Experimentação e o Contexto do Livro Didático de Química: Um estudo sobre a proposição de atividades práticas destinadas ao Ensino Médio

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Pires, V.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Pacheco, A.C.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Silva, T.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Marques, C.V.V.C.O. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO)

Resumo

Esta pesquisa objetivou identificar como os conteúdos experimentais são propostos em livros de química utilizados em uma amostragem de escolas públicas do Ensino Médio de São Luís/Ma. Diante da importância do livro didático e a necessidade da inserção de atividades experimentais no ensino de química, o presente trabalho se justificou ao se identificar poucas pesquisas no tocante a verificação da experimentação proposta pelo livro didático. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo documental cuja coleta de dados foi estruturada tendo como fundamento a análise de conteúdo (Bogdan e Biklen, 1982). Os resultados parciais revelaram que de quatro títulos utilizados no campo de pesquisa todos apresentam atividades experimentais em conteúdos distintos e alguns se mostram tradicionais.

Palavras chaves

Atividade Experimental; Livro Didático; Ensino de Química

Introdução

Para Guimarães (2009) no ensino de ciências, o uso da experimentação apresenta-se como uma estratégia para a proposição de problemas do cotidiano que permitam a “contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação”. A experimentação por investigação pode elevar níveis de motivação, além de estimular tomada de decisões, criatividade, autoconfiança, comunicação, análise crítica, determinação, entre outros (THOMAZ, 2000). Para Francisco Jr. (2008) a experimentação problematizadora almeja ir além da experimentação por investigação no momento que é proposto a leitura, a escrita e a fala como aspectos indissolúveis da discussão conceitual dos experimentos. Assim, a experimentação investigativa e problematizadora poderá levar ao aluno uma aprendizagem significativa, o quê para Guimarães (2009) acontece quando uma nova informação é incorporada a conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva do aluno. Nesse contexto que se volta olhares para o livro didático, uma vez que ele historicamente se apresenta como uma das principais fontes de pesquisa do professor e de estudo para o aluno, logo a verificação da proposição de suas atividades são de suma importância e discutir a apresentação de procedimentos experimentais oferecidos pelo livro didático pode aproximar a efetiva presença dessas atividades na prática pedagógica do professor. Portanto, o presente trabalho apresenta um recorte de uma pesquisa de trabalho de conclusão de curso em andamento que tem por finalidade identificar a apresentação do conteúdo experimental e a forma de uso de práticas experimentais propostas em livros de química utilizados em uma amostragem de escolas da rede pública do Ensino Médio de São Luís – Maranhão.

Material e métodos

Os aspectos metodológicos que estão presentes nesse trabalho baseiam-se na abordagem de pesquisa qualitativa, pois, segundo Bogdan e Biklen (1982) nesse tipo de pesquisa o ambiente natural é a fonte direta de dados e a perspicácia do pesquisador é seu principal instrumento, ou seja, é preciso que haja um contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada (LUDKE, 1986). Dessa forma, o trabalho em questão caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa do tipo análise documental onde buscou-se investigar em uma amostragem de escolas de EF o universo do uso dos livros didáticos de química para a seleção de práticas experimentais, em sua essência e no alcance dos seus objetivos. No que se refere aos participantes e às unidades escolares escolhidas como campo de estudo, a presente pesquisa iniciou-se com um levantamento da organização e do número de escolas de Ensino Médio (EM) da zona urbana na cidade de São Luís - Maranhão, da Rede Pública de Ensino (RPE). Logo após esse levantamento, foi escolhido o polo XI para serem feitas visitas in locus, nas quais procurou-se obter um contato direto com gestores e professores com o objetivo de apresentar a proposta de trabalho a ser desenvolvida, assim como, fazer um convite para integração ao mesmo, pontuando-se de explicação sobre o trabalho a ser desenvolvido e a gama de referenciais teóricos envolvidos. No que tange a coleta de dados, foram utilizados questionários aos professores de química e busca dos livros didáticos utilizados nessa amostragem de escolas.

Resultado e discussão

O polo XI é constituído por 10 escolas, que estão localizadas no Centro e adjacências. Todas foram visitadas, com exceção de uma que estava em reforma. As escolas receberam o código E que significa escola, seguido um numeral relacionado à ordem de análise, sendo assim denominados de E1 à E10. Nessas escolas, foram detectados 4 livros didáticos diferentes que receberam um código LD seguindo o mesmo raciocínio da codificação das escolas acima, sendo denominados de LD1 à LD4. No LD1 as propostas de experimentação aparecem em 9 dos 11 capítulos, sendo que cada capítulo apresenta um experimento apenas, destacando-se que os capítulos que tratam sobre Cálculo Estequiométrico e Equilíbrios Moleculares não apresentaram experimentos. No LD2 a experimentação aparece em 9 dos 11 capítulos, configurando-se na proposição de 2 experimentos no capítulo sobre Soluções e 2 no que trata de Pilhas e Baterias. Os demais capítulos não apresentaram atividades experimentais. Já no LD3 a experimentação aparece nos 18 capítulos, sendo um experimento para cada capítulo e no LD4 a experimentação aparece 8 vezes em 6 capítulos. Nesse último caso, o capítulo referente à Estequiometria e Soluções apresentam 3 experimentos e o de Cinética Química apresenta 2, pontuando-se que o de Termoquímica não possui experimentos. Em 3 LDQ, os experimentos são apresentados em forma de roteiro sugeridos que sejam seguidos com rigor assumindo um caráter de comprovação da teoria aceita cientificamente. O LD2 também utiliza de roteiros, mas inicia a experimentação problematizando com uma pergunta contextualizada com o cotidiano e que o aluno será capaz de responder ao final do procedimento.

Conclusões

Este recorte de pesquisa buscou analisar e questionar-se o quanto à experimentação pode melhorar o trabalho pedagógico do professor e a aprendizagem dos alunos a partir dos procedimentos experimentais oferecidos pelo livro didático. Diante disto, constatou-se que os livros didáticos utilizados nas escolas do polo XI tem a preocupação em inserir a experimentação em seus conteúdos, porém apenas o LD2 usa os experimentos de uma forma investigativa e problematizadora procurando contextualizar com acontecimentos do cotidiano.

Agradecimentos

Referências

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