GINCANA QUÍMICA: O USO DE JOGOS E BRINCADEIRAS PARA O ENSINO DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Santos, I.M.C. (UEMA) ; Júnior, C.R.S. (UEMA) ; Moura, Y.P.S. (UEMA) ; Brito, R.S. (UEMA) ; Simões, T.S. (UEMA) ; Ferreira, M.O.G. (UEMA) ; Pereira, I.T. (UEMA)

Resumo

O ensino de química vem se tornando mais complicado por conta de vários fatores como o desinteresse dos alunos aliado a metodologias tradicionais. Assim, o profissional da educação busca constantemente um ensino utilizando- se de metodologias diferentes, inovadoras e que chamem a atenção do alunado. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou despertar mais interesse e reforçar conteúdos de química por meio de jogos e brincadeiras com os alunos da escola Inácio Passarinho em Caxias-MA em uma gincana química. Foram dadas aulas normais dos conteúdos de química e repassadas atividades, logo após foi realizada a gincana e provas escritas com os alunos. A partir das notas das provas observou-se uma melhoria no rendimento dos alunos e mais interação com a disciplina.

Palavras chaves

Ensino de Química; Gincana Química; Novas metodologias

Introdução

O ensino de Química vem entrando em declínio, por conta de vários fatores, um deles é o desinteresse dos alunos, que muitas vezes se deve a metodologia utilizada em sala de aula pelo professor, que geralmente é ultrapassada. Os alunos alegam tratar-se de uma disciplina complexa e chata pela necessidade de memorizar fórmulas, propriedades e equações químicas. Dessa forma o professor de Química tem o papel de desmistificar o que os alunos pensam da Ciência. Atualmente são propostas novas metodologias de levar aos alunos um ensino mais dinâmico. Os documentos norteadores do ensino no Brasil apontam para a necessidade de se contextualizar as aulas, trazer o dia a dia para o ensino. Deve-se assim superar o método tecnicista, que incentiva uma aprendizagem mecânica, e procurar por métodos que formem cidadãos reflexivos e entendedores dos processos naturais e não apenas repetidores de fórmulas prontas e acabadas (BATALHA et al., 2012). Como defende Kishimoto (1996, p.37): “A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do conhecimento, por contar com a motivação interna típica do lúdico”. As gincanas compreendem atividades lúdicas, atrativas e motivadoras, que exigem comunicação e, portanto, provocam e acionam mecanismos de aprendizagem. Segundo VYGOTYSKY (1991), as interações sociais formam o senso de aprendizado do ser humano. Caracterizado desta forma que tais práticas são importantes para o desenvolvimento da vida social e acadêmica dos alunos. As gincanas científicas vêm sendo muito utilizadas nas escolas e chamam bastante atenção do alunado. Nesse contexto, buscou-se promover o ensino de química de forma lúdica com uso de jogos e brincadeiras com os alunos da escola Inácio Passarinho em Caxias-MA com a realização de uma gincana química.

Material e métodos

Inicialmente, cada estagiário das respectivas salas e séries ministrou seus conteúdos. Foram aulas expositivas, dialogadas, com uso ou não de recursos didáticos como multimídia ou experimentos, em que foram feitos exercícios e provas. Em seguida, foi organizado uma gincana englobando as 12 turmas do turno matutino, constituindo 4 turmas de 1º ano, 4 turmas de 2º ano e as 4 turmas de 3º ano. A gincana buscou promover a interação entre alunos e professores, utilizando a química de forma lúdica para promover essa aproximação. Os conteúdos abordados durante as provas envolviam assuntos de tabela periódica, balanceamento de equações, propriedades coligativas e termoquímica. Ao todo, foram realizadas 9 provas, a última com caráter decisivo. As provas foram divididas em: criatividade para elaboração de gritos de guerra relacionados a química, criação de poesias originais, arrecadação de alimentos perecíveis (atividade de cunho social), reprodução de um experimento de Química, corrida química, apresentação da vida de um cientista, dentre outras. Ao final, do período do estágio, foram avaliados e comparados os desempenhos dos estudantes em todas as atividades avaliativas, como forma de analisar as metodologias utilizadas.

Resultado e discussão

Cada prova foi elaborada visando os conteúdos ministrados em sala de aula, como forma de facilitar o aprendizado. Uma das provas que mostrou bastante interesse dos alunos e empenho foi a de perguntas e respostas, onde os alunos puderam testar seus conhecimentos adquiridos durante o período de regência dos estagiários, constatou-se que em meio ao espírito de competitividade, praticamente não houve respostas erradas. Através das atividades realizadas foi possível alcançar os objetivos propostos, onde os alunos participaram ativamente de todas as tarefas propostas na gincana, exercendo o espírito de competitividade e equipe. Sendo valido ressaltar que os alunos foram estimulados a exercer sua criatividade, onde os mesmos tiveram que confeccionar roupas com materiais recicláveis (Imagem 1), desenvolvendo um pensamento de preocupação com meio ambiente; produção de uma poesia química de sua autoria e praticar ações voluntárias. Como forma de aprimorar os conhecimentos químicos, essa gincana levou os alunos a desenvolverem pesquisas na área, conhecendo a vida e contribuições de alguns cientistas no ramo da química, bem como o conhecimento em experimentos químicos (Imagem 2), onde cada equipe apresentou experimentos químicos, todos de forma bem organizada, verificou-se posse de conteúdo por parte dos alunos em cada atividade realizada. Resultados semelhantes foram encontrados em Bayerl et al (2015), trabalhando gincana científica de caráter multidisciplinar. Foi observado assim como nesse trabalho um grande entusiasmo dos alunos em colocar em prática o conhecimento adquirido em sala de aula e aperfeiçoando-os.

Imagem 1

Alunos desfilando com roupas feitas com materiais recicláveis.

Imagem 2

Apresentação de experimentos pelos alunos.

Conclusões

Concluiu-se que a aplicação desta atividade se mostrou muito útil e eficaz na construção e solidificação dos conhecimentos químicos trabalhados em sala de aula. Visto que as duas séries trabalhadas concluíram todas as atividades propostas, se doaram para a realização das provas e no final receberam bem o resultado dos pontos apurados. Os educandos tiveram a nítida impressão de que os conteúdos de química podem ser abordados de uma forma criativa, divertida. Além disso, foi possível verificar uma melhoria no rendimento dos alunos, observando notas mais elevadas nas provas escritas bimestrais.

Agradecimentos

À Deus, à Universidade Estadual do Maranhão- Campus Caxias, à todo o corpo docente e discente da Escola Inácio Passarinho.

Referências

BATALHA, R. R. M.; JUNIOR, F. S. S.; SANTOS, A. G. D; SOUZA, L. D. S.; FALCONIERE, A. G. F. O Teatro Científico Como Ferramenta para Formação de Professores de Química: Experiência do Grupo FANÁticos da Química. XVI Encontro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia (X EDUQUI) Salvador, BA, Brasil – 17 a 20 de julho de 2012.
BAYERL, G.S;WILDEMBERG, M.P; BOROTO, I.G. Gincana científica: Uma atividade de integração das áreas no ensino médio. EDUCERE, XII Congresso Nacional de Educação, 2015. Disponível em: <http//:www.educere.bruc.com.br>. Acesso em: 27 de Setembro de 2017.KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez, São Paulo, 1996.VYGOTYSKY, L.S. (1991). Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1991.

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