LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS COMO RECURSO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM: EXPERIENCIA DESENVOLVIDA EM UMA ESCOLA CAMPO-ESTÁGIO

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Cardoso, T.C. (UEA) ; Serrano, J.A.V. (UEA) ; Eleuterio, C.M.S. (UEA)

Resumo

Um grande desafio para os educadores químicos é ensinar a química de forma mais interessante, mais atrativa e mais atual. É preciso ampliar as estratégias de ensino e diversificar metodologias para que essa aprendizagem seja mais prazerosa e significativa. As aulas práticas facilitam a compreensão da natureza da ciência e de seus conceitos, auxiliam no desenvolvimento de atitudes científicas, despertando no aluno o interesse pela ciência. A não utilização de métodos que auxilie no processo ensino aprendizagem do aluno acaba por contribuir para déficits sobre o conteúdo explanado e questões científicas. Partindo dessa perspectiva, professores e estagiários optaram em realizar atividades experimentais utilizando o Laboratório de Ciências da escola campo-estágio.

Palavras chaves

Química; Estágio Supervisionado; Laboratório de Ciências

Introdução

Mesmo com toda a importância que é atribuída ao ensino de química, os alunos do Ensino Médio têm grande dificuldade em assimilar conceitos básicos da disciplina. Dentre os vários fatores que originam esta dificuldade, acredita-se que os mais latentes são os conteúdos ministrados sem vinculação com a realidade e a vivência dos alunos; aulas meramente expositivas, sem o uso de demonstrações e ou experimentos relacionados com o conteúdo teórico ministrado. A aula prática é uma maneira eficiente de ensinar e melhorar o entendimento dos conteúdos de química, facilitando a aprendizagem dos alunos. Durante a prática de estágio observou-se que alguns professores ainda desenvolvem suas atividades escolares fundamentados no paradigma tradicional. Para ele a única alternativa válida é a exposição oral, não perde tempo procurando novas alternativas para abordar o conhecimento. Para o professor moderno, entretanto, a escolha adequada das atividades de ensino é uma etapa importante de sua profissão (PEREIRA, 2009). É fato que o professor, informado e atualizado, incentivará os alunos à busca constante do saber para que a escola assuma, de fato e de direito, o seu papel social. Na área de Ciências Naturais (Química Física e Biologia), as aulas práticas devem ser concebidas como estratégias de aprendizagem. Para Santos (2014), a experimentação tem um caráter fundamental para o entendimento dos conteúdos abordados e as aulas teóricas associadas às aulas práticas, propiciam maior clareza do conteúdo. Desse ponto de vista, os professores necessitam assumir o papel de agentes de transformação, para que as mudanças ocorram. Essa postura é de fundamental relevância para que a escola venha a ser uma escola onde exista a relação do teórico com o prático a partir das vivências do aluno.

Material e métodos

As atividades desenvolvidas na escola campo-estágio envolveram alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio. procedimento metodológico das atividades experimentais foi amparado pela epistemologia da abordagem investigativa que segundo Guedes (2010), torna a atividade experimental mais significativa, proporcionando ao aluno uma nova atitude frente as atividades escolares, de maneira que seu pensar estará relacionado à reflexão, à formulação de hipóteses, à manipulação e ao controle de variáveis experimentais, às observações correlatas, às abstrações e à validação de argumentos. Antes da realização das atividades os estagiários reuniram-se para planejar, organizar o material e construir os roteiros experimentais. Para demostrar os processos de decantação, filtração e evaporação aos alunos do 1° Ano foram utilizados os seguintes materiais: funil de decantação; béquer; bastão de vidro, suporte universal; água; óleo, areia e sal. Os estagiários mostraram aos alunos os procedimentos de montagem para cada experiência. Para demonstrar o processo de filtração de líquidos imiscíveis, os estagiários montaram o suporte universal, colocaram água e o óleo no funil de decantação, assentaram o funil no suporte universal e posteriormente alocaram o béquer em baixo do funil. Para evidenciar o processo de separação de misturas heterogêneas foi preparado em um béquer uma solução de água e sal e em seguida foi misturada areia. A solução foi filtrada e submetida ao aquecimento. Para verificar o pH das substâncias foram utilizados os seguintes materiais: água sanitária, sabão líquido, vinagre, sucos de frutas e amaciante de roupas. Após a esses procedimentos os alunos redigiram um relatório para evidenciar suas impressões a respeito das práticas realizadas na escola.

Resultado e discussão

Na escola campo-estágio existe um Laboratório de Ciências (Figura 1), com equipamentos básicos, reagentes e boa estrutura física. Os experimentos estavam vinculados aos conteúdos estudados naquele período e em diferentes níveis de ensino. No 1º ano foram realizados experimentos relacionados com os processos de separação de misturas (decantação, filtração e evaporação) enquanto que no 2º ano, professores e estagiários verificaram o pH dos materiais presentes no cotidiano dos alunos (Figura 2). Os estagiários orientaram os alunos a usarem o livro didático para ampliar o conhecimento. No livro encontraram as seguintes informações: “decantação é um processo físico natural que permite separar um material sólido ou líquido de outros materiais que têm densidades diferentes e não são miscíveis. No processo de filtração, o sólido fica retido no filtro, enquanto o líquido passa. Existem vários tipos de filtros com espessuras diferentes, que são usados de acordo com as propriedades dos materiais que se quer separar. A evaporação ocorre quando um líquido é aquecido através da ação do sol ou de outro fator como, por exemplo, o aquecimento de água num fogão doméstico (SANTOS et al., 2013). A respeito do pH os alunos pesquisaram no livro didático e em outras literaturas e encontraram informações sobre a escala de pH, usada para classificar soluções ácidas ou básicas. Quando o pH estiver abaixo de 7 é ácido e acima de 7 é alcalino ou básico. Essa informação foi confirmada quando foram analisados os materiais do cotidiano. A experimentação despertou a curiosidade e o interesse dos alunos pelas aulas de química, possibilitou aos alunos, olhar a química com outros olhos, pois, consideravam essa disciplina como algo complexo, com fórmulas e equações de difíceis deduções.







Conclusões

No entendimento e avaliação dos estagiários, os experimentos realizados no Laboratório de Ciências da escola campo-estágio facilitaram a compreensão da natureza da ciência química e de seus conceitos, auxiliaram no desenvolvimento de atitudes científicas e no diagnóstico de concepções culturais e cidadãs. As aulas teóricas associadas às práticas experimentais, além de tornar as aulas menos cansativas, despertam o interesse dos alunos pela investigação científica.

Agradecimentos

A direção da Escola Campo-Estágio, professores e alunos.

Referências

PEREIRA, A. M.. Estratégias de ensino aprendizagem. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
SANTOS, K. P.. A importância de experimentos para ensinar ciências no ensino fundamental. 46 f. Monografia de Especialização. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2014.
SANTOS, W. L. P,; MOL, G. S. (Coords.). Química cidadã: volume1- Ensino Médio. PEQUIS – Projeto de Ensino de Química e Sociedade. São Paulo : Editora AJS, 2013.(Coleção química cidadã).

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