PROJETO EXPOQUÍMICA - FEIRAS DE QUÍMICA PELO AMAPÁ COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Luis Belém dos Santos, K. (UNIFAP) ; Barros Silva, L. (UNIFAP) ; Marques de Oliveira, H. (ABQ/AP) ; Lacerda Ferreira, B. (UNIFAP) ; Kelly Almeida Gonçalves, G. (UNIFAP)
Resumo
O trabalho tem como objetivo relatar experiências sobre a importância de um projeto de extensão que insere experimentos com materiais alternativos no aprendizado dos alunos da educação básica e apresentar a experiência compartilhada em 5 municípios do estado, que tem como finalidade levar o conhecimento Químico e Físico para escolas públicas do estado do Amapá, tendo como público alvo alunos do ensino médio, para que tenham maior entendimento sobre a Química Experimental. O papel da experimentação no desenvolvimento do conhecimento científico, tem importante relevância no processo de ensino e aprendizagem, se destacando como uma das principais metodologias de ensino da Química na escola, motivando e despertando o interesse dos alunos e de melhorando a assimilação do conhecimento proposto.
Palavras chaves
Feira de Química; ExpoQuímica; Ensino e Aprendizagem
Introdução
O ensino de Química ainda é um desafio que nos motiva a desenvolver atividades que buscam motivar os alunos do ensino médio (EM) a gostarem de Química. As feiras de ciências são atividades de investigações na qual busca o crescimento pessoal, ampliação do conhecimento, exercício de criatividades e inovações do aluno no meio cientifico. De acordo com Moraes (1986) apresenta a seguinte definição: “A Feira de Ciências é um empreendimento técnico-científico-cultural que se destina a estabelecer o inter- relacionamento entre a escola e a comunidade”. Para Barcelos et al (2010), as Feiras de Ciências se constituem palco para um trabalho baseado no ensino por projetos. Por ser um evento institucional, implica a mobilização de muitas pessoas da comunidade escolar e de outros espaços para sua realização. A exposição de experimentos através de feiras científicas, são de fundamental importância para a formação do estudante. Tendo em vista as dificuldades de educadores que lecionam Química, o colegiado de Química da Universidade Federal do Amapá, promoveram um projeto denominado “ExpoQuímica: Feiras de Química Pelo Amapá”. O intuito da atividade de extensão é moldar os futuros professores lhes condicionando a exposição de experimentações utilizando de materiais alternativos. O projeto foi contemplado no edital de financiamento a Atividades de Extensão, tornando-se um evento vinculado aos projetos de extensão Olímpiadas de Química – Amapá. O evento prepõe-se em ajudar alunos do ensino médio no entendimento da ciência química e física, mostrando aos docentes que é possível empregar materiais alternativos para realização de experimentos em sala de aula, facilitando o entendimento do educando ao teórico.
Material e métodos
A ExpoQuímica surgiu através da necessidade de unir a teoria e a prática do conhecimento Químico no interior do Estado, foi criada pelo Prof. Kelton Belém da UNIFAP, contando com cercar de 35 colaboradores (coordenação, técnico e acadêmicos de Química e Física), com o intuito de levar/compartilhar o conhecimento Químico para fora da capital, como é de conhecimento geral, muitas escolas do estado não possuem laboratórios de Ciências. Inicialmente foi feito um planejamento com todos os envolvidos, para discutir o processo organizacional para a realização do evento. A atividade extensionistas foi realizada na quadra esportiva das Escolas Públicas, em 5 municípios do estado do Amapá respectivamente: Mazagão, Amapá, Santana, Porto Grande e capital Macapá. Até o fechamento deste trabalho, ainda faltavam mais dois municípios. O projeto conta com 15 experimentos, que abrange várias áreas como: Química Geral, Físico-Química, Inorgânica, Cinética Química, Química Orgânica e BioQuímica, contemplando assim os três primeiros anos do EM. Os materiais dos experimentos foram financiados pela UNIFAP e planejados/executados pelos próprios acadêmicos sob a orientação do coordenador. Após a organização da quadra e dos estandes, tem um momento de fala da coordenação da atividade e do diretor da escola explicando sobre a feira e seus objetivos, após isso os alunos passam a conhecer e interagir com os expositores e experimentos. Os expositores explicam sobre os materiais e métodos, executam a atividade e explicam o fenômeno. Como existe a presença de toda a comunidade, a explicação é adaptada conforme o visitante, variando do fundamental até o ensino médio. Foi trabalhado de forma dinâmica e divertida, prendendo a atenção e buscando a participação ativa desses discentes durante o processo.
