A química no YouTube: analisando canais voltados para o ensino de química
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Palheta Junior, A.R. (UEPA) ; Barros, D.J.P. (UEPA) ; Souza, F.B. (UEPA)
Resumo
Este estudo objetivou selecionar e analisar canais da plataforma YouTube voltados para o ensino de química. Para a seleção, utilizou-se a palavra- chave “química”, na caixa de pesquisa da plataforma, adjunto a ativação de dois filtros. A partir da busca, selecionou-se cinco canais. Suas avaliações ocorreram com a seleção de três vídeos de cada canal. Para a avaliação dos conteúdos apresentados, adotou-se um modelo de avaliação disponível na literatura. Verificou-se que os canais, bem como os respectivos vídeos selecionados, foram produzidos para fins educativos, sendo destinados a atender alunos do EM e vestibulandos, tendo-se ainda dois dispondo de conteúdos para alunos do ES. Os canais apresentados são voltados ao ensino de química e podem ser fontes de estudos para diversos alunos.
Palavras chaves
Selecionar; Analisar; Vídeos
Introdução
Os avanços tecnológicos vêm causando grandes impactos nas instituições sociais, como as voltadas para a comunicação, cultura e educação, e este impacto é percebido sob diferentes óticas e abordagens (NASCIMENTO, 2016). Moran (2006) afirma que o computador e a internet são ferramentas que facilitam a realização de pesquisas, simulações, produção de textos, a obter imagens diversas, trocar ideias e experiências, e quando esta variedade de recursos é aplicada ao ensino o torna cada vez mais rico. O YouTube é um veículo de publicação de vídeos via internet de forma aberta e interativa, que cria conexões de acesso em escala global. Este meio pode ser considerado um recurso didático, pois traz muitas vantagens à divulgação de informações científicas, dentre elas a presença de programas educativos, documentários, vídeos informativos e animados, a quantidade de informação disponível e a facilidade de acesso e uso do recurso (BOTTENTUIT JUNIOR; COUTINHO, 2016). A videoaula é uma ferramenta utilizada há poucos anos no processo de ensino- aprendizagem e tem se tornado fonte de estudo para diversos alunos de diversas áreas do conhecimento, incluindo a área da química (BARROS, 2017). Ainda segundo o autor, a possibilidade de consultar as videoaulas em diferentes horários, é um fator de grande importância, podendo o aluno estudar no horário que lhe permite um maior aprendizado, além da facilidade de assistir as aulas em casa. Neste contexto, este estudo objetivou selecionar e analisar canais da plataforma YouTube voltados para o ensino de química, avaliando aspectos gerais, abordagem ao conteúdo, e linguagem, empregados nas apresentações dos temas abordados nos vídeos publicados nos canais.
Material e métodos
Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo, aonde a interpretação das informações e a atribuição de significados são básicas, visto que são analisadas indutivamente (PRODANOV; FREITAS, 2013). Para seleção dos canais, visitou-se o site do YouTube (www.youtube.com), por intermédio de um notebook da marca Samsung conectado à rede Wi-Fi. No site, utilizou-se a opção “pesquisar”, aonde adicionou-se a palavra-chave “química”, adjunto a ativação de dois filtros: “canal” e “contagem de visualizações”, disponíveis nas opções de filtros, o que possibilitou encontrar canais voltados para o ensino de química que apresentam as maiores quantidades de visualizações de seus conteúdos publicados. Dentre os canais sugeridos para a palavra-chave, selecionou-se os cinco primeiros. Para analisa-los, primeiramente obteve-se acesso a galeria de vídeos publicados, sendo selecionados três de cada canal. Dos vídeos selecionados, um corresponde ao mais recente publicado no canal e os outros dois, os que obtiveram mais visualizações de todos os já publicados. Para seleciona-los, utilizou-se os filtros “data de inclusão (mais recentes)” e “mais populares” disponíveis no ícone “classificar por” da galeria. Para avaliação dos conteúdos apresentados nos vídeos, adotou-se os critérios utilizado por Pereira (2009), com algumas adaptações. Foram definidas três categorias a serem avaliadas: 1) Aspectos gerais; 2) Abordagem ao conteúdo; e, 3) Linguagem, as quais estão detalhadas no quadro 1.
