Utilização de vídeos como facilitador da aprendizagem
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Mendonça, M.L.T.G. (IFRJ) ; Cruz, R.P. (UFRRJ)
Resumo
Este trabalho teve o objetivo de utilizar vídeos de animação ou de filmes para facilitar a aprendizagem. A metodologia empregada foi a seleção de vídeos, segundo alguns critérios (duração, Língua Portuguesa, relação com o conteúdo e, preferencialmente, animação). As disciplinas em que foram aplicados foram as seguintes: Química Geral II, com alunos da graduação de Biologia, do Instituto Federal do Rio de Janeiro; Química Ambiental, do Ensino Técnico da Universidade Rural do Rio de Janeiro e Química Geral, do Ensino Médio da Universidade Rural do Rio de Janeiro. Os resultados obtidos com a aplicação dos vídeos, em sala de aula, foram de muita importância, promovendo o interesse do aluno e constituindo-se um facilitador da aprendizagem.
Palavras chaves
vídeo; aprendizagem; química
Introdução
Trabalhos pedagógicos que utilizam a inserção de vídeos em sua prática são desafiadores para os docentes e enriquecedores para os alunos, devido ao desenvolvimento da criatividade e imaginação, o que os torna facilitadores da aprendizagem. Apesar da positividade dos resultados, existe uma resistência à sua utilização por parte dos professores. Giordan (2015), em seu trabalho, afirma que, nos últimos anos, o número de artigos científicos relacionados com a utilização de multimídia, publicados no periódico Química Nova na Escola, foi pequeno, sendo um fator preocupante, na visão do autor, devido ao grande apelo que as tecnologias digitais têm tido no mundo e na escola (GIORDAN, p.155, 2015). Este mesmo autor aborda que a comunicação multimodal promove a motivação, o que já seria um fator para sua aplicação em sala de aula, já que a função do ensino é possibilitar o engajamento afetivo e o comportamento racional, atitudinal e procedimental do aluno (GIORDAN, p.156, 2015). Para Móran (1995) o vídeo pode ser usado de várias maneiras. Neste trabalho optou-se pela aplicação de vídeo como simulação e de conteúdo de ensino (MÓRAN, p.30, 1995). Francisco Junior e Santos (2011) realizaram um trabalho com licenciandos em Química para investigar as concepções dos mesmos sobre as possibilidades e as limitações para a utilização de vídeos em aulas de Química, sendo de extrema importância a realização de questionamentos com os futuros professores, porque são eles que irão educar os próximos alunos. Concluíram que os licenciandos admitiram que, para o ensino de Química, a utilização de recursos audiovisuais é de grande valia (FRANCISCO JUNIOR e SANTOS, p.122, 2011). No caso deste trabalho, o objetivo foi o de utilizar vídeos como facilitadores da aprendizagem.
Material e métodos
A escolha de duas instituições distintas quanto à região, níveis de estudo diferentes dos alunos, estruturas de curso e diferenças socioculturais, teve a intenção de investigar se esses parâmetros iriam influenciar na aplicação dos vídeos e na aprendizagem das diferentes disciplinas referentes à Química. O trabalho foi aplicado em três níveis - superior, médio e técnico -, com alunos de diferentes realidades: da graduação de Biologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Rio de Janeiro, na disciplina de Química Geral II; da primeira série na disciplina de Química Geral do Ensino Médio do Colégio Técnico da Universidade Rural do Rio de Janeiro e na disciplina de Química Ambiental do Curso Técnico do Meio Ambiente também do Colégio Técnico da Universidade Rural do Rio de Janeiro. A seleção dos vídeos obedeceu a alguns critérios como: duração, não podendo ser muito curto, porque quando o aluno começava a prestar atenção, o vídeo acabava e também não podia ser muito longo, porque ficava enfadonho ( o tempo médio foi de 7 minutos); apresentação em Língua Portuguesa e, quando isto não ocorria, tinha que ser legendado; relação com o conteúdo e, por último, escolha preferencial por animação. Os conteúdo dos vídeos nas disciplina foram: Química Geral II-Graduação, Solução – Dissolução do sal em água - animação (CASA DA CIÊNCIA, 2014) e Teste da gasolina adulterada - filme (THENÓRIO, 2013); Equilíbrio Químico - Dynamic Equilibrium -animação (UNIVERSITY OF SURRY, 2011) e Le Chatelier's principle -animação (UNIVERSITY OF SURRY, 2011) e Equilíbrio Iônico - Você bebe ácido todo dia e não sabe - filme (THENÓRIO, 2017); Química Geral-Ensino Médio, Teoria Atômica, com: o experimento de Rutherford (CHEMISTRY RESOURCES, 2008), a descoberta do elétron (E-QUÍMICA, 2011)
