ESTUDO DA POTENCIALIDADE DA UTILIZAÇÃO DO SORGO SACARINO PARA PRODUÇÃO DE ETANOL EM COMPARAÇÃO COM A CANA-DE-AÇÚCAR

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Tecnológica

Autores

Silva, L.M. (INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA) ; Silva, M.D.F. (INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA) ; Borges, W.S. (INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA)

Resumo

O sorgo sacarino vem se destacando na agroindústria do Brasil como uma fonte promissora para produção de etanol, assim como a cana-de-açúcar. Nesse aspecto, este trabalho teve como objetivo traçar um paralelo sobre sua utilização para produção de etanol e comparar com a cana-de-açúcar. Para a comparação das matérias-primas, estas foram testadas em relação à análises físico-químicas, como teor de sólidos solúveis, açúcares redutores, pH e açúcares redutores totais. O sorgo sacarino apresentou um menor teor de sólidos solúveis do que a amostra de cana-de-açúcar, além de ter 2,64% de açúcares redutores. Assim, foi possível constar que o sorgo sacarino apresenta ser matéria-prima em potencial para uso na produção de etanol.

Palavras chaves

Sorgo sacarino; Produção; Etanol

Introdução

O sorgo sacarino é o quinto cereal mais importado do mundo ficando para trás apenas do trigo, milho, arroz e cevada. É uma gramínea originada do continente africano e atualmente vem se destacando na agroindústria do Brasil como uma fonte de suprir o desabastecimento do etanol. Fontes alternativas de rentabilidade e sustentabilidade são uma busca constante por parte do setor sucroenergético para manter altos níveis de produtividade e competitividade (FORNASIERI FILHO e FORNASIERI, 2009). Seguindo o raciocínio de o que o sorgo sacarino vem se destacando na agroindústria, este trabalho teve como objetivo traçar um paralelo sobre o quanto pode ser possível utilizar o sorgo sacarino para produção de etanol e assim comparar com a cana-de-açúcar, que hoje é a matéria-prima mais utilizada para tal. A justificativa da escolha do sorgo é que ele pode ser uma grande alternativa por crescer em qualquer época do ano, não sendo necessário a interrupção da produção de etanol ou corte antecipado da cana- de-açúcar. Visando um futuro promissor, o sorgo sacarino aponta com um crescimento para estudos de desenvolvimento para transformar em etanol devido à crescente demanda na produção de energia renovável e sustentabilidade (PARRELLA, 2011). A colheita desta matéria-prima é semelhante à da cana de açúcar com poucos ajustes de mecanização. O processo de extração pode ser feito na mesma planta industrial onde ocorre a da cana-de-açúcar, viabilizando sua utilização. Quando se compara o custo de produção da cana-de-açúcar e do sorgo este é menor, pois exige menor manejo cultural que a cana (CORSINO, 2018).

Material e métodos

Para a realização deste estudo, foram feitos testes comparando a cana-de- açúcar e o sorgo sacarino em uma usina sucroalcooleira localizada em Goiás, além de um levantamento bibliográfico para embasar a discussão dos resultados. Para cada matéria- prima estudada (sorgo e cana) foram realizados os testes físico-químicos de sólidos solúveis, com resultados expressos em °Brix, açúcares redutores (AR), teor de fibra expresso em porcentagem, pH e açúcares redutores totais (ART). Todos os testes foram feitos visando comparar as matérias-primas para produção de etanol. Para a realização dos testes, inicialmente as amostras de ambas as matérias- primas foram desintegradas por meio de um desfibrador com um jogo de facas e martelos, assim a amostra foi homogeneizada em uma betoneira adaptada com raspador, de maneira a impedir a retenção da amostra no fundo do tambor. Para a obtenção do caldo foi feito uma extração por uma prensa hidráulica sobre cada amostra durante 1 minuto. O teor de sólidos solúveis foi verificado por meio de um refratômetro digital. Para verificar o teor de açúcares redutores (AR), em um tubo de ensaio foi pipetado 1,0 ml da amostra e adicionado 2,0 mL do reagente SN-I (Somogyi- Nelson) agitado e colocado em banho maria (em ebulição) por 6 minutos, resfriado por 10 minutos e adicionado 2,0 mL SN-II agitado e deixado em repouso por mais 5 minutos, em seguida adicionado 25 mL de água destilada e feito a leitura da absorbância em espectrofotômetro a 540 nm. O pH foi medido por um medidor de pH de bancada. O teor de fibras e açúcares redutores totais (ART) foram realizados conforme o Manual de Instruções do Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo.