Resultado e discussão
Os canais selecionados estão dispostos no Quadro 02. A princípio, nota-se que
os canais, bem como os respectivos vídeos selecionados, foram produzidos para
fins educativos, sendo destinados a atender diretamente alunos do EM e
vestibulandos, tendo-se ainda dois dispondo de conteúdos para alunos do ES.
Observa-se que nenhum dos canais e vídeos selecionados são destinados a
alunos do EFM. De forma geral, a julgar o público a que se destina, observa-
se que os vídeos conseguem levantar de maneira satisfatória o interesse do
espectador, dentro de seus limites de tempo e conteúdo ao qual se propõem
trabalhar. Vale ressaltar, que alguns canais resultantes da busca são
multidisciplinares, pois apresentam videoaulas de outras disciplinas, como o
canal “Química em ação” e “Química com G”. Ao se julgar os métodos utilizados
em cada vídeo, nota-se um padrão discursivo de forma contextual na maioria
dos vídeos, aonde encontra-se a via professor-quadro ou professor-slide de
maneira dominante nos canais analisados, o que realça a contextualização de
conteúdos suficientes e adequados ao público destinado. Os vídeos
selecionados dos canais 1 e 2 apresentam predominância de linguagem
coloquial, enquanto que o 3, 4 e 5, demonstram uma linguagem mais formal e
científica. Efeitos sonoros não são notados de forma a valorizar a mensagem
ou conteúdo, no entanto, observa-se a utilização de efeitos visuais para
reforçar assuntos isolados nos vídeos dos canais 3, 4 e 5, utilizados de
forma adequada ao assunto abordado. Segundo Schneider, Caetano e Ribeiro
(2012) os vídeos com conteúdo educacional no YouTube, tem priorizado a
combinação de linguagem verbal e textual, aonde o professor explica e usa
texto ou esquemas para melhor organizar o conhecimento.
critérios adotados para avaliação dos vídeos selecionados
lista de canais analisados
Conclusões
Os conhecimentos químicos difundidos no YouTube estão cada dia mais acessíveis ao público geral, visto a facilidade que se tem atualmente em acessar a plataforma. Contudo, ao buscar informações científicas neste meio, faz-se necessário conhecer a forma como cada canal apresenta determinado conteúdo, e a confiabilidade referente as informações ali apresentadas. Diante disso, neste estudo são apresentados canais voltados ao ensino de química que podem ser fontes de estudos para alunos do ensino médio, vestibulandos e universitários.
Agradecimentos
Referências
BARROS, F. A. S. O. Produção de videoaulas experimentais investigativas-demonstrativas. 2017. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Química) – Universidade de Brasília – UnB, Brasília-DF, 2017.
BOTTENTUIT JUNIOR, J. B.; COUTINHO, C. Pereira. Desenvolvimento de vídeos educativos com o Windows Movie Maker e o YouTube: uma experiência no ensino superior. In: LUSOCOM: Comunicação, Espaço Global e Lusofonia, 8., 2009, Lisboa. Anais eletrônicos... Lisboa, 2016. Disponível em: <https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/9019/1/Windos%2520Movie%2
520-%2520Lusocom.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016.
MORAN, J. M. Ensino e Aprendizagem Inovadores com Tecnologias Audiovisuais e Telemáticas. In: MORAN, J. M.; MASETTO, M. T; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12. ed. Campinas: Papirus, 2006.
NASCIMENTO, A. P. Vídeos midiáticos e os conteúdos para o ensino de química. 2016. 90 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.
PEREIRA, L. T. O Uso do YouTube como Ferramenta no Ensino da Química: Análise de Vídeo. 2009. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Química) – Faculdade de Ciências – Universidade Estadual Paulista – UNESP, Bauru-SP, 2009.
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo-RS: Editora Feevale, 2013.
SCHNEIDER, C. K.; CAETANO, L.; RIBEIRO, L. O. M. Análise de vídeos educacionais no youtube: caracteres e legibilidade. CINTED-UFRGS. V. 10, Nº 1, 2012.