TRIAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO ALCOÓLICO DAS FOLHAS DE NEEN.
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Produtos Naturais
Autores
Sousa, J.V.P. (IFMA- CAMPUS IMPERATRIZ) ; Gomes, W.F. (IFMA-CAMPUS IMPERATRIZ) ; Tavares, G.F.A. (IFMA-CAMPUS IMPERATRIZ) ; Vieira, C.L. (IFMA- CAMPUS IMPERATRIZ) ; Batista, A.N. (IFMA- CAMPUS IMPERATRIZ) ; Santos, C.C.S.M. (IFMA- CAMPUS IMPERATRIZ)
Resumo
Pertencente à família Meliaceae, o Neen (Azadirachta indica) é uma planta de origem asiática, natural do Sudeste da Ásia e das regiões áridas da Índia. Seu uso como inseticida se tornou bem conhecido nos últimos 30 anos, quando seu principal composto, a azadiractina, foi isolado. Sob essa ótica, se fez necessário investir em pesquisas que avaliem os componentes químicos presentes em apenas uma parte do vegetal. Através de avaliações fitoquímicas o presente trabalho objetivou avaliar o extrato alcoólico das folhas de A. indica. O estudo fitoquímico possibilitou identificar a presença de metabolitos como antocianidinas, esteroides livres, flavonois e taninos flabobênicos, dentre outros.
Palavras chaves
metabolitos secundários; Azadirachta indica; prospecção fitoquímica
Introdução
Azadirachta indica conhecida popularmente como Neen ou Nim, tem sido usada por séculos no Oriente como planta medicinal, material para construção, combustível, adubo e mais recentemente como praguicida. Vale ressaltar que até mesmo no contexto da odontologia apresenta, dentre outras propriedades úteis, ação bactericida, bacteriostática, analgésica, antifúngica, cicatrizante, entre outras (SILVA, 2006). A planta é vastamente conhecida na Ásia por suas propriedades biológicas, podendo ser utilizada como repelente, na medicina e como produto de higiene pessoal. Apesar da exata composição do extrato de Neen ser ainda indeterminada, os componentes das folhas solúveis em água têm provado ser eficazes no controle de várias doenças, incluindo câncer. Na literatura, têm sido descritas também atividades antisépticas, curativas, antiúlcera, anti-inflamatória, hipolipidêmica e hepatoprotetor. (MOSSINI et al., 2004).É considerado um vegetal de rápido crescimento, podendo atingir até vinte metros de altura, possuindo significativa resistência à seca e preferência por solos profundos e arenosos. (NEVES et al.,2008).Grandes variedades de atividades farmacológicas e aplicações medicinais são conhecidas a partir de várias partes da planta. Desta forma, tornou-se de grande importância a identificação da composição química das plantas e avaliar seu potencial farmacológico além de associá-lo aos já existentes. Relatos na literatura têm exibido grande diversidade de funções biológicas a partir de um grupo de compostos presentes na planta. Porém, são poucos os trabalhos realizados a partir das folhas das plantas, o que vem dificultando a condução de novas pesquisas. Portanto, esta pesquisa teve como finalidade identificar os componentes presentes do extrato alcoólico.
Material e métodos
O material vegetal foi coletado em exemplares da planta, presentes no espaço verde do próprio IFMA Campus Imperatriz, onde obteve-se (187,94 g),onde submeteu-se a trituração, no qual foram adicionados 350 mL de etanol. O extrato etanólico permaneceu estático por 48 h e após filtração, foi submetido a testes de prospecção fitoquímica Matos, (1997). Foram preparados 8 tubos de ensaio,com 4 mL da amostra cada, tendo o tubo 0 como a amostra controle. No tubo 1 foi feito o teste para fenois e taninos, nele foram adicionadas 3 gotas de cloreto de ferro. No tubo 2, o pH foi acidulado para 3, enquanto que nos tubos 3 e 4, foi alcalinizado para 8,5 e 11, respectivamente, nesses tubos, o teste feito foi para a presença de antocianinas, antocianidinas e flavonoides. Realizou-se também, testes para esteroides e triterpenoides, onde 40 mL do extrato foram secados em uma manta, após, foi diluída em 30 mL de clorofórmio, a solução foi filtrada em um funil fechado com algodão, coberto de alguns centigramas de sulfato de sódio anidro, para um tubo de ensaio seco, onde foram adicionadas 1 mL de anidrido acético e cinco gotas de ácido sulfúrico.
Resultado e discussão
Os resultados da análise fitoquímica do extrato etanólico das folhas de
Azadirachta indica apresentaram os seguintes metabolitos secundários:
esteroides livres, taninos, flavonas, flavonois, xantonas, corroborando com
a literatura consultada MATOS (1997). Alguns constituintes químicos
presentes nos extratos de plantas medicinais podem responder
majoritariamente pela atividade biológica, embora sua forma de ação seja
normalmente conjugada a determinada bioatividade.
A.indica é descrita na literatura como tendo propriedade anti-inflamatória
tal característica pode estar relacionada com a presença de substâncias dos
grupos dos flavonoides (flavonas, flavanois, flavanonas). Outros compostos
também podem responder a atividades biológicas e farmacológicas, que é o
caso das saponinas, que apresentam atividades anti-inflamatórias,
antifúngica, antibacteriana (SPARG et al, 2004).
Figura 1. Classes de metabolitos secundários encontrados nas folhas de Azadirachta indica.
Conclusões
Com as análises realizadas inferiu-se que os métodos foram eficazes, possibilitando a identificação de diversos metabolitos secundários presentes nas folhas do Neen (Azadirachta indica), como taninos, esteroides livres, flavonas, flavanois, flavanonas, saponinas, entre outros. Ademais, esses metabolitos devem estar diretamente ligados com as propriedades terapêuticas da planta, bem como nas suas ações bacteriostática, analgésica, antifúngica e anti-inflamatória. Esses por sua vez se sintetizados podem colaborar na descoberta ou incrementação de novos medicamentos de origem vegetal, desenvolvidos em futuras pesquisas.
Agradecimentos
A Deus, e ao Instituto Federal do Maranhão (Campus Imperatriz) por subsidiar e incentivar as pesquisas realizadas.Ao meu orientador e co-orientadores pela dedicação.
Referências
MATOS, F.J.A. Introdução à Fitoquímica Experimental. 2°ed. Fortaleza: UFC, 141p, 1997.
MOSSINI, S.A. G; KEMMELMEIER, C. A Árvore Nim (Azadirachta Indica A. JUSS): MÚLTIPLOS USOS. Maringá, PR, 10 p - Universidade Estadual de mMaringá, 2004
NEVES, E. J. M.; CARPANEZZI, A. A.; O Cultivo de Nim para a Produção de Frutos no Brasil. Colombo: Circular Técnica, 2008.
SILVA, A. R.; Creme dental com Óleo de Nim (Azadirachta indica A. de Jussieu):Uma inovação com alternativa de desenvolvimento rural em assentamentos locais. Campo Grande: UCDB, 2006.
SPARG, S.G.; LIGHAT, M.E.; VAN STADEN, J. Biological activities and distribution of plant saponins. Journal of Ethnopharmacology, v. 94, n. 2-3, p. 219-243, 2004.