DETERMINAÇÃO DE ÍONS CLORETOS EM DIFERENTES AMOSTRAS DE ÁGUA DE CHUVA DE SÃO LUÍS PARA UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Química Tecnológica
Autores
Farias, A.P.P. (CEUMA) ; Gonçalves, C.L. (CEUMA) ; Cunha, J.R.M.S. (CEUMA) ; Silva, W.G. (CEUMA) ; Gomes, W.C. (CEUMA) ; Cutrim, W. (CEUMA) ; Ribeiro, D.M.L. (CEUMA)
Resumo
Água é o recurso natural mais utilizado na construção civil, está presente na maioria dos componentes utilizados na construção civil, bem como serve de solvente para a pasta de cimento. Este trabalho teve como intuito determinar a quantidade de íon cloreto em 4 amostras de água diferentes a serem utilizadas na construção civil. Alem disso, foi analisada a condutividade, pH, determinação qualitativa de alguns íons, bem como a quantidade cloretos em cada amostra. Percebeu-se que a água de chuva pode ser utilizada na construção civil, visto que em 3 amostras, os níveis de cloretos foram inferiores a 500 mg/L.
Palavras chaves
qualidade da água; cloretos; construção civil
Introdução
A utilização da água na construção civil requer alguns parâmetros de qualidade, entre eles está à presença de cloreto e condutividade da água. Este trabalho coletou 4 amostras diferentes de água e fez a análise, quanto a quantidade de íons cloreto nas diferentes águas coletadas. A reutilização da água no canteiro de obras e investimento na minimização de impactos ambientais de acordo com Dantas Neto (2008). Os profissionais da engenharia devem ter esse cuidado ao utilizar a água para amassamento, principalmente pela cidade de São Luís, ser litorânea, com grande concentração de íons cloreto, que aceleram o processo de corrosão em estruturas de concreto armado. A água para amassamento deve seguir a ABNT NBR 15900-1:2009, dessa forma este trabalho realizou os testes de íons cloretos nas quatro amostras. Em relação à composição química e às impurezas presentes na água de amassamento, Souza e Ripper (1998) destacam que a água utilizada no concreto deve obedecer padrões de potabilidade, não conter materias em suspensão, impurezas químicas (cloretos ,sulfatos, magnésio, carbonatos), e resíduos industriais, como os açúcares, que podem retardar ou até mesmo impedir a pega do concreto O cloro, em sua forma iônica (Cl -), é um dos principais aníons inorgânicos encontrados em água mineral. Em água potável, o sabor produzido pelo íon Cl- varia em função da sua concentração, como também da composição química da água (MORAIS et al., 2014).
Material e métodos
Realizou-se a pesquisa no Laboratório de Química da Universidade CEUMA, Campus Renascença. Foram utilizadas quatro amostras de águas coletadas conforme estabelece a norma 15900-1, localizadas na ilha de São Luís- MA, em diferentes pontos, identificadas como A,B,C e D. Primeiramente foram colocados 50 mL de cada amostra em um béquer para análise da condutividade, a análise foi realizada em duplicata, e após verificado a condutividade. Para análise do pH, mediu-se com o pHmetro de bancada, realizada a analise em triplicata. Para determinação do íon cloreto utilizou-se o método titulométrico de Mohr (APHA, 2012), onde utilizou-se a solução de nitrato de prata (AgNO3) com solução indicadora de cromato de potássio a 5%. A solução padronizadora de nitrato foi colocada na bureta de 50 mL e no erlenmeyer a amostra de água, juntamente com 1mL de solução indicadora de cromato de potássio.
Resultado e discussão
Após os procedimentos químicos realizados, foi feito os cálculos da
quantidade de íons cloreto, conforme equação:
Para cálculo do volume utilizou-se a seguinte fórmula:
VOLUME GASTO = ( V1 + V2 + V3 )/3 - V BRANCO
Para o teor de cloreto utilizou-se a seguinte fórmula:
Teor de cloreto em ppm= (Volume médio de solução de Nitrato de Prata gasto
na titulação x Conc.de AgNO3 x 35,5 x 1000)/( Volume de solução da amostra
analisada)
PROPRIEDADES
AMOSTRA A AMOSTRA B AMOSTRA C AMOSTRA D
CLORETO (mg/L) 269.800 mg/L 532 mg/L 355 mg/L 461.500 mg/L
pH 8,32 7,77 8,11 7,1
CONDUTIVIDADE 22,5 10,16 74,3 66,8
Verificamos que as águas possuem propriedades químicas para serem utilizadas
na construção civil, conforme norma. Apesar da água da chuva se apresentar
dentro das especificações, podemos notar que essa água deve ser ensaiada,
conforme estabelece a norma, pois em uma amostra a água teve 532 mg/L, sendo
essa água não utilizável para Concreto protendido ou graute que limita até
500.
Conclui-se que o consumo da água em construções é importante, mas deve se
levar em consideração a água utilizada, pois influência na resistência do
material produzido, na alteração do tempo de pega do concreto e na corrosão
das armaduras de concreto armado, além de preservar a integridade das
tubulações. A água da chuva desde que ensaida está apta a ser utilizada na
construção civil.
No Brasil, ainda é essencial a implementação de políticas que visem a
reutilização da água na construção civil e nos canteiros de obra, visando a
utilização consciente.
Conclusões
Através do experimento pode-se concluir que 3 amostras de água estão de acordo com as especificações da norma ABNT NBR 15900-1:2009, podendo ser utilizada na construção civil obedecendo os critérios. Alem disso, podemos notar que a água a ser utilizada para amassamento, pode ser usada, se estabelecer os critérios da norma, sendo assim pode ser coletada a água da chuva, conforme as análises. Apesar da água da chuva se apresentar dentro das especificações, podemos notar que essa água deve ser ensaiada, conforme estabelece a norma.
Agradecimentos
AO CEUMA, POR CEDER O LABORATÓRIO PARA PESQUISA.
Referências
APHA. American Public Health Association; American Water Work Association (AWWA); Water Environment Federation (WEF). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Rodger B. BAIRD, Andrew D. CLESCERI; Amer Public Health Assn: Washington, 22 ed. 2012.
BACCAN, N. e outros. Química Analítica Quantitativa Elementar. São Paulo: Edgar Blucher Ltda., 2001. 167P.
BRASIL – Normas, Leis, Portarias: Portaria 36, Ministério da. Saúde. "Padrão de
Potabilidade da Água Destinada ao Consumo Humano, 19/11/90. Diário Oficial da União.
DANTAS NETO, J. Uso Eficiente Da Água: Aspectos Teóricos E Práticos. 2008. [online].. Acesso em 30 de set. de 2016.
MORAIS, K.A. et al. Determinação em Cloreto em Água Mineral Comercializada na Região de Teresina-PI. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 54., 2014, Natal. Resumos... Natal:
SKOOG, D.A; Et al, Fundamentos da Química Analítica. 6 th Ed., N. York: Ed. Saunders College, 2002. P341.
TORRES, J. R. O E TORRES, T.D. Experimentos em Química Analítica Quantitativa. V.1, Imperatriz; Ética, 2012.
SOUZA, V. C. M; RIPPER. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto .São Paulo : Pini, 1998.