Dificuldades dos/das estudantes no aprendizado de conteúdos de química: Uma experiência a partir da cidade de Upanema- RN.
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Noronha, A.J.L. (UFERSA) ; Silva, A.A. (UFERSA) ; Castro, K.K.V. (UFERSA)
Resumo
A pesquisa objetiva investigar as dificuldades no processo ensino aprendizagem em química e os principais fatores relatados por estudantes do 1o ano da educação de jovens e adultos uma escola da cidade de Upanema/RN. O interesse pela temática insere-se nos objetivos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFERSA e busca a aproximação entre teoria e prática, que é a práxi educativa. Metodologicamente o trabalho de pesquisa foi realizado nas seguintes etapas: Primeiramente realizou-se uma reunião com o diretor da escola para apresentação do objetivo da pesquisa. Foi utilizada a pesquisa/exploratória para construção dos instrumentos de coleta dos dados que se deu por meio da utilização de roteiros de observação e questionários. Por fim realizou-se a categorização e análise dos dados.
Palavras chaves
Química; dificuldades ; EJA em UPANEMA
Introdução
A química como componente curricular obrigatório da educação básica ainda é muito jovem (MAIA JUNIOR; COSTA; RODRIGUES, 2016). Muitos alunos do ensino básico sejam na modalidade regular ou EJA, enfrentam dificuldades em compreender, acompanhar e aprender algumas disciplinas, em especial as da área das ciências da natureza e exatas. Os conteúdos de química estão presentes no nosso cotidiano, porém, “apesar da familiaridade com o tema, no âmbito do ensino de química nas escolas, percebe-se que os alunos parecem não conseguir ligar os conceitos que utilizam no cotidiano com os estudados na química” (VERONEZ E PIZZAR, 2000, p.2). Para Souza (sem ano), a natureza teórica e o alto grau de abstração dos conteúdos de química como o conceito de mole e orbital, são fontes das dificuldades dos alunos. Como solução para as dificuldades de aprendizagem de química, Santos, Silva e Lima (2013, p.2) sugerem a “elaboração de um material didático que seja potencialmente significativo, permitindo a integração entre o conhecimento prévio do aluno, o chamado subsunçor, e a nova informação apresentada pelo professor, que juntos produzirão um conhecimento potencialmente significativo”. Através das discussões e problemáticas levantadas na disciplina de instrumentação para o ensino de química, do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo da UFERSA campus Mossoró/RN, despertou-se o interesse em desenvolver esta pesquisa sobre as dificuldades dos/das estudantes da educação de jovens e adultos no aprendizado dos conteúdos de química. Para delimitarmos o campo da pesquisa optamos por uma escola estadual na cidade de Upanema/RN, que atende em sua maioria alunos da zona rural da referida cidade.
Material e métodos
O trabalho em abordagem foi desenvolvido o município de Upanema/RN, em uma escola da rede estadual de ensino, que atende em sua maioria alunos da zona rural do município. Trabalhou-se com os alunos do primeiro ano da EJA do ensino médio. Para essa realização, primeiramente foi realizado um momento de diálogo com o representante da escola, no intuito de apresentar o objetivo de nossa pesquisa. Após essa etapa direcionou-se a pesquisa para a aplicação de um questionário, contendo perguntas objetivas para uma turma com quinze (15) estudantes. Mediante essa aceitação, os/as estudantes que concordaram em fazer parte do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, para assegurar participação voluntária Após a aplicação do questionário, analisou-se os resultados individualmente e por conseguinte expressou-se as respostas em gráficos para que fosse feito a análise e discussão dos dados contidos nos mesmos.
Resultado e discussão
Mediante as respostas obtidas através do questionário, verificou-se que
quando
questionados se gostam da disciplina de química: 40% dos/as estudantes não
gostam e 60% alegam gostar. Isso pode ser reflexo da forma como a disciplina
vem sendo ministrada, onde ainda é muito comum o uso de técnicas
tradicionais
que priorizam a memorização e aplicação de fórmulas. No segundo
questionamento
buscou-se entender se os mesmos encontram dificuldades para aprender os
conteúdos, sendo que 80% alegam que encontram dificuldades. De acordo com
Neto
e Carvalho (2008), a metodologia utilizada pelo professor é um motivo que
influencia significativamente no aumento das dificuldades, “pois acabam
dando
ênfase à memorização de fórmulas, priorizando os cálculos e desvalorizando à
experimentação e a construção do conhecimento científico dos alunos, fazendo
com que eles tenham dificuldade em aprender a disciplina”. Quando
questionados
sobre a motivação que leva a essa dificuldades, o gráfico 01 ilustra os
dados
obtidos. Tentando compreender porque a base matemática foi um dos fatores
mais
apontados, “uma possível justificativa para o elevado índice dessa categoria
é
a ênfase, normalmente, dada pelos professores ao papel da matemática no
ensino
de química, ou seja, predomina um tratamento algébrico excessivo”.(SANTOS et
al.,2013). Outra questão levantada para os/as estudantes foi sobre o que
deveria ser feito para melhorar as aulas de química. O Gráfico 02 expressa
as
respostas dos mesmos. Segundo Laranjeira et al. (2014), ainda convive-se com
a
dificuldade de realizar experimentos para auxiliar na construção de
conceitos.
Isso pode ser decorrente da falta de condições ou até mesmo ausência de
ideias
científicas para aplicação.
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Conclusões
Os dados apontam para a necessidade de se desenvolver meios que auxiliem os/as estudantes a relacionar os conteúdos de química com seu cotidiano. É preciso entender as dificuldades dos/as estudantes no processo de aprendizagem de química, e suas relações com o contexto dos alunos. A prática pedagógica do professor e a relação dos/as estudantes com a sociedade, possibilitam compreender melhor o contexto em que ambos estão inseridos. Além disso, o professor explorando o conhecimento empírico dos/as estudantes, conseguirá ser coparticipante deste processo de ensino-aprendizagem.
Agradecimentos
Os autores agradecem aos estudantes envolvidos, a escola pela oportunidade da pesquisa e a UFERSA.
Referências
MAIA JÚNIOR, L.S.; COSTA, G.S.; RODRIGUES, W.V. Dificuldades de aprendizagem em química de alunos do ensino médio na escola cônego Aderson Guimaraes Júnior. Anais III CONEDU. 2016
LARANJEIRA JR,A.P.; LIMA, V.E. DIFICULDADE E APRENDIZAGEM NO ENSINO DA QUÍMICA. Campina Grande-PB. CONEDU, 2014.
NETO, C.O.C.; CARVALHO, R.C.P.S. Dificuldades no ensino-aprendizagem de química no ensino médio em algumas escolas públicas da região sudeste de Teresina. Anais PIBIC, UESPI, 2008.
SANTOS, A.O.;SILVA, R.P.; ANDRADE, D.LIMA,J.P.M. Dificuldades e motivações de aprendizagem em Química de alunos do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/UFS/Química). Scientia Plena, v. 9, n. 7 (b), 2013.
SOUZA, F.N. Perguntas dos Estudantes e Aprendizagem de Conceitos em Química.
VERONEZ, K.N.S.; PIAZZA, M.C.R. Estudo sobre dificuldades de alunos do ensino médio com estequiometria. 2000.