Resultado e discussão
No primeiro momento, foi planejado junto com os colaboradores do evento o
contexto de como funcionaria a feira. Com isso muitas ideias fluíram, dentre
elas, levar a ExpoQuímica aos lugares mais distantes da capital e a escolha
dos experimentos foi baseado materiais de fácil acesso. O número de
participantes das escolas foram 2000 pessoas, sendo eles discentes
(fundamental e médio), docentes e comunidade local.
As escolas abraçaram o evento com apreço, pois havia tamanha
necessidade de levar o contexto prático da Química ao conhecimento dos
alunos. A execução do projeto ocorreu na quadra, espaço amplo e aberto, com
objetivo de acolher com comodidade toda comunidade escolar.
Os professores da disciplina das escolas foram bastantes parceiros e
apoiaram a atividade, a colaboração da direção neste processo é importante,
situação que corrobora com o Barcelos et al (2010), os professores mostraram
disposição para derrubar as paredes que isolavam os educadores, os conteúdos
e, consequentemente, a disciplina, rompendo, assim, a rotina cotidiana de
sala.
Ao comparar o prático com teórico notou-se facilidade na compreensão
da fundamentação conceitual da experimentação. Maioria dos estudantes soube
responder corretamente as perguntas lançadas pelos expositores ao fim da
apresentação da prática. Segundo relatos de alunos as feiras de ciências
estimulam a simpatia pelas ciências Química, Física e Matemática.
Sabe-se que a experimentação tem a capacidade de despertar o interesse dos
alunos e é comum ouvir de professores que ela promove o aumento da
capacidade de aprendizagem, pois a construção do conhecimento
científico/formação do pensamento é dependente de uma abordagem experimental
e se dá majoritariamente no desenvolvimento de atividades investigativas
(GIORDAN,1999).
Conclusões
A execução desse evento foi importante para todos os envolvidos no projeto, acadêmicos, coordenação, professores e alunos, proporcionando uma aproximação ao conhecimento científico, e despertando o interesse no aprendizado em Química, foi observado uma influência positiva nos alunos e professores. Assim o aluno percebeu que a Química teórica tem uma relação intrínseca com a prática, podendo assim cobrar do seu professor aulas práticas dos conteúdos ministrados em sala. Os professores perceberam que é possível fazer a sua feira com materiais alternativos ensinando assim de forma dinâmica.
Agradecimentos
Agradecemos a Pró-reitoria de Extensão e Ações Comunitárias da Universidade Federal do Amapá (PROEAC/UNIFAP) pelo apoio financeiro ao projeto ExpoQuímica via edital Nº 020/2017 – PROGRAMA DE AUXÍLIO A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA – PAEX
Referências
MORAES, Roque. Debatendo o ensino de Ciências e as Feiras de Ciências. boletim Técnico do PROcIRS. Porto Alegre, V. 2, n. 5, 1986. p.18-20.
BARCELOS, N. N. S.; JACOBUCCI, G. B.; JACOBUCCI, D. F. C. Quando O Cotidiano Pede Espaço Na Escola, O Projeto Da Feira De Ciências “Vida Em Sociedade” Se Concretiza. Ciência & Educação, v. 16, n. 1, p. 215-233, 2010.
GIORDAN, M. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola, 1999.