Resultado e discussão

Com a realização dos testes nas amostras de cana-de-açúcar e sorgo sacarino, pode-se verificar por meio da Tabela 1 que foi possível comparar as duas matérias-primas em relação ao seu potencial de produção de etanol. Verifica-se pela Tabela 1 que o sorgo sacarino apresentou um menor teor de sólidos solúveis do que que a amostra de cana-de-açúcar, o que é um indício que pode ser melhor para a produção de etanol, pois é necessário tem um menor teor possível deste para que se tenha um caldo que atinja melhor produtividade de etanol (AMORIM et al., 2005). Em relação ao pH, ambas as matérias-primas apresentaram valores propícios para o processo fermentativo (faixa de 4,8 a 5,5), pois as estatísticas da literatura mostram que o ideal para uma maior produção de etanol é trabalhar no processo fermentativo entre 4,5 a 6,5 em que é favorecido o crescimento e desenvolvimento das leveduras (AMORIM et al., 2005). Os açúcares redutores (AR) do sorgo sacarino foram ligeiramente superiores ao da cana-de-açúcar. De acordo com a EMBRAPA (2012), a faixa de variação ocorre entre 1 a 3% em função do genótipo e da fase de desenvolvimento do sorgo sacarino. Os açúcares redutores totais (ART) significativamente para o sorgo sacarino estão inferiores ao caldo extraído da cana-de-açúcar, apresentando valor de 15%, considerado dentro dos padrões aceitáveis de acordo com Almodares e Hadi (2009), que diz que a faixa para o sorgo sacarino é de 12 a 17 % para uma produção econômica e sustentável de etanol, sendo necessário o mínimo 12,5% ART. Embora o teor de fibra tenha sido analisado, este não influenciou no comparativo da potencialidade para produção de etanol, uma vez que a destinação do bagaço (pelo qual foi verificado o teor de fibra) é destinado para queima e co-geração de energia.

Tabela 1 - Resultados físico-químicos para cada matéria-prima estudada

Teor de sólidos solúveis, açúcares redutores (AR), teor de fibra, pH e açúcares redutores totais (ART) para o sorgo sacarino e cana-de-açúcar.

Conclusões

Com base nos testes realizados e levantamento bibliográfico, foi possível constar que o sorgo sacarino apresenta potencial para ser matéria-prima em potencial para uso na produção de etanol, principalmente devido a quantidade de açúcares fermentescíveis presentes, sendo promissor realizar pesquisas com este e realizar testes de eficiência industrial, o que em breve pode ser utilizado como complemento da cana-de-açúcar para produção de etanol.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao apoio do Curso de Química - Bacharelado do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara-GO (ILES-ULBRA) e a toda instituição pelo apoio.

Referências

ALMODARES, A.; HADI, M.R. Production of bioethanol from sweet sorghum: review. African Journal of Agricultural Research, África, v.4, n,9, p.772-780, 2009.

AMORIM, H.V.; BASSO, L. C.; ALVES, D. G. Processos de produção de álcool –controle e monitoramento. Piracicaba: FERMENTEC/FEALQ/ESALQUSP, 93p. 1996.

CORSINO, M. C. Embrapa retoma produção de sorgo sacarino: cultivar é uma opção na entressafra da cana-de-açúcar. Disponível em:<http://www.cpt.com.br/noticias/embrapa-retoma-producao-de-sorgo-sacarino>.Acesso em: 09 de Agos.de 2018

EMBRAPA. Sistema Embrapa de produção agroindustrial de sorgo sacarino para bioetanol sistema BRS1G – tecnologia qualidade Embrapa, 2012. Online. Disponível em: <http://www.infoteca.cnptia. embrapa.br/handle/doc/938275>. Acesso em: 10 ago. 2018.

FORNASIERI FILHO, D.; FORNASIERI, J. L. Manual da cultura do sorgo. Jaboticabal: Funep, 2009.

PARRELLA, R. A. da C. Melhoramento genético do sorgo sacarino. Agroenergia em Revista, Brasília, ano 2, n. 3, p. 8-9, ago. 2011.

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