HIDROMEMÓRIA - JOGO DA MEMÓRIA NO ENSINO DE HIDROCARBONETOS
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Couteiro, F. (FAMETRO) ; Rebelo, M. (FAMETRO)
Resumo
Em busca de novos métodos que possam melhorar o ensino de Química nas escolas, se faz necessário a utilização de recursos que atraiam, motive e instigue a curiosidade dos alunos para aprenderem a matéria de química.Este projeto foi elaborado com objetivo de analisar o uso de uma nova ferramenta que possa auxiliar as aulas tradicionais, averiguando o nível de aprendizagem dos alunos após o uso desta metodologia e comparando o resultado entre as turmas A e B do 3º ano do ensino médio para verificar a eficácia do uso deste recurso.Os resultados demonstraram que o uso de ferramentas didáticas no ensino a química facilita a aprendizagem dos alunos.Portanto o uso de ferramentas diferenciadas no processo de aprendizagem contribui para o ensino e a comunicação entre professor-aluno
Palavras chaves
Jogo da Memória; Hidrocarbonetos; Metodologia
Introdução
A disciplina de química foi inserida na década de 50 há matriz curricular do ensino médio, sendo aplicada nos três anos em que se progride o nível escolar. Atualmente neste nível de ensino, notou-se uma falta de interesse por parte dos alunos pelos assuntos da matéria. De acordo com ARROIO (2006, apud LIMA e LEITE, 2012, p.77) os alunos têm uma visão deformada da matéria de química, os discentes mostram grandes dificuldades em assimilar os conceitos químicos, pois apenas o uso da metodologia tradicional se torna cansativa e “chata” ao olhar dos alunos. As escolas ainda persistem em um ensino de química tradicional, no qual o aluno é apenas receptor de informações que são passadas e o professor é informante que apenas passa as normas e conceitos (BRASIL, 1999: LIMA, 2012). Partindo disto é necessário buscar formas para que o ensino de química se torne mais dinâmico e de fácil assimilação para os alunos, muitos docentes estão à procura de métodos que melhorem o ensino em sala de aula. A introdução dos recursos didáticos no ensino-aprendizagem tem como foco preencher as falhas deixadas pela metodologia tradicional, segundo Souza (2007, p. 111), “ recurso didático é todo material utilizado como auxílio no ensino-aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado pelo professor a seus alunos”. Estas ferramentas auxiliam o professor na explicação e seus conteúdos, e aos alunos para terem um conhecimento amplo, também estimulando senso investigativo dos alunos, e não esquecendo que facilita, motiva e enriquece a aprendizagem dos educandos. De acordo com Oliveira e Trivelato (2006, p,2) diz que “a utilização de recursos didáticos pedagógicos diferentes dos utilizados pela maioria dos professores (quadro e giz), deixam os educandos mais interessados em aprender”, o uso desta ferramenta proporciona aos alunos que interajam entre si, expondo suas opiniões referente as informações passadas. Os jogos são uma opção de ferramenta, pois promove a atenção dos alunos por esta relacionada com o fator lúdico. De acordo com Braga (2007, p. 5), “nos dias atuais [...] os jogos podem ser utilizados como um ótimo recurso para a aprendizagem dos alunos”, este recurso pode ser utilizado em todas as idades, desenvolvendo o senso crítico, a atenção e a curiosidade, possibilitando ao aluno a sociabilização. Portanto, o jogo tornou-se um recurso significativo no ensino sendo utilizado em diversas matérias, inclusive na química onde os alunos têm grandes dificuldades de assimilar o conteúdo. O jogo da memória é um recurso que oferece benefícios significativos para o discente, pois trabalha a disciplina do aluno perante as regras e a memorização, e agregando este jogo ao tema abordado de Funções Orgânicas: Hidrocarboneto. O ensino deste assunto se torna mais atrativo, consequentemente favorece a aprendizagem dentro de sala.
Material e métodos
O projeto foi realizado na Escola Estadual Ruy Araújo, com alunos de duas turmas de 3º ano do ensino médio no período noturno com idades entre 18 a 28 anos. Foi formulado dois questionários um pré e um pós para sabermos qual o nível dos alunos antes e após a ferramenta lúdica, o jogo da memória foi feito em formas de cartas medianas, impressas em gráfica e cada par tem um nome e uma estrutura e as aulas foram estritamente realizadas na forma tradicional. Realizou-se um pré-questionário nas duas turmas A e B envolvendo o tema de cadeias carbônicas e hidrocarbonetos para obter a informação de se os alunos já tinham um conhecimento prévio do assunto e após o resultado comparamos as duas salas, e a que obteve menor média foi a sala A sendo escolhida para realizar o jogo da memória visando comprovar a eficácia na utilização de jogos no ensino de química. Após o primeiro questionário, realizamos três aulas com o assunto de cadeias carbônicas e hidrocarbonetos, explicando detalhadamente, mas utilizando apenas a metodologia tradicional em ambas as turmas, aplicamos o conteúdo de numeração das cadeiras carbônicas, cadeias ramificadas, estruturas e suas nomenclaturas de acordo com a norma da IUPAC entre outros assuntos que são abordados nos dois temas. Aplicou-se o jogo didático na turma A, primeiramente houve a formação de grupos de cinco a seis pessoas, depois foi passado as regras e como ocorreria o jogo, e o bônus a cada acerto e a premiação final para o grupo vencedor.
