ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO DE ORÉGANO (Oreganum vulgare L.) FRENTE A BACTÉRIAS ISOLADAS DE COMIDA DE RUA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Produtos Naturais
Autores
Oliveira, E.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Teles, A.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Mouchrek, A.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Santos, B.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Oliveira, M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO)
Resumo
Os extratos extraídos de plantas aromáticas e medicinais como o Origanum vulgare (orégano) tem sido reconhecido como uma espécie vegetal que possui várias propriedades terapêuticas, de modo que atualmente seu potencial antimicrobiano vem recebendo um grande interesse científico. Este trabalho teve como objetivo determinar da resistência de Enterobactérias isoladas de comida de rua frente ao extrato vegetal de orégano, essa avaliação foi realizada segundo a técnica da diluição em caldo. O extrato foi testado frente a 20 cepas de espécies da família das enterobacteriaceae, onde obteve-se atividade antimicrobiana em todas as cepas testadas.
Palavras chaves
Enterobacteriaceae; Resistência. Extrato; Extrato
Introdução
A busca de novos agentes antimicrobianos é importante, uma vez que o elevado potencial de recombinação genética das bactérias tem provocado o aumento de cepas multirresistentes e, consequentemente, tornado ineficazes muitos fármacos antimicrobianos disponíveis no mercado (ALVAREZ et. al, 2010). A literatura atual apresenta inúmeros relatos sobre atividade biológica de extratos vegetais, como ação antifúngica, ação antibacteriana, atividade anti-tumoral, ação anti-inflamatória, analgésica e atividade antioxidante (CORDEIRO et. al, 2013). O orégano (Oreganumvulgare L), que é uma planta rica em óleo essencial, aromática, da família Lamiacea, muito utilizada na preparação de alimentos como tempero (FILHO et. al, 2009), e tem sido submetido a várias avaliações devido ao seu enorme potencial e capacidade antimicrobiana de seus componentes químicos e suas propriedades biológicas. A atividade antimicrobiana da espécie Oreganum também é caracterizada pela alta quantidade de compostos fenólicos presentes nessa planta (OLIVEIRA et. al, 2009). Os estudos da atividade antibacteriana de seu extrato têm sido realizados contra bactérias, fungos patogênicos e deteriorantes. (MAGALHÃES et. al, 2012) conduziram estudo para avaliar a efetividade antibacteriana do extrato etanólico sobre uma série de bactérias de interesse em alimentos, como por exemplo, a Escherichia coli (SANTOS et. al, 2010). Diante do exposto acima e justifica-se a realização desta pesquisa que teve como objetivo determinar a resistência de Enterobactérias isoladas de comidas de rua frente ao extrato de orégano (Oreganum vulgare L.)
Material e métodos
A espécie Oreganum vulgare L. foi submetida à secagem por exposição ao sol. O material foi encaminhado ao Laboratório de Microbiologia do Programa de Controle de Alimentos e Água (PCQA) - UFMA, onde foram fragmentadas e submetidas ao processo de Maceração e concentrado em evaporador rotativo. O extrato bruto obtido foi armazenado sob refrigeração. Para verificação da atividade antimicrobiana do extrato, forma 20 cepas de Enterobacteriaceae cedidas pelo PCQA. As cepas microbianas utilizadas foram padronizadas pela escala McFarland 0,5 (1,5 x 108 UFC/ mL) e testadas segundo a metodologia da diluição em caldo proposta onde os tubos foram incubados a 35°C por 24 horas. Após o período de incubação, foi verificada atividade antimicrobiana do extrato na concentração 60.000µg/mL. sendo definida como a menor concentração que visivelmente inibiu o crescimento bacteriano (ausência de turvação visível). pela National Committee for Clinical Laboratory Standart (NCCLS, 2003). Foi verificada ainda por espectrofotométrica dos compostos fenólicos realizada de acordo com a metodologia descrita por Waterhouse (2012), utilizando-se o reagente de Folin-Ciocalteu. A curva de calibração foi obtida fazendo-se uso de seis diluições de ácido tânico (10-120µg/L). As mensurações das absorbâncias em função da concentração (2000µg/mL-1) foram feitas em espectrofotômetro UVVIS Quimis a 760 nm, em triplicata.
Resultado e discussão
O extrato de orégano (Oreganum vulgare L.), apresentou rendimento de 7,56%,
também pode ser observado no estudo de (BARBOSA et. al, 2010), que das
plantas estudadas o orégano foi o que apresentou o maior rendimento. Alguns
fatores podem contribuir para o bom rendimento do extrato de uma planta,
dentre eles estão: a temperatura, densidade, condições utilizadas para secar
os extratos, o solvente utilizado, temperatura e etc. (KAWASE et. al, 2013).
Também foi avaliada a presença de compostos fenólicos encontrando 134,71 mg
EAT.g-1 para o extrato de orégano e que segundo Oliveira et al. (2009),
esses compostos fenólicos exercem atividade antimicrobiana, lesando as
membranas, comprometendo a homeostase do pH e o equilíbrio de íons
orgânicos, impedindo a divisão celular e causando desidratação nas células
bacterianas. Mas o principal efeito dos compostos fenólicos tem sido
atribuído à sua ação antimicrobiana e antioxidante em alimentos (KAWASE,
2013). A ação antimicrobiana do extrato de Orégano (Oreganum vulgare L.), na
concentração de 60.000µg.mL-1 teve atividade frente a 20 cepas testadas da
família das Enterobacteriaceae. Desta forma, fica evidente o potencial do
uso desta planta como agente antimicrobiano. Há vários relatos na literatura
sobre a atividade antimicrobiana dos estratos de Orégano (Oreganum vulgare
L.). Alexopoulos et al.(2011) afirmam em seus estudos que a presença da
especiaria O. vulgare inibem o crescimento microbiano. Araújo et al também
confirma em seu estudo esse pode antimicrobiano do orégano. Diante dos
resultados observados em Melo et al.(2010) pôde-se concluir que o extrato de
orégano (Origanum vulgare) possuem atividade antimicrobiana, apresentando-se
como uma alternativa na inibição de patógenos em alimentos.
Conclusões
O extrato de orégano obteve o rendimento de 7,57% apresentou a composição química de compostos fenólicos totais de 134,71mg EAT.g-1 e uma ação antimicrobiana na concentração de 60.000µg.mL-1 frente a todas as bactérias testadas. Esta pesquisa serve como base para o desenvolvimento de outras pesquisas a fim de verificar a possibilidade de aplicação do extrato no combate microorganismos na indústria de fármacos e conservantes de alimentos.
Agradecimentos
A Deus pelo dom da vida, Universidade Federal do Maranhão e ao PIBIC/CNPq pela bolsa concedida e ao Laboratório de Microbiologia do Programa de Controle de Alimentos
Referências
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