EXTRAÇÃO DO DNA DE FRUTAS NO ENSINO BÁSICO
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
do Rosário Costa, E. (UFPA) ; Monteiro da Silva, E.E. (UFPA) ; Silva, C.M. (UFPA) ; de Aviz Oliveira, L. (UFPA) ; Gomes Dias, K. (UFPA) ; Serrão da Silva, H. (UFPA) ; Bastos Atíde, A.M. (UFPA) ; Ranieri da Silva, S. (UFPA) ; Monteiro Espíndola, K.M. (UFPA) ; Santos Trindade, N. (UFPA)
Resumo
Em bioquímica, o conteúdo de ácidos nucleicos pode ser contextualizado e aplicado na prática através de experimentação de extração de DNA das frutas, realizado pela lise feita com uma solução de sódio e glicerina, resultando na precipitação do DNA com o álcool etílico gelado, todos esses compostos apresentam propriedades importantes no ensino de química, considerando que a experimentação aliada à teoria pode tornar o ensino mais eficaz e interessante. Este trabalho foi realizado com 15 alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ruth Rosita, em Belém do Pará, e teve como objetivo mostrar, de forma interdisciplinar, a importância das ciências naturais como ensino básico nas escolas.
Palavras chaves
EXTRÇÃO; DNA; BANANA
Introdução
Atualmente, vê-se a necessidade do desenvolvimento de atividades escolares com o avanço de pesquisas educacionais e, diante disso, utilizar-se de novas formas, métodos e instrumentos que sejam capazes de despertar curiosidade e fascínio nos estudantes é fundamental. Zuanon e Diniz (2004 apud, LIMA E MARCONDES, 2011, p. 100) vêm discutir que as pesquisas nas áreas de práticas educacionais e didática das ciências mostram a necessidade de repensar as formas como o conteúdo das aulas são abordados, e que estes façam os alunos desenvolvam uma rede de significados e conhecimentos. O consenso entre pesquisadores e professores das ciências naturais é extremamente importante, para que as atividades experimentais venham permear as relações de ensino- aprendizagem, uma vez que vão estimular o interesse dos alunos em sala de aula e o engajamento em atividades subsequentes (GIORDAN, 1999; LABURÚ, 2006). O objetivo deste trabalho é mostrar, aplicando estes conceitos através da prática, a experimentação de extração de DNA da banana como proposta didática estratégica para aulas práticas de bioquímica, no ensino das ciências.
Material e métodos
A extração do DNA da banana é configurada como um exemplo de prática experimental e, antes dos experimentos, fez-se abordagens relevantes ao conteúdo que serão discutidos e vistos na prática, o processo de extração do DNA, envolveu as seguintes etapas: etapa 1, no qual é feito o maceramento da fruta, colocado em uma sacola plástica, faz-se isto até se obter uma consistência homogênea; na etapa 2, em que é feita a solução conhecida como lise, uma mistura de água (60 mL) , detergente (1 colher de sopa) e sal (1 colher de chá), que seria misturada com a banana macerada realizando a etapa 3, na qual se dá o processo de filtração através do papel filtro e funil, por cerca de 30 minutos, que objetiva a remoção de proteínas e outros fragmentos de material do DNA; e a etapa 4, precipitação do DNA, vista através da adição delicada de álcool etílico gelado à solução filtrada, dobrando o volume inicial desta solução no tubo de ensaio. Para realização deste experimento disponibilizamos aos alunos kits de materiais contendo: 1 banana, 10 g sal de cozinha, álcool etílico gelado (-5 °C), 8 Ml de detergente comercial neutro, papel de filtro e uma sacola plástica. Os materiais cedidos pelo laboratório da escola foram o funil, 2 béqueres (500 mL e 100 mL), tubos de ensaio, bastão de vidro e a água. Durante a experimentação, supervisionamos e comentamos a cada processo os conceitos teóricos da prática, explicando os procedimentos a serem feitos, o que instigava os alunos ao questionamento, e assim, fossem desenvolvendo a prática de extração. No final da aula, aplicamos um questionário “avaliativo” sobre o tema da aula experimental, para se obter e verificar o quanto os alunos absorveram os conhecimentos e conceitos discutidos com as nossas intervenções em sala de aula.
Resultado e discussão
Aplicamos uma sondagem com as seguintes perguntas: O que é o DNA de acordo o
que foi falado na aula? O que você aprendeu com o experimento? Você
considera mais produtivo as aulas no laboratório? E através das respostas
conseguimos detectar o quando o aluno aprendeu sobre o assunto abordado e
percebeu a importância da experimentação nas aulas de Química.
Na primeira pergunta, 76,9% responderam conseguiram entender o que são as
moléculas do DNA e para que serve também. Na segunda questão 62,2% os alunos
ficaram surpresos sobre a existência das moléculas de DNA na fruta também,
pois no entendimento deles antes do experimento, eles pensavam que o DNA
existia apenas no corpo humano. Na terceira questão 92,3 % dos alunos
relataram o quanto eles gostaram da aula experimental e ressaltou o quanto a
importância da experimentação nas aulas de Química e pediram para os
professores estagiários a frequência maior do uso do laboratório de
ciências.
Conclusões
Com a prática de extração do DNA da banana realizada pelos alunos e a verificação das respostas ao questionário, pode-se inferir que a aplicação de experimentações conciliando com a teoria se torna fundamentalmente importante no ensino de ciências nas escolas, funcionando como estratégia didática que facilita a compreensão dos conteúdos teóricos discutidos em sala de aula, no que subsiste ao professor, seja no ensino fundamental ou médio, usá-lo como forma alternativa de ensino-aprendizagem, considerando que vem ampliar o interesse do aluno pelo assunto.
Agradecimentos
À Universidade Federal do Pará – UFPA; à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ruth Rosita.
Referências
GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n. 10, p. 43-49, 1999.
LIMA, V. A. de; MARCONDES, M. E. R. Saindo Também se Aprende- O Protagonismo como Processo de Ensino e Aprendizagem de Química. Química nova na escola, v. 33, n. 2, p. 100-104, 2011.