CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Marsypianthes chamaedrys

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Vale, J.P.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Matias, S.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Santos, H.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Nogueira, P.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Sousa, E.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Fontenelle, R.O.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Rodrigues, T.H.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ)

Resumo

Marsypianthes chamaedrys, é um vegetal da família Lamiaceae, que por sua vez tem um grande número de plantas citadas como medicinais em todo o mundo. Uma relevante característica importante dessa família é o fato de possuir grande valor no mercado, por serem usadas como condimentos, alimentos, e na indústria de perfumes e cosméticos. M. chamaedrys, é vulgarmente chamada de paracari ou boia-caá (do tupi, “erva de cobra”), é utilizada no Estado do Amazonas (Norte do Brasil), tanto por via oral como na forma de cataplasmas no local da picada, para aliviar os efeitos secundários da peçonha. O objetivo deste trabalho foi extrair o óleo essencial de M. chamaedrys, determinar sua composição química e verificar sua atividade antifúngica.

Palavras chaves

Óleo essêncial; Marsypianthes chamaedrys; Atividade antifúngica

Introdução

Ao decorrer do tempo, observando a natureza, o homem começou a identificar as propriedades curativas das plantas. Estas propriedades foram difundidas de geração em geração, surgindo assim a chamada “medicina popular”( HUXLEY, 2017; GASPAR, 2009). M. chamaedrys, é vulgarmente chamada de paracari ou boia-caá (do tupi, erva de cobra‟), são utilizadas no Estado do Amazonas (Norte do Brasil), tanto por via oral como na forma de cataplasmas, no local da picada, para aliviar os efeitos secundários da peçonha (MENESSES, et al., 1998). Desta forma, a planta é de grande relevância na medicina caseira em caso de picada de cobra, mosquitos e pernilongos (LORENZI,; MATOS, 20002). M. chamaedrys, possui efeito sobre processos inflamatórios, alguns dos compostos já isolados como esteroides (lupeol, α e β-sitosterol), terpenoides (ácido ursolico, α e β-amirina) e flavonoides (rutina) têm ação anti-inflamatória conhecida e estão presentes em outras inúmeras plantas com atividade antiofídica comprovada (FERREIRA 2001). Entretanto, existem poucos relatos na literatura sobre estudos que possam comprovar sua relevância para a indústria de fármacos (MENESSES, et al., 1998; FERNANDES; SILVA, 2008). Diante do fato de que as plantas medicinais apresentam importantes princípios ativos microbicidas de natureza química, o presente estudo possui como objetivo geral, determinar a composição química e a atividade antifúngica do óleo essencial de M. Chamaedrys.

Material e métodos

O material biológico da espécie M. chamaedrys, foi coletado na cidade de Sobral/ CE, nas proximidades da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) campus Betânia, (latitude sul 3º40’37.9” e longitude West 40º19’59.1”). A espécie foi identificada pelo Botânico professor Dr. Elnatan Bezerra de Souza, uma exsicata da espécie está registrada no Herbário Prof. Francisco José de Abreu Matos (HUVA), sob identificação de número 18.439. O óleo essencial foi obtido através por hidrodestilação e análisado por CG- MS para determinar a sua composição. Foi utilizada a espécie Trichophyton rubrum 5906 (Labmic 0208), Trichophyton rubrum 6205 (Labmic 0209), Trichophyton rubrum 6213 (Labmic 0210) e Trichophyton rubrum 6753 (Labmic 0204), adquiridas do estoque da coleção do Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (LABMIC-UVA). A concentração inibitória mínima (CIM) e a concentração fungicida mínima (CFM) foram determinadas pelo método descrito pelo documento Clinical and Laboratory Standards Institute, correspondendo a menor concentração capaz de inibir o crescimento fúngico e a ação fungicida efetiva, respectivamente (CLSI, 2008).

Resultado e discussão

O óleo essencial das partes áreas de M. chamaedrys foi obtido e analisado por GC-MS para determinar sua composição. Trinta e três compostos foram identificados, com 96,90% de área relativa determinada. Os constituintes majoritários com suas respectivas áreas relativas são: β-Acorenol 20,95%, γ- Muurolene 15,78%, β-Caryophyllene 12,18% e β-Bourbonene 10,14%. A ncentração Fungicida Mínima (MFC) e Concentração Inibitória Mínima (MIC) contra os dermatófitos são mostrados abaixo: MFC e MIC contra os leveduras e dermatófitos Cepas Trichophyton rubrum Óleo essêncial (mg/mL) MFC MIC 5906 Labmic 0208 > 2,5 2,5 6205 Labmic 0209 > 2,5 2,5 6213 Labmic 0210 > 2,5 1,25 6753 Labmic 0204 > 2,5 2,5 Fonte: O autor Dados: Óleo Essencial; MFC: Concentração Fungicida Mínima; MIC: Concentração Inibitória Mínima; NI: não inibitória; LABMIC: Laboratório de Microbiologia UVA. O óleo essencial de M.s chamaedrys demonstrou atividade inibitória MFC e MIC para as cepas de dermatófitos testadas, apresentando uma MFC e MIC, concentração maior que 2,5µg/mL para todas a cepas de T. Rubrum, com excessão da cepa LABMIC 0210 onde a MIC, apresentou concentração de 1,25µg/mL, considerando-se satisfatória para inibição do crescimento desta especie de fungo.

Conclusões

São varios os fatores que interferem na composião dos óleos essênciais dentre eles solo, estaão do ano, fatores climáticos período de coleta entre outros. Já os testes microbiológico não indicaram uma atividade antifungica, maior que 2,5µg/mL. Sugere-se que estudos futuros possam ser realizados com intuito, não somente de caracterizar quimicamente a atividade antifúngica do óleo essencial de M. Chamaedrys, mas também, analisar os vários fatores que podem levar a variações das concentrações dos constituintes, é preciso mais estudos que busquem detectar em que condições isto ocorre.

Agradecimentos

EMBRAPA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA

Referências

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