RELATO DE EXPERIÊNCIA: O ENSINO DO MODELO DE BOHR ATRAVÉS DA LUZ NEGRA NA EXPOQUÍMICA-AMAPÁ
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Crisley da Conceição Silva, T. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)) ; Kelly Almeida Gonçalves, G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)) ; Ricardo Silva Cardoso, E. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)) ; de Santana Carvalho, A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)) ; Lacerda Ferreira, B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)) ; Luíz Belém dos Santos, K. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)) ; Riane Pantoja Paiva, E. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ (IFAP))
Resumo
O relato de experiência procura problematizar e socializar as vivências perante a importância do ensino-aprendizagem para a educação básica mediante a realização do projeto de extensão planejado e executado por docentes e discentes da Universidade Federal do Amapá onde culminou com a Feira de Ciência denominado de EXPOQUÍMICA. O objetivo deste trabalho é relatar e apresentar os resultados por meio da inserção da experimentação Luz Negra para alunos do ensino médio do interior. O resultado foi a disseminação do conhecimento químico em escolas públicas nos municípios do Amapá, instigando e conduzindo a pesquisa científica, destacando as vantagens da metodologia para potencializar a assimilação do conhecimento científico e a interdisciplinaridade.
Palavras chaves
Feiras de ciências; Expoquímica; Modelo de Bohr
Introdução
A teoria atômica de Bohr foi publicada em 1913, baseada em quatro postulados e sua principal contribuição foi em relação ao movimento dos elétrons nos átomos e aos diferentes tipos de mecanismo de emissão, como na fluorescência, ocorre a emissão de um fóton de luz quando o elétron retorna ao estado fundamental; na fosforescência, o elétron excitado decai para um nível intermediário de energia, a partir do qual ocorre a emissão de radiação ao retornar ao estado fundamental (NERY; FERNANDEZ, 2004). Nas transições eletrônicas descritas pelo modelo de Bohr por exemplo, no líquido fluorescente, a tinta invisível e a clorofila ao serem expostas sob a luz negra, têm-se a possibilidade de visualização das cores. O ensino de Química, quando baseado neste modelo, torna-se desinteressante para a maioria dos alunos (ROSENAU; FIALHO, 2008). Mediante isto, docentes e discentes da Universidade Federal do Amapá, através de diálogos e da observação dos alunos, perceberam a necessidade de criar projetos que motivassem os alunos tanto a universidade quanto da comunidade escolar pelo gosto a aprender e, denominou-se de EXPOQUÍMICA: FEIRAS DE QUÍMICA PELO AMAPÁ. Desta forma, esse relato de experiência tem suma importância, pois, ao contextualizar os conteúdos e relacionar os fundamentos propostos por Bohr com aspectos do cotidiano dos estudantes, permite-se o desenvolvimento de habilidades essenciais e o expositor explicita o papel social da Química, suas aplicações e implicações do conhecimento, instigado métodos de entendimento, formulação de hipóteses, bem como, o favorecimento da motivação e dedicação dos alunos pela ciência, proporcionando aos estudantes, a vivência de situações reais e a interdisciplinaridade.
Material e métodos
A Expoquímica consistiu no planejamento e execução com foco no Ensino Médio, em quadras poliesportivas, nos municípios de Mazagão, Amapá, Santana e Porto Grande, no primeiro semestre letivo de 2018, tendo a participação de 01 coordenador e 30 acadêmicos pertencentes ao curso de Química e Física. Cada evento contou com cerca de 500 participantes e foram selecionadas disciplinas como Química Geral, Química Inorgânica, Físico-Química, entre outras. Seguindo as recomendações, a exposição ficou organizada e dividida em duplas, totalizando 15 experimentos de acordo com o tema, dentre eles o “Experimento com a luz negra” que abrange a área da Química Geral prático do Modelo Atômico de Bohr. Feito a análise, buscou-se promover a interdisciplinaridade entre si e entre estas e demais áreas, explicando alguns fenômenos observados no cotidiano, como a fluorescência, que não podem ser observados sem que haja a utilização de um material específico. Os materiais utilizados foram: Lâmpada de negra, Protetor Solar (30), Papel A4, Marcador de texto, extrato de clorofila, 2 béqueres 50 mL, Filtro, etanol e água destilada. Foram feitas três procedimentos: a primeira era a tinta invisível que consistia em escrever com o protetor solar na folha em branco e expor a folha em branco na luz negra; a segunda era o líquido fluorescente, onde era retirar a carga do marcador, colocando dentro de um recipiente com água, dissolvendo a carga; a terceira era clorofila sob a luz negra, no recipiente macera as folhas verdes, coloca o álcool até cobrir e com um filtro retira- se o suco das folhas, colocando a clorofila sob a luz negra. Todas as experimentações foram de forma clara, dinâmica e divertida almejando a atenção, participação e entendimento de todos da comunidade escolar.
