AZEDA REALIDADE: A PERSPECTIVA DO AÇÚCAR NA SOCIEDADE - UMA OFICINA TEMÁTICA COM ASPECTO CONSCIENTIZADOR NO ENSINO DE QUÍMICA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Souza, G.L.R. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS) ; Penco, V.S.N. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS) ; Sousa, J.T.A. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS) ; Souza, R.O. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS) ; Santos, D.G. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS) ; Moura, V.M. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS) ; Cardoso, A.A. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS) ; Basílio, J.H.C. (IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS)
Resumo
O presente trabalho visa apresentar um relato de experiência da aplicação de uma oficina elaborada pelos bolsistas PIBID do curso de licenciatura em química do IFRJ campus Duque de Caxias e aplicada no próprio IFRJ campus Duque de Caxias. Fez-se a composição da oficina através de informações sociais e científicas, tendo como alguns assuntos abordados a análises de rótulos dos alimentos, a constituição de alguns tipos de açúcar e adoçantes, assim como seus respectivos impactos na saúde. Almejou-se uma mediação diferenciada e contextualizada do tema, visando uma reflexão sobre o hábito alimentar por parte dos espectadores.
Palavras chaves
PIBID; Ensino de Química; Açúcar
Introdução
O curso de Licenciatura em Química do IFRJ campus Duque de Caxias possui um vínculo com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) que objetiva a experiência de vivenciar a realidade nas salas de aula antes durante a formação acadêmica. Tal projeto, é considerado relevante pois, possibilita a contextualização para o ensino de química, que constituem a formação para a cidadania, incluindo assim a compreensão dos processos químicos do cotidiano. Durante a VIII Semana Científico-Tecnológica do IFRJ, os bolsistas escolheram uma oficina temática para abordar informações sobre o açúcar visto que é instrumento facilitador do ensino de ciências que propicia o entendimento que conceitos relacionados à Química e possibilita a integração de diferentes áreas de estudo (LIMA; SOUSA; SILVA, [20--?]). A ideia relacionar ensino de química e açúcar foi originada diante dados sociais que relatam que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo diário máximo de 50g e, segundo o relatório anual 2016 da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, o brasileiro consome 30,05 kg por pessoa ao ano. Com o intuito de: identificar diferentes tipos de funções orgânicas e de açúcar; alertar sobre as consequências de um consumo exacerbado, além das doenças associadas; descobrir a composição química dos açúcares e adoçantes e desmistificar algumas informações de senso comum, foi proposta a confecção da oficina. Prezou-se por uma abordagem contextualizada utilizando ocorrências cotidianas vistos que, segundo Jiménez Lizo, Sanches Guadix e De Manuel (2002), é uma forma de tornar o aprendizado mais compreensível e atrativo. A oficina foi destinada ao público de todas as faixas etárias e constituída por informações sociais e científicas.
Material e métodos
Visando atender as demandas da organização de uma oficina, os bolsistas PIBID dividiram-se em subgrupos para aumentar o campo de pesquisa sempre buscando uma elaboração contextual para o ensino de química e, através de atos interdisciplinares, comprovar a ligação da química com o cotidiano. Cada um dos subgrupos ficou responsável por estudar um tópico que julgou-se, em consenso, ser debatido. Após encontros semanais para discussão de ideias, decidiu-se por fazer uma abordagem teórica e quatro atividades. A abordagem teórica, elaborada utilizando slides, contou com informações sobre: a história do açúcar; as diferenças de composição química, funções orgânicas e produção dos adoçantes sintéticos e naturais, bem como seus males e benefícios; os transtornos e doenças decorrentes da ingestão excessiva; o consumo exacerbado do açúcar durante a infância e as consequências dessa conduta. Deu-se início a proposta testando o conhecimento prévio dos participantes acerca do assunto, através de perguntas. Foram disponibilizadas placas com as opções ‘mito’ ou ‘verdade’ usadas para responder as perguntas. Posteriormente, houve a exposição de embalagens de diferentes bebida, para que tentassem adivinhar qual era a ordem crescente do teor de açúcar das bebidas. Sequencialmente, os alunos escolheram um lanche que, supostamente, fariam no colégio através de embalagens de alimentos levadas pelos bolsistas onde, através da soma da massa de açúcar consumida, alertou-se a respeito de um consumo consciente. Para finalizar, houve uma degustação de algumas receitas diets que substituem o açúcar por outro ingrediente. Como recursos didáticos, foram utilizados: embalagens alimentícias; receitas com baixo teor de açúcar; açúcar refinado; computador e retroprojetor.
