Gincana de Química: Uma atividade lúdica e educativa realizada na cidade de Caxias-MA, para a construção do conhecimento.
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Sousa, M.S. (COLÉGIO BATISTA ARAÚJO) ; Sousa, M.S. (UEMA) ; Silva, W.F.F. (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - IEMA)
Resumo
Atualmente sabemos que o tradicionalismo no ensino não tem sido suficiente, com isso faz-se necessário buscar novas metodologias a fim de estimular os discentes durante o processo de ensino e aprendizagem. Diante disso, a inserção da gincana de química por ser uma atividade lúdica realizada com alunos do 7°, 8° e 9° anos do ensino fundamental, no Colégio Batista Araújo, localizada na cidade de Caxias-MA, teve o objetivo de propiciar a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o conhecimento científico, e juntamente com a arte e o saber poder explorar o pluralismo de ideias, incluindo também os pilares do caráter.
Palavras chaves
Gincana; Ensino de Química; Aprendizagem
Introdução
O método de ensino tradicional é o método mais utilizado pelas escolas do Brasil até os dias atuais, no entanto, esse formato de ensino passa cada vez mais por contestações, visto que, o aluno contemporâneo, devido aos avanços decorrentes das tecnologias digitais, tem a possibilidade de acessar informações a qualquer momento. A utilização de metodologias lúdicas, tais como jogos e gincanas pode ser uma estratégia emergente capaz de contribuir com a aprendizagem e formação do aluno. As gincanas compreendem atividades lúdicas, atrativas e motivadoras, que exigem comunicação e, portanto, provocam e acionam mecanismos de aprendizagem. Com o jogo, os professores deixam de ser o centro do saber, para se tornarem meros facilitador- condutores do processo ensino-aprendizagem potencializando o trabalho em grupo e em pares (CHACÓN, 2001). Porém, a utilização de gincanas para o ensino de química ou das demais ciências deve ser fundamentada nos conteúdos propostos e elaborada com cautela, de modo a promover a interação e o trabalho coletivo, além de propiciar momentos de aprendizagem. Assim, as atividades lúdicas devem ser empregadas com o objetivo de ensinar de maneira divertida e prazerosa, sem serem vistas apenas como jogos de distração e sem objetividade. Fialho (2013, p. 18) ressalta; que apesar de seu potencial pedagógico no processo de aprendizagem, os jogos educativos devem ser utilizados como instrumento de apoio, ou seja, podem ser úteis na introdução, no reforço, na síntese de conteúdos e até mesmo como instrumentos avaliativos. Utilizar jogos como metodologia de ensino proporciona o desenvolvimento de diversas capacidades por parte do estudante, que quando posto na situação de jogador, põe em prática os conhecimentos teóricos adquiridos nas aulas expositivas dialogadas.
Material e métodos
A Gincana de química é uma atividade inclusa no planejamento anual da disciplina de química, realizada no Colégio Batista Araújo, na cidade de Caxias-MA. Foram dois meses de preparação, incluindo reflexos teórico- conceituais e elaboração de tarefas. As atividades foram pensadas de acordo com os conteúdos ministrados em sala, visando explorar o conhecimento adquirido e as habilidades individuais, assim como também o convívio em grupo. Após a divisão das equipes, a professora executora se reuniu com cada equipe a fim de esclarecer e tirar as dúvidas sobre as tarefas. As atividades envolvidas foram: 1°) QUÍMICA SOLIDÁRIA: os alunos saíram em busca de alimentos não perecíveis com o intuito de montarem cestas básicas e posteriormente fazerem a doação das mesmas, 2°) DESFILE RECICLÁVEL: cada equipe apresentou uma roupa que foi feita de material reciclável, 3°) QUÍMICA TRIDIMENSIONAL: os alunos montaram moléculas em 3D utilizando bolinhas de isopor e palitos de dente, onde as bolas de isopor representam os átomos e os palitos de dente representam as ligações, 4°) POESIA DE QUÍMICA: as equipes foram estimuladas a escreverem uma poesia relacionada à química, 5°) TABELANDO: as equipes construíram sua própria tabela periódica utilizando materiais recicláveis, 6°) CONSTRUÇÕES DE FOGUETES USANDO VINAGRE E BICARBONATO DE SÓDIO: cada equipe executou seus foguetes e explicaram a química por trás do experimento, 7°) QUIZ QUÍMICA: as equipes responderam perguntas referentes aos conteúdos de química estudados em sala de aula. Além das tarefas voltadas para o ensino de química, também foram executadas outras tarefas que fazem parte de uma gincana corriqueira. Ao término das tarefas os pontos foram contabilizados, a equipe vencedora e os demais participantes ganharam medalhes e brindes.
Resultado e discussão
Foi percebido que as tarefas realizadas na gincana de química foi de suma
importância não apenas para professora, mas principalmente para os alunos,
no qual trouxeram resultados interessantes e significativos para o ensino de
química, onde se pôde observar vários pontos positivos; como a maioria das
tarefas requer união e o compartilhamento de ideias, foi visto que ao
produzirem e criarem algo em grupo, puderam se socializar e apresentar
habilidades que muitas das vezes não vimos em uma aula corriqueira. Por meio
das avaliações feitas pelos estudantes, foi possível constatar a importância
de se realizar atividades que proporcionem a sociabilização entre os alunos.
Esta metodologia coloca os alunos na posição de aprendizes-tutores,
autônomos de seus conhecimentos, proporcionando-lhes a possibilidade de
aprenderem de forma colaborativa, onde um colega com mais facilidade de
aprendizagem pode auxiliar o outro nas suas dificuldades.
Alunos do 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental do Colégio Batista Araújo.
Alunos participando das tarefas que foram direcionadas ao ensino de química,onde mostraram suas habilidades e conhecimentos teóricos.
Conclusões
Conclui-se que o uso da gincana trouxe mais movimento e motivação para as aulas, pois os discentes mostraram-se preocupados em realizar as atividades propostas como modo de contribuir com a equipe e para o próprio conhecimento. Portanto, é importante destacar que um ensino inovador, com metodologias diversificadas exige bem mais do professor, se dispondo de várias horas para o desenvolvimento das atividades, proporcionando aos alunos momentos harmoniosos de aprendizado, aliados ao trabalho colaborativo, à socialização e também muita diversão.
Agradecimentos
Referências
CHACÓN, Paula. El Juego Didáctico como estrategia de enseñanza y aprendizaje ¿Cómo crearlo en el aula?,2001.
FIALHO, Neusa Nogueira. Jogos no ensino de Química e Biologia. Curitiba: InterSaberes, 2013.