O PLANEJAMENTO ESCOLAR SOB A ÓTICA DE LICENCIANDOS EM QUÍMICA DE UMA IES CEARENSE

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Rodrigues, A.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Rodrigues, F.I.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Ribeiro, M.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Souza, L.C.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Leite, L.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ)

Resumo

A presente pesquisa buscou analisar a compreensão de licenciandos acerca do planejamento escolar. Nesse intento, 14 acadêmicos do Curso de Química da Universidade Vale do Acaraú - Sobral, Ceará, que estavam cursando a fase final das 400hs obrigatórias de Estágio Supervisionado, responderam a um questionário, no qual buscou-se identificar a compreensão dos mesmos sobre planejamento e as contribuições dos Estágios para a aquisição dessas compreensões. Identificou-se que os licenciandos possuem uma visão de que o planejamento é essencial para que a aprendizagem aconteça efetivamente. Além disso, a maioria dos acadêmicos consideram que os Estágios contribuíram efetivamente para seus conhecimentos sobre planejamento, enquanto 29% apontam a presença de lacunas no estudo sobre essa temática.

Palavras chaves

Estágio Supervisionado; Licenciatura em Química; Planejamento escolar

Introdução

O ser humano sempre buscou pensar em suas ações, até mesmo quando não possuía noção que estava planejando. Nos dias atuais planejar é uma atividade humana necessária, em todos os segmentos da sociedade. Nesse cenário, Padilha (2001) destaca que o planejamento é uma atividade que está inserida na educação, visto que a mesma tem como principais características, evitar o improviso em sala de aula, nortear a execução de ações docentes, prever o acompanhamento e avaliação dos estudantes. Libâneo (1994, p. 222) relata que o planejamento tem grande importância no cenário educacional pois trata-se de “[...] um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social [...]”. De acordo com a LDB n° 9.394/96, o professor deve não somente ministrar as aulas, mas também participar de forma integral dos planejamentos, o que ressalta a relevância desse ato educativo. Luckesi (1992) corrobora com essa perspectiva e enfatiza que o planejamento se enquadra na intencionalidade de uma contra partida ao agir aleatoriamente. Menegola (2012), por sua vez, usa o termo ‘indefinição’ para caracterizar esse ato do processo educativo, haja vista que, segundo ele, educação não trata-se de um processo cujos resultados podem ser totalmente predefinidos, determinados ou pré-escolhidos, como se fossem produtos de correntes de uma ação puramente mecânica e impensável. Diante do exposto, objetivou-se nessa pesquisa analisar a compreensão de licenciandos em Química acerca do planejamento escolar e as contribuições das disciplinas de Estágio Supervisionado para a aquisição de tais concepções.

Material e métodos

Essa pesquisa possui uma abordagem qualitativa-quantitativa, exploratória e caracteriza-se como um estudo de campo, desenvolvido com 14 (quatorze) estudantes do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em Sobral, Ceará. Esses acadêmicos cursavam a disciplina de Estágio Supervisionado IV no semestre 2018.1 (período em que a pesquisa foi aplicada). Para a coleta de dados foi aplicado um questionário misto (contendo questões objetivas e subjetivas), que buscou analisar aspectos relacionados às concepções dos estudantes acerca do planejamento escolar, bem como as contribuições das disciplinas de Estágio Supervisionado para a aquisição dessas concepções por parte dos acadêmicos investigados. Esses sujeitos foram escolhidos por encontrarem-se na fase final do curso e já terem passado por todos os estágios supervisionados, o que permitiu alcançar os objetivos traçados inicialmente na pesquisa. Os procedimentos de análise dos dados foram realizados a partir da análise de conteúdo proposta por Bardin (2009).

Resultado e discussão

As análises das respostas proferidas pelos acadêmicos aos questionários aplicados mostraram que 71% (10) dos licenciandos já possuem experiência na docência, sendo que a maioria desses discentes residem em cidades próximas a Sobral. Esse fato revela a importância que o curso de Química tem para a formação de professores na região norte do estado do Ceará. Quando perguntados em relação ao nível de importância de planejamento no âmbito escolar, 79% (11) dos estudantes disseram que o mesmo é de extrema importância, enquanto 21% (03) disse ser importante. Quanto à compreensão dos licenciandos acerca do planejamento escolar, conforme disposto no Quadro 01, a visão do licenciando L1 confere com o pensamento de Libâneo (1994) de que o planejamento é um processo de organização e coordenação da ação docente, no qual se articula uma atividade escolar e uma problemática do contexto social. As respostas dos licenciandos L2 e L3 destacam o que Luckesi (2011, p. 125) nos apresenta: “Planejar significa traçar objetivos, e buscar meios para atingi-los”. Na pergunta 2 buscou-se identificar as contribuições das disciplinas de Estágio Supervisionado para a formação dos licenciandos. Os mesmos deveriam responder e justificar sua resposta. No quadro 2 estão dispostas algumas das respostas obtidas e pode-se constatar que 71% (10) dos acadêmicos consideram que o estágio supervisionado contribuiu para o seu conhecimento sobre planejamento escolar, elencando as práticas e conhecimentos adquiridos nas disciplinas. Vale ressaltar que existe uma parcela de estudantes que não considerara grandes as contribuições dos estágios para suas aprendizagens sobre planejamento escolar. Os mesmos citaram a existência de lacunas, nessas disciplinas, acerca desse conhecimento.

Pergunta do questionário.


Pergunta do questionário.

Conclusões

Os licenciando possuem uma visão de que o planejamento é essencial para que a aprendizagem aconteça, sendo de fundamental importância para se atingir êxito nos processos de ensino e aprendizagem. Evidenciou-se a partir da concepção dos licenciandos que o planejamento se faz necessário, levando em consideração aspectos como a realidade do aluno, o nível da turma e os recursos disponíveis. Além disso, a maioria dos acadêmicos considera que os Estágios contribuíram para seus conhecimentos sobre planejamento, enquanto uma parcela menor aponta a presença de lacunas no estudo sobre essa temática.

Agradecimentos

À Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

Referências

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, LDA, 2009.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 24 de dezembro de 1996.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Editora Cortez. 1994.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2011.
LUCKESI, C. C. Planejamento e Avaliação escolar: articulação e necessária determinação ideológica. In: BORGES, S. A. O diretor articulador do projeto da escola. Revista Ideia 15. São Paulo: FDE, 1992.
MENEGOLLA, M. Por que planejar? Como planejar? currículo, área, aula. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 21. ed., 2012.
PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da escola. São Paulo: Cortez (Instituto Paulo Freire), 2001.