COMPOSIÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS DE ÓLEO DE PALMISTE OBTIDO POR EXTRAÇÃO SUPERCRÍTICA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Química Tecnológica
Autores
Costa, W.A. (UFPA) ; Wariss Figueiredo Bezerra, F. (UFPA) ; Santana de Oliveira, M. (UFPA) ; do Nascimento Bezerra, P. (UFPA) ; Neves Cruz, J. (UFPA) ; Gomes Silva, S. (UFPA) ; da Costa e Silva, C. (UFPA) ; de Souza e Silva, A.P. (UFPA) ; Holanda Pinto, R.H. (UFPA) ; Nunes de Carvalho Junior, R. (UFPA)
Resumo
O palmiste é uma semente oleaginosa encontrada em frutos de Elaeis guineensis Jacq. e que representa um dos principais óleos consumidos no mundo. O resíduo da indústria da palma foi usado para obtenção do óleo remanescente através de extração supercrítica com CO2, a 40 ºC e 150 bar. O produto foi analisado por cromatografia gasosa/espectrometria de massas para verificação dos ácidos graxos presentes na amostra. O ácido graxo encontrado em maior concentração foi o ácido láurico, com 13,13%.
Palavras chaves
Palmiste; Extração supercrítica; Ácidos graxos
Introdução
Palmiste é uma semente oleaginosa encontrada em frutos de Elaeis guineenses Jacq., que é uma palmeira originária do continente africano, oriunda do Golfo da Guiné e encontrada no Senegal, Angola, Costa do Marfim, Camarões e Zaire. A planta também se adaptou às regiões tropicais com clima quente e úmido de outros países como Brasil, Indonésia, Malásia, Tailândia, entre outros (OLIVEIRA et al., 2015; OIL WORLD, 2016). Ácidos graxos estão presentes tanto em espécies animais quanto vegetais e são empregados na alimentação humana. Em relação aos óleos de origem animal, o óleo de peixe é o mais consumido no mundo, porém como sua demanda é maior que a produção, os óleos vegetais têm sido utilizados também (SIDHU, 2003; FORAN et al., 2005). Lipídios presentes em plantas, apresentam ácidos graxos poli-insaturados (PUFA) em sua composição. Sendo as duas principais famílias compostas pelos ácidos graxos ômega-6 e ômega-3, que são derivados do ácido linoleico e ácidos α-linolênico respectivamente. Ambos os ácidos graxos produtores, são sintetizados por plantas e não por tecidos animais, sendo, portanto, classificados como essenciais para boa saúde e prevenção de doenças (DIN et al., 2004; AFNAN et al., 2013). A extração com fluido no estado supercrítico é um processo promissor em matéria-prima vegetal, pois diminui instabilidade de compostos naturais, evitando a degradação térmica e a presença de resíduos de solvente nos extratos, sendo inclusive considerada uma tecnologia verde, sem geração de resíduos tóxicos (GARCÍA-RISCO et al., 2011). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a composição de ácidos graxos do óleo de palmiste extraído com CO2 supercrítico.
Material e métodos
2.1 Processo de extração por fluido supercrítico A matéria-prima utilizada foi o resíduo de palmiste obtido pelo processo de prensagem na empresa AGROPALMA S.A., o qual foi seco em estufa por 24hs a 60 ºC, cominuído em moinho de facas por 15 s e peneirado em uma série de peneiras MESH. O óleo de palmiste foi obtido através de extração supercrítica com dióxido de carbono (99% de pureza, White Martins, Brasil), à vazão de 3 L.min-1, temperatura de 40 ºC e pressão de 150 bar, de acordo com a metodologia de Botelho et al. (2015). A Figura 1 mostra o aparato utilizado no processo de extração. 2.2 Análise dos ácidos graxos A análise dos ésteres de ácidos graxos foi realizada conforme descrito por Bezerra et al. (2018). Foi usado um cromatógrafo a gás acoplado a um espectrômetro de massa (GCMS-QP2010, Shimadzu, Japão), equipado com um autoinjetor (AOC-20i, Shimadzu, Japão) e uma coluna capilar Rtx-5MS (30 m × 0,25 mm × 0,25 μm espessura). Hidrogênio foi o gás de arraste a uma taxa de 1,2 mL/min e 4 °C/min, e temperatura do injetor entre 100 e 280 ° C (5 °C/min). Um filtro quadrupolar com uma taxa de varredura de 39-550 D/s foi usado. A técnica de impacto de elétrons com energia de 70 eV foi utilizada para atingir a ionização. Os picos de ácidos graxos foram identificados comparando os tempos de retenção com os dos ácidos graxos padrão (Nu-check- prep, Inc., EUA) usando o software Agilent Cerity. Os experimentos foram realizados em duplicata.
Resultado e discussão
O resultado da análise de cromatografia gasosa é mostrado na Tabela 1, onde é
possível observar os compostos encontrados na amostra, como C8:0
(ácido caprílico); C10:0 (ácido cáprico); C12:0 (ácido láurico); C14:0
(ácido mirístico); C16:0 (ácido palmítico), C18:0 (ácido esteárico), C18:1
(ácido oleico) e C18:2 (ácido linoleico). O ácido láurico foi o que obteve
maior teor (13,13%), sendo o maior constituinte também em estudos de
composição de ácidos graxos deste óleo já realizados. Kamatou e Viljoen
encontraram um teor de 30,4% e Alaribe at al.(2018) encontrou valores mais
próximos ao encontrado deste estudo, com um teor de 19.36% de ácido láurico.
Este, por se tratar de um ácido graxo de cadeia média, pode contribuir para
elevar o nível de HDL (colesterol bom). E também por atuar na aceleração do
gasto calórico, ajuda na manutenção adequada de peso.
Ácidos graxos identificados no processo de extração supercrítica do óleo de palmiste a 40 ºC e 150 bar (%)
Conclusões
Com o estudo foi possível confirmar o potencial de obtenção de ácidos graxos a partir de matérias-primas vegetais com o uso de dióxido de carbono no estado supercrítico. Ademais, a utilização de óleos vegetais como fonte de ácidos graxos se apresenta como uma alternativa com potencial no âmbito econômico e para a saúde humana.
Agradecimentos
Os autores agradecem à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e à UFPA (Universidade Federal do Pará).
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