Apps de celulares com potenciais para o ensino e aprendizagem de Química

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Barros, D.J.P. (UEPA) ; Palheta Junior, A.R. (UEPA)

Resumo

Este estudo objetivou selecionar e analisar apps gratuitos para celulares, disponíveis no Google Play Store, verificando seus potenciais para o ensino e aprendizagem de Química. Para seleciona-los utilizou-se a opção “pesquisar” presente no aplicativo da loja virtual Play Store, aonde inseriu-se palavras- chaves relacionadas a química. Para a análise, utilizou-se um modelo de avaliação de app disponível na literatura. Foram selecionados e analisados cinco apps, os quais estão inclusos na categoria educação da loja virtual. Todos os apps se apresentam como ferramentas didáticas com potenciais para serem empregados nas abordagens a temas de química do ensino médio, pois seus recursos visuais podem ser explorados em sala de aula.

Palavras chaves

Analisar; Aplicativo; Ferramentas didáticas

Introdução

A educação tem usufruído das tecnologias para facilitar os processos de ensino-aprendizagem. Nos dias de hoje os estudantes possuem diversos tipos de equipamentos portáteis, tornando as tecnologias, recursos para alavancar o processo educacional. Em se tratando da sociedade da informação, as tecnologias disponíveis atualmente em salas de aula, tornam-se de grande importância para o preparo do aluno para um mundo moderno cada vez mais conectado (ALMEIDA, 2015). Os dispositivos móveis com conexão sem fio e interface sensível ao toque (touch-screen), proporcionam aos professores e estudantes mobilidade e facilidade de uso, possibilitando a integração de diferentes estratégias de ensino e de aprendizagem, ampliando as possibilidades de ação e interação, sendo entre sujeito e meio (incluindo os próprios dispositivos), bem como os processos de colaboração e a cooperação (NICLHELE; SCHLEMMER, 2014). Tendo em vista as dimensões tecnológicas atuais e a presença dos celulares na cultura contemporânea como instrumentos mediadores entre as pessoas, o uso dessas ferramentas tecnológicas vem ganhando espaço na educação (VALERO; REDONDO; PALACÍN, 2012). O uso de determinados softwares e aplicativos (apps) interativos podem contribuir para o ensino e aprendizagem de Química ao propiciar o acesso a simulações, vídeos, imagens, exercícios, maior número de informações aliada a certa “personalização” construída à medida que o aluno interage com esses materiais (NICHELE, 2015). Neste sentido, este estudo objetivou selecionar e analisar apps gratuitos para celulares, disponíveis no Google Play Store, verificando seus potenciais para o ensino e aprendizagem de conteúdos de Química abordados no ensino médio, além de facilitar o acesso a quem se interesse em utilizá-los como recurso didático.

Material e métodos

Este estudo baseia-se nos trabalhos de Hartmann et al. (2017), Oliveira, Souto e Carvalho (2016) e Nichele (2015), nos quais selecionaram e analisaram aplicativos disponíveis em lojas virtuais para dispositivos móveis, com potenciais para o ensino de Biologia (1º trabalho), e de Química (dois últimos). Esta é uma pesquisa qualitativa, aonde a interpretação das informações e a atribuição de significados são básicas. É descritiva e têm seus dados analisados indutivamente (PRODANOV; FREITAS, 2013). Para seleção dos apps para celulares com potencial para serem utilizados no ensino e aprendizagem de Química, utilizou-se a loja virtual “Google Play Store”, disponível para dispositivos com o sistema operacional Android. A busca foi realizada pelo aplicativo da loja, instalado em celular com sistema operacional Android 6.0. Para a seleção, utilizou-se a opção “Pesquisar” da loja, aonde foram inseridas as palavras-chaves: “tabela periódica”, “átomos”, “química” e “ácidos e bases”, respectivamente. Dentre os aplicativos sugeridos para cada palavra-chave, selecionou-se um dentre os cinco primeiros, para as três primeiras palavras pesquisada, e dois para a última. Para a avaliação dos apps, utilizou-se o modelo criado e utilizado por Nichele e Schlemmer (2013) para avaliar apps relacionados ao ensino e aprendizagem de Química, com algumas adaptações. O modelo define três categorias para avaliação: 1) Informações gerais; 2) Características técnicas; e, 3) Características educacionais (Quadro 1). Após a avaliação preliminar, os apps foram caracterizados, testados e avaliados em relação ao seu conteúdo científico, imagens, funcionalidade e facilidade, verificando o potencial que cada um apresenta para o ensino de Química (HARTMANN et al., 2017).

