O que os olhos não vêem, a pele sente: uma atividade interdisciplinar entre Química e Física realizada pelo PIBID no ensino médio.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Cardoso, A.A. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Nogueira, V. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Marques, B.C.B. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Basílio, J.H.C. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Santos, D.G. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Silva, J.R. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Souza, R.O. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Nascimento, Y.M.A. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Ferreira, R.M.O. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Duque, A.C.C. (COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY)

Resumo

A prática descrita no trabalho foi desenvolvida pelo PIBID de Química do Instituto Federal do Rio de Janeiro campus Duque de Caxias e aplicada no Colégio Estadual Professor José de Souza Herdy, na cidade de Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro. O objetivo foi realizar junto aos alunos um experimento para abordar a temática de Polímeros e a ação do protetor solar. A proposta consistiu na pesquisa e criação de um roteiro para a abordagem interdisciplinar do tema Polímeros referente ao quarto bimestre do terceiro ano de Química juntamente ao tema de Ondas pertencente ao eixo temático de Física do mesmo bimestre. A atividade foi muito bem recebida pelos alunos, que demonstraram grande interesse e entusiasmo.

Palavras chaves

Interdisciplinaridade; PIBID ; experimentação

Introdução

O curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) no campus Duque de Caxias, busca oferecer uma formação profissional e humana. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um dos programas que compõem o campus e que visa proporcionar ao licenciando o contato com a rotina escolar desde o início de sua formação, dando a oportunidade de seus alunos bolsistas desenvolverem diversas atividades juntamente com professores em turmas do ensino regular em escolas públicas colocando em prática diversas metodologias. Dentre as diferentes ferramentas utilizadas durante a atuação do PIBID está inclusa a utilização de experimentos, onde os alunos atuam como protagonistas. Nos últimos anos, diversos pesquisadores apontam a experimentação investigativa como uma ferramenta para melhorar o ensino- aprendizagem (SUART & MARCONDES, 2009). No presente trabalho está descrita uma atividade realizada pelo PIBID de Química do IFRJ, campus Duque de Caxias que teve como objetivo a aplicação de um experimento interdisciplinar de polímeros e ondas em uma turma do terceiro ano do ensino médio. Houve interdisciplinaridade entre as disciplinas de Química e Física uma vez que a elaboração da atividade aconteceu com base no currículo mínimo de ambas as matérias. De acordo com Japiassu (1976) a interdisciplinaridade proporciona a troca de saberes e amplia a formação geral permitindo que os envolvidos “aprendam a aprender”, nesse contexto o trabalho se insere.

Material e métodos

O planejamento da atividade ocorreu durante uma das reuniões da professora supervisora com os bolsistas licenciandos, onde houve a seleção do tema e a busca em literaturas por experimentos para serem adaptados e aplicados. Tendo como eixo temático gerador da atividade a “Química Orgânica, Biomoléculas e Polímeros” e “Fenômenos ondulatórios, natureza da luz e efeito fotoelétrico”, ambos do quarto bimestre de Química e Física, respectivamente, do terceiro ano do ensino médio. Preparou-se uma aula introdutória para trabalhar os conceitos e desenvolver um roteiro para o experimento. A atividade abarcou 3 momentos com duração total de 2 aulas de 50 minutos, sendo realizada em uma turma de 20 alunos. Inicialmente os bolsistas realizaram a revisão sobre polímeros, para assim, introduzir os conceitos físicos da luz e o comportamento dos raios ultravioleta. Posteriormente, houve a divisão em grupos, onde foi feita a distribuição do roteiro experimental e os materiais necessários, que constitudos de: metade de um prendedor de cabelo (composto com polímero que muda de cor quando exposto à radiação ultravioleta) e um produto (protetor solar fps 30, fps 50, hidratante corporal e autobronzeador). A prática consistiu na distribuição do produto recebido na superfície do polímero e, sequencialmente, à introdução no aparato feito com caixa de papelão iluminada por uma lâmpada de luz negra. A finalização foi feita após a exposição de alguns segundos do prendedor a luz, através da comparação dos resultados entre o polímero limpo e com os diferentes produtos. Tendo assim, como objetivo da prática, a instigação e observação do comportamento do polímero quando submetido a diferentes condições, com a finalidade de entender conceitos químicos que permeiam de maneira abstrata para alunos.

Resultado e discussão

No primeiro momento da atividade os alunos mantiveram-se pouco participativos, quando foram questionados pelo grupo PIBID sobre os conceitos químicos e físicos alguns comentaram a dificuldade de compreensão das matérias Química e Física que possuíam. O cenário mudou quando foram apresentados ao roteiro experimental, nesse momento os grupos ficaram bastante envolvidos na atividade, demonstrando muito mais interesse em participar. Todos realizaram sem muita dificuldade o passo-a-passo e após observar e realizar as anotações, os grupos se reuniram para discutir os resultados entre si. A turma constatou que as colorações das pregadeiras foram diferenciadas de acordo com o fator de proteção solar (FPS) dos produtos, tendo o produto com o maior FPS realizado o maior efeito de inibição da mudança de cor e os demais produtos sem FPS não demonstrando efeito diferente do padrão comparado. Durante a discussão dos resultados entre os grupos envolvidos os alunos realizaram perguntas quanto ao funcionamento dos materiais, tiraram dúvidas sobre os conceitos e comentaram sobre o quanto a atividade havia sido muito mais interessante do que uma aula teórica. Comentaram também como nunca haviam parado para pensar que disciplinas distintas pudessem estar conectadas. Levando em consideração que o interesse dos alunos foi despertado após o início das atividades práticas, pode-se constatar o poder de envolvimento da aula experimental.

Conclusões

A atividade alcançou os objetivos propostos de despertar o interesse dos estudantes e introduzir uma discussão acerca dos temas polímeros e ondas. Os alunos concluíram que os produtos sem fator de proteção solar não surtem efeito como bloqueadores dos raios ultravioletas e como a nossa pele e o polímero do prendedor de cabelos estão relacionados. A atividade obteve um retorno muito positivo por parte dos alunos, que protagonizaram a aula através da mediação dos bolsistas PIBID de Química do IFRJ, Duque de Caxias.

Agradecimentos

Agradecemos ao PIBID pela oportunidade de crescimento. À coordenadora Profª Vanessa Nogueira, aos demais professores e colegas do IFRJ e aos alunos e professores do C

Referências

JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976

ROCHA, R. J. Polímeros fotocrômicos – Uma proposta de experimento de Química para o Ensino Médio. Brasília – DF 1º/2014. Disponível em: http://bdm.unb.br/bitstream/10483/9556/6/2014_RonaldoJosedaRocha.pdf Acesso: 08 de Agosto de 2018

SUART, R. C. e MARCONDES, M. E. R. A manifestação de habilidades cognitivas em atividades experimentais investigativas no ensino médio de química. Ciências & Cognição; Vol 14 (1): 50-74, 2009. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/38/30. Acesso: 8 de Agosto de 2018

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