Ensino de química para cegos: Utilizando o sentido tátil como recurso metodológico ao conteúdo de modelos atômicos.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Damasceno dos Santos, M.D. (UEPA) ; da Silva Feijó, G. (UEPA) ; Cardoso Moraes, A. (UEPA) ; Antunes Terra, I. (UEPA)

Resumo

O objetivo desse trabalho é explorar o uso do sentido tátil como metodologia ao ensino de química para alunos cegos, visando a inclusão e a aprendizagem equitativa e qualitativa em relação aos demais alunos não portadores de cegueira, haja vista a grande necessidade de recursos e estratégias de ensino que assegurem uma aprendizagem significativa que atenda às necessidades desse tipo de deficiência. Apesar dos inúmeros desafios ao ensino de química para os deficientes visuais, é possível promover o ensino e aprendizagem de forma inclusiva.

Palavras chaves

Inclusão; Ensino; Química

Introdução

O incentivo e a pesquisa em educação vêm ganhando espaço no decorrer dos anos, em buscas de estratégias para a melhoria do ensino aprendizagem, principalmente nas áreas exatas, especialmente na química, que é o foco do presente trabalho. No entanto, são poucos os estudos feitos sobre o ensino de química inclusivo, especialmente para cegos, embora haja uma grande demanda por inclusão nessa área e uma grande necessidade de buscar metodologias e recursos que assegurem uma aprendizagem significativa e que atenda às necessidades e especificidades desse tipo de deficiência.De maneira tradicional, o ensino de química continua deixando a desejar quando se trata de inclusão, onde o ensino e a aprendizagem se baseia essencialmente na visão e a prática educativa é exercida através da observação de experimentos, figuras ou estruturas das moléculas presentes nas literaturas, trazendo desafios a aprendizagem, que atingem essencialmente os deficientes visuais. Diante disso, o proposto trabalho traz a inclusão ao ensino de química através da Química Tátil, como uma contribuição metodológica de ensino a uma área que ainda está em desenvolvimento e precisa de uma atenção especial para ser trabalhada de forma efetiva. Potencializando assim, o interesse do aluno pelo ensino de Química inclusivo e tendo como estratégia, a produção de materiais para o ensino.

Material e métodos

Este trabalho foi desenvolvido no Instituto José Alvares de Azevedo com 26 graduandos do curso de Licenciatura em Ciências Naturais – Habilitação em Química. Primeiramente, os mesmos conheceram o espaço físico do instituto, suas salas, os professores, o desenvolvimento de suas funções e os materiais utilizados no ensino. Seguidamente, foi solicitado aos graduandos que vendassem seus olhos para que lhes fossem dados dois modelos atômicos em Braille e que utilizassem seus sentidos táteis para compreensão dos mesmos. Em seguida, os graduandos produziram modelos atômicos em 3D utilizando apenas bolinhas de tênis de mesa, massinha de modelar e fios de cobre. Por fim, foram distribuídos os questionários para que fossem respondidos para o levantamento de dados.

Resultado e discussão

Tendo como objetivo analisar a importância que espaços não-formais podem ter como meios facilitadores no ensino e aprendizagem de química, os alunos responderam ao questionário segundo suas opiniões. Um total de cem por cento (100%) marcaram a opção “Sim” contida no questionário e todos avaliaram o local visitado como “Excelente”. Para Cascais e Terán (2014), a utilização de espaços educativos proporciona aulas mais interativas e dinamizadas por levar os alunos ao entendimento dos conteúdos abordados dentro de sala de aula. Apesar de existirem diversos desafios do ensino de química aos deficientes visuais, apresenta-se aqui um perfil geral dos que responderam ao questionário, de que é possível abordar assuntos de química de forma adaptável aos alunos com DV, investindo no bom planejamento dos materiais didáticos, metodologia de ensino e principalmente na capacitação de docentes. De diversas formas, os graduandos entendem e reconhecem a importância da inclusão dos deficientes visuais processo de ensino- aprendizagem, o graduando “X” por exemplo, observa “a inclusão promove a oportunidade, em todos os aspectos, de participação e equidade social a todas as pessoas, independentemente de suas limitações”. E que a inclusão é uma ferramenta importante para que haja integração efetiva do cidadão, seja nos sistemas regulares de ensino ou na sociedade. Dessa forma, através de recursos e estratégias, o ensino pode atingir igualmente a todos, promovendo a inclusão, que não se trata apenas de adaptação, mas sim da integração do aluno e estimulá-lo a sentir-se como parte das turmas regulares de ensino, para que haja uma aprendizagem efetiva e que o aluno com deficiência visual, seja capaz de atuar no meio onde vive, de forma plena a desempenhar o papel social.

Conclusões

Portanto, o ensino inclusivo deve ser adotado e utilizado para ajuda no ensino de alunos com deficiência visual e sua abordagem deve ser diferenciada, onde se busque recursos para suprir a visão, como a exploração do sentido tátil,ou até mesmo através da sonorização, além de atrativa e que busque meios que valorizem tais alunos. As dificuldades são grandes, contudo, a superação dos obstáculos deve ser realizada para atender ao público que necessita de ensino e aprendizagem assim como os alunos que conseguem enxergar, para que haja uma aprendizagem equitativa de qualidade.

Agradecimentos

Referências

CASCAIS, Maria das Graças Alves. TERÁN, Augusto Fachín. Educação formal, informal e não formal na educação em ciências. Manaus-AM: CIÊNCIA EM TELA, 2014.

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