Resultado e discussão

No Quadro 2 são apresentados os aplicativos selecionados. Neste, verifica-se o nome e o ícone atribuído a cada app na loja virtual, seus desenvolvedores e uma breve descrição de suas características. Todos estão incluídos na categoria educação da loja e dispõe do idioma português. São compatíveis com o sistema operacional Android, apresentam tamanho inferior a 45Mb e não se restringem a internet. A “tabela periódica Educalabs” possibilita a consulta de informações acerca dos elementos químicos de forma interativa e dinâmica. Os dois apps desenvolvidos por Evobooks possuem características semelhantes, ambos contemplam informações textuais acerca de temas de química, além de possibilitar a realização de simulações experimentais e visualizações a nível atômico. O “Resumão de química” dispõe de informações textuais de conteúdos de química, ilustrações de vidrarias de laboratório, tabela periódica, exercícios e jogos quiz, este último também presente no app “Ácidos, íons e sais inorgânicos...”, possibilitando ao usuário colocar seus conhecimentos químicos em ação. Os apps podem ser utilizados por alunos e professores, pois são voltados para o ensino de química. Os conteúdos apresentados presam principalmente a definição de conceitos, contudo, suas interfaces gráficas são de boa qualidade, o que os torna ferramentas didáticas com potenciais para serem empregados nas abordagens a temas de química do ensino médio, pois seus recursos visuais podem ser explorados em sala. Conforme Oliveira, Souto e Carvalho (2016), o educador pode fazer uso de aplicativos móveis como ferramenta didática, desde que conheça suas potencialidades e limitações, para assim pensar em formas de integrá-los e explorá-los de modo que possam complementar e ampliar as possibilidades do ensino de química.

Quadro 1:

Critérios de avaliação dos apps selecionados.

Quadro 2:

Apps selecionados com potenciais para o ensino e aprendizagem de Química.

Conclusões

Os aplicativos moveis apresentados são instrumentos educativos virtuais que podem ser excelentes fontes de estudo para estudantes do ensino médio. Utiliza- los em sala de aula é uma possibilidade a ser pensada pelo professor, pois trata-se de aparatos tecnológicos que podem ser facilmente acessados em celulares. Todavia, para adotar metodologias de ensino voltados a utilização de tais recursos é necessário que o educador elabore estratégias que o possibilite explorar ao máximo as informações e atributos dinâmicos inerentes aos apps, de forma que contribua para o aprendizado dos discentes.

Agradecimentos

Referências

ALMEIDA, G. J. Emprego do aplicativo whatsapp no ensino de química. 2015. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Química) – Universidade de Brasília – UnB, Brasília, 2015.

HARTMANN, A. C.; DUTRA, P.; HERMEL, E. E. S.; BERVIAN, P. V. Possibilidades didáticas para o uso de aplicativos móveis no ensino de biologia celular na educação básica. In: congresso internacional de educação científica e tecnológica, 6., 2017, Santo Ângelo, RS. Anais eletrônicos... Santo Ângelo, 2017. Disponível em: <http://www.santoangelo.uri.br/anais/ciecitec/2017/resumos/comunicacao/trabalho_2824.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.

NICHELE, A. G. Tecnologias móveis e sem fio nos processos de ensino e de aprendizagem em Química: uma experiência no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. 2015. 258 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo, 2015.

NICHELE, A. G.; SCHLEMMER, E. Tablets no ensino de química nas escolas brasileiras: investigação e avaliação de aplicativos. In Colóquio Luso-Brasileiro de Educação a Distância e Elearning, 3., 2013, Lisboa. Anais eletrônicos... Lisboa: Universidade Aberta. LEAD, 2014. p. 1-15. Disponível em: <https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/3100/1/Tablets.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.

NICHELE, A. G.; SCHLEMMER, E. Aplicativos para o ensino e aprendizagem de Química. Revista Novas Tecnologias na Educação, n. 2, v. 12, dez. 2014.

OLIVEIRA, F. C.; SOUTO, D. L. P.; CARVALHO, J. W. P. Seleção e análise de aplicativos com potencial para o ensino de química orgânica. Revista Tecnologias na Educação, n. 8, v. 17, dez. 2016.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo-RS: Editora Feevale, 2013.

VALERO, C. C.; REDONDO, M. R.; PALACÍN, A. S. Tendencias actuales en el uso de dispositivos móviles en educación. Revista La educación digital magazine, n. 147, v. 1, p. 1-21, jun. 2012.

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