas em sacos plásticos sob refrigeração de ± 5°C, para posteriores análises. Caracterização dos parâmetros nutricionais: As cascas do chuchu foram caracterizadas através das análises físico-químicas dos macros componentes (proteínas, lipídios e carboidratos) além de cinzas, umidade e valor calórico. Todos os experimentos seguiram as metodologias descritas e recomendadas pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008) e foram realizados em triplicatas.

Resultado e discussão

A Tabela 1 ilustra um resumo de todos os valores médios dos parâmetros realizados por esta pesquisa em comparação com os valores encontrados na literatura para casca e polpa do chuchu (Sechium edule Sw.). De acordo com a Tabela 1, nas análises das cascas o valor médio de umidade encontrado foi de 90,91±0,32%, sendo que este valor se mostrou inferior ao apresentado por Bellur e Prakash (2015) que foi de 94%. Essa diminuição pode ter sido ocasionada no preparo da amostra in natura, onde se pode ter friccionado o chuchu durante o seu manuseio. Entre os valores médios das análises da casca em comparação a polpa, a casca apresentou teores superiores nos parâmetros analisados, com exceção dos teores de proteínas e umidade, possuindo assim um valor nutricional superior à polpa. As diferenças nos resultados podem ser ocasionadas por alguns fatores, pois as propriedades físico-químicas dos frutos podem variar de acordo com a região onde foram produzidos e o tempo de maturação, assim como o tipo de solo que dependendo da sua riqueza em nutrientes influenciam diretamente na composição de todo o fruto (FAGUNDES; YAMANISHI, 2001).

Tabela 1

Composição nutricional da casca do chuchu (Sechium edule Sw.) (g/100g) in natura comparados aos dados da literatura para casca e polpa.

Conclusões

A caracterização nutricional das cascas do chuchu (Sechium edule Sw.) in natura comercializado na Central de Abastecimento Hortifrúti - CEASA da cidade de São Luís - MA foi bastante satisfatória. Os valores médios dos parâmetros estudados na casca em comparação com os dados encontrados na literatura para polpa se mostraram superiores, com exceção dos teores de proteínas e umidade. Mostrando-se assim, tão rica de nutrientes quanto a polpa que é convenientemente mais utilizada, agregando assim valor a esta, sugerindo inclusive ser consumida junto ao fruto evitando desperdiço.

Agradecimentos

À UFMA / PCQA

Referências

BELLUR NAGARAJAIAH, S., PRAKASH, J. Chemical composition and bioactive potential of dehydrated peels of Benincasa hispida, Luffa acutangula, and Sechium edule. Journal of Herbs, Spices e Medicinal Plants, 2015.
BERMEJO, J. E. H., E Leon, J. Neglected crops: from a diferent perspective. Plant Production and Protection Series. Food and Agriculture Organization of the United State. Rome, 1994.
FAGUNDES, G. R.; YAMANISHI, O. K. Características físicas e químicas de frutos de mamoeiro. Brasília –DF. Revista brasileira de fruticultura, 2001. v.23.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos Físico-Químicos para análises de alimentos. Coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008.
LIM, T. Secchium edule. Edible medicinal and non-medicinal plants. Dordrecht: SWpreinger, 2012.
MISHRA, L. K., Das, P. Nutritional evaluation of squash (Sechium edule) germ-plasms collected from Garo Hills of Meghalaya-North East India. International Journal of Agriculture, Environment and Biotechnology, 2015.
TACO. NEPA – UNICAMP, FINEP. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. ANVISA. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Ministério da Saúde. BRASIL. 4ª ed.: revisada e ampliada. Campinas, 2011.
USDA, United States Department of Agriculture Research Service, 2016.
VIEIRA, ELSA et al. Chayote (Sechium edule): A review of nutritional composition, bioactivities and potential applications. Food Chemistry, 1 MAR. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2018.09.146. Acesso em: 27 de maio de 2019.

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