Resultado e discussão
A prática desenvolveu o prazer, que antes era menor ou ausente, pela Química
e foi notada desde a primeira exposição feita nas escolas, devido não
possuírem laboratório, levando a prática para lugares distante da capital e
com pouco recurso. A dedicação, a motivação que as exposições podem
proporcionar, resultou na aceitação pela comunidade escolar.
“A feira desenvolve no aluno a ação democrática de participação coletiva.
Permite a troca de experiências, libera o aluno para um pensar criativo em
que a sua capacidade de comunicação é exercitada. Consequentemente, após
atuar em uma feira de ciências, nosso aluno retornará à sala de aula com
maior capacidade de decisão em relação aos problemas do nosso cotidiano”
(BORBA, 1996, p. 43).
Diante disso, os Experimentos com a Luz Negra possibilitaram que
materiais de baixo custo, possam exemplificar o salto quântico que um
elétron dá para a camada mais externa e ao retornar ao seu estado
fundamental ele emite uma radiação que pode ser em forma de luz, aplicando
seu conhecimento sobre o Modelo atômico de Bohr. Fazendo uma
interdisciplinaridade com assuntos da química e o cotidiano, explicou como
alguns fenômenos ocorrem como a fluorescência, a reflexão de algumas cores,
como o verde da clorofila e ação do protetor solar.
Em algumas escolas tem sua própria feira, como a Escola do município do
Amapá, mas após a experimentação, alunos pediam uma orientação do
experimento e alegavam que irão desenvolver no ano seguinte, ficando
explícito que, a expoquímica e o “aprender fazendo” potencializa a
assimilação do conhecimento científico favorecendo o ensino de química e
almejando o propósito dos Experimentos com a Luz Negra.
Execução do experimento na Escola Estadual Maria Cristina Botelho Rodrigues, no Município de Porto Grande-AP.
Alunos participantes da Expoquímica na Escola Estadual Rodoval Borges no Município de Santana- AP.
Conclusões
Dessa forma, a Expoquímica caracterizou-se como um incentivo à investigação científica, que pode ser uma eficiente ferramenta para processo de ensino ao estimular habilidades dos alunos, pois, além de trazer a comunidade para a escola, pode ser utilizada para despertar nos alunos o interesse, levando a prática para lugares distante da capital. Por fim, o projeto de extensão beneficiou a comunidade escolar e docentes da Licenciatura em Química mediante o ensino-aprendizagem, a prática pedagógica, o incentivo ao meio científico lúdico e pedagógico atraindo a comunidade para âmbito escolar.
Agradecimentos
Agradecemos ao professor coordenador Me. Kelton Belém pela oportunidade de ingressar no projeto, ao departamento de Extensão da UNIFAP pelo apoio financeiro do Edital PAEX 2017-2018.
Referências
BORBA, E. A importância do trabalho com Feiras e Clubes de Ciências: Repensando o Ensino de Ciências. Caderno de Ação Cultural Educativa - volume 03. Coleção Desenvolvimento Curricular. Diretoria de Desenvolvimento Curricular. Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. Belo Horizonte, v. 3, p. 57, 1996.
NERY, A. L. P.; FERNANDEZ, C. Fluorescência e estrutura atômica: experimentos simples para abordar o tema. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 19, p. 39-42, 2004.
ROSENAU, L. S.; FIALHO N. N. Didática e avaliação da aprendizagem em química. Curitiba: IBPEX, 2008.