Resultado e discussão
Os alunos da disciplina de Química Geral II, da graduação de Biologia, de
modo geral, não apresentam interesse pela disciplina, por acharem que a
Química está muito desvinculada da sua área e também possuem bastante
dificuldades, tendo um índice de reprovação alto nesta disciplina; por isso
a seleção dos vídeos foi no sentido de relacionar a Química com a Biologia,
e isto acarretou nos alunos surpresa e interesse. Como exemplo, a fala de um
dos alunos: “Professora, eu só vim pra faculdade para assistir a sua aula,
eu não posso perder”. A disciplina de Química Geral no Ensino Médio é o
primeiro contato do aluno com esta ciência e o conteúdo inicial, Teoria
Atômica, é muito complexo e exige grande subjetividade. Sendo assim, os
vídeos auxiliam demais a compreensão por parte dos alunos e facilitam a
aprendizagem do referido conteúdo. O vídeo sobre Tabela Periódica foi o
melhor, o que atraiu mais a atenção dos alunos, embora tenha sido o de maior
duração (15 minutos), mas por ser extremamente relacionado ao cotidiano, foi
o de maior interesse. Na disciplina de Química Ambiental no Ensino Técnico
foi o de mudanças climáticas, assunto que se encontra nas mídias
constantemente. Pode-se observar que, nos três níveis, o interesse pelos
vídeos foi grande, facilitando, assim, a aprendizagem.
Conclusões
Apesar da diferente realidade social e cultural dos alunos, a concepção sobre o uso da experimentação, por meio de vídeos, praticamente não difere entre os participantes da pesquisa. Concluímos que a utilização de mídia como vídeos de animação ou de filmes relacionados com os conteúdos que são ministrados em sala de aula desperta o interesse dos alunos e são facilitadores da aprendizagem, independentemente do nível (Superior, Médio ou Técnico) e da disciplina (Química Geral ou Química Ambiental) que o aluno está cursando.
Agradecimentos
Referências
BEM ESTAR. (09/05/2013) Saiba como os remédios agem no organismo e o jeito certo de tomá-los. 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YPH_etDERjU&t=461s. Acesso em: 10 ago. 2017.
CASA DA CIÊNCIA. Dissolução do sal em água. 2014. (1m 50 s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dZrYNGiItNk. Acesso em: 13 fev. 2017.
GIORDAN, M. Análise e Reflexões sobre os Artigos de Educação em Química e Multimídia Publicados entre 2005 e 2014, Química Nova na Escola, vl. 37, Nº Especial 2, p. 154-160,2015.
Disponível em: file:///C:/Users/User/Downloads/An%C3%A1lise%20e%20Reflex%C3%B5es%20sobre%20os%20Artigos%20de%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20em.pdf. Acesso em: 12 jan. 2018.
MORÁN, J.M. O vídeo na sala de aula, Comunicacão e Educacão, São Paulo, n. 2, p. 27-35, .jan./abr. 1995. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/viewFile/36131/38851. Acesso em: 17 set. 2017.
FRANCISCO JUNIOR, W.E.; SANTOS, R.I. Experimentação mediante vídeos: concepções de licenciandos sobre possibilidades e limitações para a aplicação em aulas de química, R. B. E. C. T., v. 4, n. 2, p. 105-125, mai./ago. 2011. Disponível em: file:///C:/Users/User/Downloads/849-3015-1-PB.pdf. Acesso em: 22jun. 2017.
THENÓRIO, I. Você bebe ácido todo dia e não sabe. 2017. (8m 05s). Disponível em; https://www.youtube.com/watch?v=BvKDojB067w. Acesso em: 28 set. 2017.
THENÓRIO, I. Teste da gasolina adulterada. 2013. (3m 44s). Disponível em; https://www.youtube.com/watch?v=1u1f2NWBwVk. Acesso em: 25 fev.2017.
UNIVERSITY OF SURRY. Le Chatelier'sprinciple. 2011. (2m 01s). Disponível em; https://www.youtube.com/watch?v=dIDgPFEucFM. Acesso em: 17 fev.2017.
UNIVERSITY OF SURRY. Dynamic Equilibrium. 2011. (1m 47 s). Disponível em; https://www.youtube.com/watch?v=JsoawKguU6A.Acesso em: 17 fev.2017.