Propostas de estudantes para experimentação com Cinética Química: uma articulação com o conhecimento químico
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Nazario dos Santos1, M.D. (UFMT) ; Lorero da Conceicao2, P. (UFMT) ; Paulino Ramos Pinto de Castro3, M.P. (SEDUC) ; Soares Magnani, C.R. (SEDUC\UFMT) ; Campos de Moraes, M. (UFMT)
Resumo
Em uma disciplina de Estágio Supervisionado,desenvolveu-se uma semana de atividades experimentais no laboratório da escola, almejando que os conceitos e a experimentação estejam aliados, como forma de propor aos estudantes uma maneira de se fazer investigação científica e um primeiro contato com o laboratório de ciências.Estudiosos apontam a experimentação desperta um forte interesse entre os estudantes, que atribuem a esta um caráter articulador entre teoria e fenômenos. A referida disciplina é parte do currículo do curso de Licenciatura Plena em Química da Universidade Federal de Mato Grosso, foi aplicada uma pesquisa de caráter qualitativa na Escola Estadual André Avelino Ribeiro.
Palavras chaves
Experimentação; Cinetica Quimica; Ensino de Quimica
Introdução
Incalculáveis reações químicas transcorrem em nosso dia a dia, por exemplo: a queima,a respiração, a digestão e a fotossíntese. As reações químicas podem ocorrer em velocidades diferentes. Tais velocidades são estudadas pela cinética química, que disponibiliza instrumentos para o estudo em nível macroscópico e atômico, assim, permite a compreensão de mecanismos,de fatores e até mesmoda modelagem de sistemas complexos, como o corpo humano e a atmosfera ATKINS e JONES, 2012;KOTZ, TREICHEL e WEAVER, (2010).Investigar questões relacionadas ao ensino da cinética química é uma das preocupações das pesquisas na área de ensino de química. Os estudos de Giordan (1999) apontam para o papel da experimentação no processo de ensino aprendizagem. Concorda-se com o autor que tomar a experimentação como parte de um processo pleno de investigação é uma necessidade, reconhecida entre aqueles que pensam e fazem o Ensino de Ciências, pois a formação do pensamento e das atitudes do sujeito deve se dar, preferencialmente,por meio de atividades investigativas. Dentre as várias possibilidades no ensino de química destaca-se o papel da experimentação no sentido de favorecer a compreensão,de conceitos químicos, em geral considerados bastante abstratos. Como ressaltam alguns autores,com a experimentação é possível estreitar o elo entre motivação, aprendizagem conceitual e, envolvimento dos estudantes (FRANCISCO; FERREIRA; HARTWIG, 2008, p.1). E com o desenvolver da experimentação torna-sepossível romper com paradigmas e concepções reducionistas a cerca do ensino de química. Com isso, tornam-se capazes de compreender os fenômenos químicos presentes em seu cotidiano.Diante do exposto, o objetivo do trabalho é expor as propostas de estudantes em um processo de articulação com
Material e métodos
A visita técnica realizada na disciplina do Estágio SupervisionadoII, do curso de Licenciatura Plena em Química da Universidade Federal de Mato Grosso, que foi realizado na Escola Estadual André Avelino Ribeiro, localizada em Cuiabá, capital de Mato Grosso. Foi proposto pela professora aos estudantes dos 2º ano do ensino médio que formassem grupos de 3 a 5 pessoas e elaborassem aulas práticas utilizando materiais domésticos e de baixo custo sobre o conteúdo de cinética química, partindo deste critério e com o auxílio da professora e tendo ainternet como ferramenta os estudantes usaram a imaginação e mostraram muito talento na execução das práticas. Durante as visitas auxiliamos os estudantesna realização das atividades experimentais,como por exemplo, no manuseio de vidrarias e revisão da teoria previamente estudada em sala de aula.
Resultado e discussão
Segundo Brown, Brown, LeMay e Bursten (2005) a cinética química, a área da
química que estuda a
velocidade das reações químicas e os fatores que as afetam, a saber,
concentração, superfície de contato, temperatura, pressão, catalisadores, luz e
natureza dos reagentes.
Na tabela a seguir será demonstrado os resultados das experiências realizadas
pelos alunos do ensino médio da Escola Estadual André Avelino Ribeiro.
Tabela 1: Atividades propostas, por estudantes, associadas aos fatores que
influenciam a Cinética Química:
Fatores que influenciam na Cinética Química Título das Atividades propostas
Materiais de baixo custo e de uso doméstico Total de atividades realizadas
Concentração dos reagentes “Enchimento automático de balão” Vinagre,
bicarbonato de sódio e garrafa pet 6
Temperatura
“Influência da temperatura” 1-Comprimido efervescente,água gelado, quente e
em temperatura ambiente 1
2-Corante alimentício e água gelada, quente e em temperatura
ambiente 4
3- Gelo e sal 3
4-Vela,prato e béquer 1
Superfície de contato
“Superfície de contato” 1-Comprimido efervescente, triturado e inteiro e água
1
2-Óleo de cozinha, comprimido efervescente e água 2
Catálise 1-“Pasta de dente de elefante” 1- Água oxigenada, detergente,
corante e iodeto de potássio 2
2–“Batata espumante” 2-Água oxigenada, detergente, corante e iodeto
de potássio 3
3–“Catalisador” 3-Goma de mascare e refrigerante 1
4–“Sangue do diabo”
4- Fenolftaleína, álcool, sal amoníaco e água 1
5–“A violeta que desaparece” 5- KMnO4,água oxigenada e vinagre
2
A realização destas atividades experimentais, propostas pelos estudantes
resultou na utilização de materiais de uso doméstico e de baixo custo. Durante
as atividades observamos como professores, que os conhecimentos quími
Conclusões
Portanto, concluímos que um ensino por experimentação pode ser melhor alcançado quando a relação mais articulada entre fenômeno e conteúdo acontece a partir do uso de materiais de baixo custo e doméstico e da proposição de atividades pelos estudantes. Assim tornando a experimentação um importante aliado no ensino de química.
Agradecimentos
Referências
ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
BROWN, Theodore L.; LeMAY, H. Eugene BURSTEN, Br. Química: A ciência central. 9.ed. CIDADE DA PUBLICAÇÃO: EDITORA, 2005.
FRANCISCO,WilmoE.Jr.;FERREIRA,LuizH.; HARTWIG,DácioR.ExperimentaçãoProblematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em Salas de Aula de Ciências. Química nova na Escola, n° 30, p: 34-41, 2008.
GIORDAN, Marcelo. O papel da Experimentação e Ensino de Ciências. Química nova na Escola, n° 10, p. 43-49, 1999.
KOTZ, John C.; TREICHEL, Paul M.; WEAVER, Gabriela C. Química geral e reações químicas. 2 v. São Paulo: CENGAGE Learning, 2010.