Pesquisa comparativa do óleo essencial de Eucalyptus e drogas antimicrobianas frente a bactérias de interesse na indústria alimentícia

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Oliveira, I.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Teles, A.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Cardoso, D.T. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Saboia, C.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Ribeiro, W.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Mouchrek, A.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO)

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a resistência das bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus frente a antibióticos convencionais e ao óleo essencial extraído das folhas do Eucalyptus sp. Para a avaliação a atividade antibacteriana de óleos essenciais e antibióticos comerciais foram aplicados os métodos de difusão de disco e diluição. Os resultados obtidos evidenciaram que a cefalotina e a gentamicina apresentaram uma melhor ação antimicrobiana frentes a antibióticos.O óleo essencial das folhas do Eucalyptus sp.apresentou potencial antimicrobiano, podendo representar uma alternativa para a terapia à base de produtos naturais. Contudo, estudos mais detalhados sobre a toxicidade do eucalipto devem ser realizados.

Palavras chaves

Microorganismo; Resistência bacteriana; Disco-difusão

Introdução

Tanto a indústria de alimentos quanto a farmacêutica necessita de agentes antimicrobianos para garantir a inocuidade alimentar e a saúde do ser humano, respectivamente. A investigação de novos agentes antimicrobianos tem ganhado destaque, devido ao aumento do número de bactérias que se mostram resistentes aos agentes utilizados (DAVIDSON; HARRISON, 2002). A resistência de um microrganismo a um medicamento para o qual já foi previamente sensibilizado vem crescendo a cada dia, portanto o uso inadequado de antibióticos é um importante fator na ocorrência da resistência. Através de um antibiograma, é possível verificar se uma cepa bacteriana é sensível ou resistente a uma determinada substância antibiótica (ANVISA, 2005). O Eucalipto tornou-se uma das plantas mais cultivadas do mundo em razão de suas aplicações nas indústrias farmacêuticas, de perfumaria, na extração de madeira e produção de papel. Diversas espécies dessa planta são bastante utilizadas na medicina tradicional da China para várias situações médicas (CHENG et al., 2008). Baseado nos conhecimentos empíricos da medicina popular, diversos estudos tem sido reportados na literatura sobre as propriedades químicas, biológicas e medicinais do óleo essencial do eucalipto, tais como a sua atividade antimicrobiana (ESTANISLAU et al.,2001), larvicida (NATHAN, 2007), analgésica e antiinflamatória (SILVA et al.,2003). Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a resistência das bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus frente a antibióticos convencionais e ao óleo essencial extraído das folhas do Eucalyptus sp.  

Material e métodos

As folhas de Eucalyptus grandis foram adquiridas no mercado central de São Luis/MA e submetidas à secagem à temperatura ambiente logo após, as folhas foram moídas em moinho elétrico e submetidas ao processo de hidrodestilação utilizando-se um extrator de Clevenger. O óleo obtido foi seco através da adição de Na2SO4 e armazenado sob-refrigeração. Para verificação da atividade antimicrobiana do óleo, cepas teste de Staphylococcus aureus (ATCC 25923) e Escherichia coli (ATCC 25922), Culturas microbianas foram repicadas em caldo de infusão de cérebro e coração (BHI) e incubadas a 35°C até atingirem fase exponencial de crescimento (4-6h). Após esse período, as culturas tiveram sua densidade celular ajustada em solução salina 0,85% estéril, de modo a se obter uma turbidez comparável à da solução padrão de McFarland 0,5, o que resulta em uma suspensão microbiana contendo aproximadamente 1,5 x 108 UFC/mL onde a técnica de disco foi realizada de acordo com as normas do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2003), nas placas com Ágar Mueller Hinton (AMH) foi distribuído a suspensão microbiana deixando em repouso a temperatura ambiente por 30 mim. Logo após são preparados os discos contendo 50 µL na concentração de 2.000 µg.mL-1do óleo essencial. Utilizando-se pinça esterilizada, os discos foram distribuídos sobre a superfície do ágar. As placas foram incubadas em estufa bacteriológica a 35°C por 24 horas. Os diâmetros dos halos de inibição foram mensurados. Esses ensaios foram feitos em triplicata. Foi realizado também pela técnica de difusão em disco a atividade antimicrobiana de antibióticos convencionais (Gentamicina, Ampicilina,Cefalotina, Cloranfenicol, Penicilina,Cefoxitina,T etraciclina, Vancomicina) frente as cepas ATCC citadas acima.

Resultado e discussão

A eficiência do óleo foi avaliada considerando-se os halos de inibição verificados e os parâmetros adotados por Moreira et al. (2005). O teste de susceptibilidade do óleo frente à bactéria S. aureus forneceu halos de inibição com diâmetro em torno de 19 e 17 mm sendo considerada muito boa sua atuação no combate a tal bactéria, enquanto frente à Escherichia coli, foi considerada boa com diâmetros variando de 9 a 10 mm, Estanislau et al. (2001) ao estudarem a ação antibacteriana de cinco espécies de eucalipto, reportaram a eficiência da ação dos óleos de eucalipto frente às bactérias gram positiva, inclusive a S. aureus. Foi verificada também a resistência antimicrobiana das cepas testadas frente a antibióticos e observou que para cepa de E. coli os halos foram de: 14mm Gentamicina, 14mm Ampicilina e 15mm Cefalotina como foi observado a Escherichia coli apresentou uma melhor sensibilidade a cefalotina. Segundo Tavares (2009), a resistência observada a alguns antibióticos convencionais era esperada devido à característica intrínseca que a bactéria E. coli apresenta para esses fármacos. Enquanto a S. aureus teve 17mm Tetraciclina, 11mm Vancomicina e 21mm Gentamicina, os antibióticos de maior ação antimicrobiana frente a S. Aureus foram gentamicina e a tetraciclina, seguindo da vancomicina. Rapini et al. (2004) estudou o perfil de resistência de 45 cepas de Staphylococcus sp. isoladas de queijo tipo coalho e constataram que 75,5% foram resistentes à vancomicina. Segundo os resultados obtidos entre o óleo essencial e as drogas testadas o óleo demonstrou efeito frente as linhagens de S. aureus, o óleo essencial demonstrou ser, mas efetivo que as drogas testadas frente a bactéria Gram positiva.

Conclusões

A avaliação da atividade antibacteriana pelo método de difusão de discos indicou que o óleo essencial do Eucalyptus grandis apresentou ação antimicrobiana sobre o crescimento das cepas de Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Concluímos ainda que o uso do óleo essencial possa ser uma alternativa ao uso de antibióticos no tratamento de infecções bacterianas.

Agradecimentos

A Deus, a Universidade Federal do Maranhão e ao Laboratório de Microbiologia do Programa de Controle de Alimentos e Água (PCQA)-UFMA.

Referências

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