Resultado e discussão
Para estimular e atrair aos alunos o professor deve buscar novas formas de
passar seu conteúdo. “Quando um professor desperta na criança a paixão pelos
estudos, ela mesma busca o conhecimento e fará tudo para corresponder”.
(ALMEIDA, op. cit. p. 60). Sendo assim o recurso didático passa a ser esse
intermediário entre professor e aluno dentro de sala, onde ambos buscam o
conhecimento. A utilização do jogo da memória possibilitou aos alunos a
melhor compreensão do assunto de hidrocarbonetos. De acordo com Freitas e
Bittar (2004) “O jogo em sala de aula pode ser eficaz para aumentar a
concentração e a atividade mental e assim contribuir para o envolvimento das
crianças” (FREITAS e BITTAR, 2004, p. 37). A escolha deste recurso foi pelos
benefícios que ele traz além de ser um jogo muito comum e de fácil
compreensão das regras. Partindo disto, procurou-se formas de usar esta
ferramenta como auxilio no ensino de química, e utilizou-se o jogo da
memória como intermediário no ensino de hidrocarbonetos, um dos pares
continha o nome da estrutura e no outro par a estrutura e seu nome abaixo,
sendo assim eles podiam encontra os pares, sendo assim trabalhando em grupo,
usando a memorização e disciplina. As nomenclaturas e estruturas usadas no
jogo, foram as mesmas apresentas nos exercícios de fixação, propostos na
aula teórica (Figura 1). Este projeto foi realizado em etapas que seguiram
os objetivos propostos para confirmar a eficácia do uso da ferramenta
didática, os níveis de aprendizagens dos alunos e a comparação das turmas
trabalhadas, primeiro realizamos o questionário I, onde continha perguntas
sobre o assunto de hidrocarbonetos e cadeias carbônicas para saber se havia
um conhecimento prévio do assunto abordado, analisamos as respostas e
tiramos a média das duas turmas observando a turma que obteve menor média, e
nela trabalhamos o recurso didático, aplicou-se as aulas teóricas que foram
três no total, aulas inteiramente tradicionais nas quais, os alunos
participaram pouco, devido o desinteresse na matéria. Após a realização das
aulas, aplicou-se o jogo da memória na turma A, percebeu-se a motivação dos
alunos, a partir do momento que um novo método foi imposto dentro de sala, a
curiosidade dos alunos foi percebida rapidamente, então ditou-se as regras e
qual seria a premiação por pontos feitos e para o grupo vencedor. Atribuiu-
se moedas de chocolate para o grupo que acertasse os pares, ou seja, a cada
acerto de par ganha-se as moedas, e para o vencedor final uma caixa de
chocolate. Observou-se que os alunos tinham atenção, concentração e o
trabalho em grupo agiu muito bem entorno do jogo. Os prêmios simbólicos
serviram para dar mais motivação aos alunos para conseguirem alcançar o
objetivo final que é o prêmio, mas principalmente o conhecimento do assunto
de hidrocarbonetos. Após aplicou-se o questionário II para saber o nível de
aprendizagem que cada turma obteve utilizando a metodologia tradicional na
turma B e aula tradicional mais ferramenta lúdica na turma A e depois
comparando-as para saber se o uso do recurso didático foi eficaz ou não no
ensino de hidrocarbonetos. Entretanto obtivemos resultados significativos
com o uso desta ferramenta e demonstrando graficamente (Gráfico 1). Buscou-
se métodos que melhorassem o ensino aprendizagem, com o objetivo de obter
resultados bons. Ao analisar o gráfico, percebe-se que a turma A obteve um
rendimento abaixo de 5, e após o jogo da memória sua média aumento
demonstrando a eficácia do uso do jogo da memória. Na turma B, não houve um
aumento, permaneceu a média entre 4 a 5, e a comparação entre as turmas foi
feita com o questionário II percebeu-se que a turma A se destacou mais, e
demonstrou que uma aula teórica mais uma ferramenta didática que possa
funcionar como intermédio para assuntos mais complicados, traz benefícios
para os alunos.
Figura 1: Frente e verso das cartas. Fonte: Autores, 2016.
Gráfico 1: Distribuição das médias de cada turma e comparação entre elas. Fonte: Autores, 2016.
Conclusões
Portanto, o objetivo deste projeto foi comprovar a eficácia do uso de recurso didático como auxilio nas aulas tradicionais, bem como analisar os níveis dos alunos depois da utilização do jogo e comparar as turmas, as metas que estipulamos foram alcançadas, pois a turma A teve um rendimento favorável que difere da turma B, no qual obteve o mesmo rendimento nos dois questionários, comprava-se que a utilização da ferramenta didática, possibilita aos professores e aos alunos um ambiente mais dinâmico e divertido, podendo ser um local de aprendizagem mais atrativo e com sociabilização entre os indivíduos presentes.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, ao meu pai e minha mãe, família, amigos e minha orientadora que se proposta a ajudar-me neste projeto.
Referências
BRAGA, Andréa Jovane. Usos dos jogos didáticos em sala de aula. 2007
TRIVELATO, Silva L. F.; OLIVEIRA, Odisséa Boaventura. Práticas docente: o que pensam os professores de ciências biológicas em formação. Artigo apresentado no XIII ENDIPE. Rio de Janeiro, 2006.
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Dinâmica Lúdica: Técnicas e Jogos Pedagógicos. São Paulo: Loyola. 1974.
FREITAS, J. L. M. DE. e BITTAR, M. Fundamentos e Metodologia de Matemática para os ciclos iniciais do Ensino Fundamental. Campo Grande: UFMS, 2004