Resultado e discussão
A utilização de diversas atividades dentro da oficina e a organização de uma
apresentação teórica curta e atrativa pôde proporcionar uma melhor interação
do público com os bolsistas no decorrer de todo o processo, não se
comportando como meros expectadores. Com isso, houveram intervenções
pertinentes e relatos pessoais como forma de evolução do andamento da
atividade. Uma das alunas presentes narrou sobre sua experiência acerca da
hiperatividade que ela possuía quando houve, durante a apresentação teórica,
a desmistificação da correlação direta entre a quantidade de açúcar consumido
e a hiperatividade. Uma outra parte dos alunos engajou-se em discutir o
porquê de no Brasil a sacarina, adoçante carcinogênico derivado da naftalina,
não ter sido proibido ainda como aconteceu na França e Canadá, por exemplo
(PÉREZ, 1977). O emprego de diferentes estratégias metodológicas utilizadas
pelos alunos PIBID IFRJ campus Duque de Caxias nas atividades contribuem para
a melhoria da aprendizagem e elevam o desempenho dos alunos, influenciando de
uma forma positiva o ensino de química. De uma forma notória, foi possível
detectar o interesse e a curiosidade dos alunos através de perguntas ao final
da oficina sobre seu cotidiano, onde perceberam a importância da química e o
quão ela está ligada diretamente com o organismo humano. O retorno positivo
diante de uma atividade tão enriquecedora, visa comprovar a importância da
contextualização no ensino de ciências nas escolas (PIBID... [20--?]).
Conclusões
A principal motivação para a oficina veio mediante a uma necessidade de falar acerca de um assunto tão presente no cotidiano, o qual muitas vezes não possui a devida seriedade e importância. Concluiu-se que a abordagem do assunto feita pelo grupo PIBID coordenado pela Dra. Vanessa Nogueira atingiu os objetivos que foram arquitetados inicialmente e que as ferramentas utilizadas agradaram os participantes, que mencionaram terem gostado da linguagem simples e adaptada utilizada através de conversa inteligível com o intuito de aprender mutuamente a construir um conhecimento sobre o assunto.
Agradecimentos
Agradeço ao PIBID/CAPES e à professora coordenadora Dra. Vanessa Nogueira pela disponibilidade de recursos e apoio.
Referências
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JIMENEZ-LISO, M.R.; SANCCHES-GUADIX, M.A. e MANUEL, E.T.D. Química
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4, 2002.
LIMA, José Djhonathas Firmino de Vasconcelos; SOUSA, Antonio Nóbrega de; SILVA, Thiago Pereira da. OFICINAS TEMÁTICAS NO ENSINO DE QUIMICA: DISCUTINDO UMA PROPOSTA DE TRABALHO PARA PROFESSORES NO ENSINO MÉDIO. [20--?]. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/revistas/enect/trabalhos/faf4bce53b9ff165611c34c10aa65975_90.pdf>. Acesso em: 07 ago. 2018.
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PÉREZ, Afonso García. Jornal El País. Canadá y Estados Unidos prohibirán la sacarina.
Disponível em: https://elpais.com/diario/1977/03/11/ultima/226882801_850215.html. Acesso em: 07 ago. 2018.
PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. [20--?]. Disponível em: <https://portal.ifrj.edu.br/programas-e-projetos-graduacao/pibid>. Acesso em: 07 ago. 2018.