A HISTÓRIA DA CIÊNCIA COMO FACILITADORA NA APRENDIZAGEM: OS PRIMEIROS ESTUDOS DE LINUS CARL PAULING PELO MÉTODO DE LAUE E BRAGG ACERCA DA NATUREZA DAS LIGAÇÕES QUÍMICAS.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, M.D.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Santos, K.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Feijó, G.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Reis, A.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Moraes, A.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

Buscou-se analisar a aprendizagem do conteúdo de Ligações Químicas e compreender a contribuição da História da Ciência de Linus Pauling no ensino da disciplina. Tal objetivo torna-se relevante, pois através da História da Ciência as aulas tornam-se atrativas para uma aprendizagem eficaz. A pesquisa foi realizada com 11 graduandos de Ciências Naturais - Química da Universidade do Estado do Pará. Para obtenção de dados, utilizou-se um questionário com perguntas abertas e fechadas. A partir dos resultados, verificou-se que poucos estudantes conheciam as contribuições de Linus Pauling para a sociedade, portanto, consideraram necessária a utilização da História da Ciência para o ensino de conteúdos de Química, haja vista a importância na contextualização dos assuntos.

Palavras chaves

História da Ciência; Linus Pauling; Aprendizagem

Introdução

A abordagem histórica no ensino de ciências tem relevância atualmente por auxiliar no processo de educação (FREIRE, 2004). Trata-se de um estudo que melhora a compreensão dos fenômenos e conteúdos, principalmente das ciências naturais e exatas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), contribuem e enfatizam a importância da relação entre História da Ciência e o ensino de Química, assim, os métodos de estudo utilizados por Linus Pauling para ensinar Ligações Químicas, de modo lúdico, surge como alternativa didática para outros professores. Linus Pauling, provou que com métodos simples de demonstração é possível adequar-se à atualidade, utilizando o conhecimento adquirido na graduação. Trabalhou com imunologia, química orgânica, inorgânica, anestesiologia, psicologia, radioatividade, biologia molecular, cristalografia e seus trabalhos foram de grande influência cientifica por sua dedicação ao estudo da natureza da ligação química (PAULING, 1992). A pesquisa relacionada à cristalografia de raios-x concernia à determinação do arranjo dos átomos em cristais. Assim, quando o raio x era incidido em um cristal, obtinham-se lauegramas. Através disso era possível conseguir informações sobre distâncias entre átomos e ângulos entre ligações na substancia cristalina. Esse estudo foi criado por Max Von Laue, e William Henry Bragg criou a Lei de Bragg para calcular a difração de raios-x (MAIA, 2016). Por conseguinte, o trabalho teve por objetivo apontar a importância da História da Ciência para o conteúdo de Ligações Químicas, a fim de reparar as dificuldades no entendimento do assunto. Além disso, ensinar o método de estudo de Linus Pauling sobre Ligações Químicas e a influência de suas pesquisas e ensino nos contextos atuais, através de uma oficina.

Material e métodos

A oficina foi aplicada no laboratório de Química do Centro de Ciências e Planetário do Pará, com 11 graduandos do curso de Ciências Naturais com Habilitação em Química 2017, da Universidade do Estado do Pará. A metodologia está em consonância com a formação de futuros docentes, mostrando a importância da História da Ciência para o ensino do conteúdo de ligações químicas utilizando-se de protótipos previamente construídos do método de estudo de Laue e Bragg, que pode ser aplicada com eficiência e aproveitamento. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário com 4 questões discursivas com o objetivo de investigar o que os alunos conheciam sobre Linus Pauling, sobre a relevância da História da Ciência para eles e se a oficina foi eficaz para a aprendizagem dos mesmos.

Resultado e discussão

Mediante a contribuição de Linus Pauling para a Ciência e o Ensino de Química, 73% afirmaram que conheciam o Diagrama de Pauling, 18% que conheciam a contribuição do cientista no estudo de estrutura das moléculas e 9% a contribuição no estudo da Vitamina C. Sobre a importância do uso da História da Ciência para o Ensino de Química, 36% acreditam que esta ajuda os alunos a entenderem a origem do conteúdo e auxilia na compreensão da disciplina, 28% que contribui também para a contextualização do conteúdo, reafirmando o que Ferreira et al (2010) concluiu, a História da Ciência ao ser adotada pelo professor traz de forma interdisciplinar mais conhecimentos aos alunos. Enquanto a maneira que os métodos e materiais usados por Linus Pauling contribuíram para o Ensino de Química, 27% afirmaram que com o estudo do cientista e materiais usados para dar aula foi possível facilitar a aprendizagem de Ligações Químicas, 27% afirmaram que conseguiram a melhor associação de teoria e prática do assunto, corroborando com a idéia de que a produção de unidades didáticas, o professor deve buscar durante seu processo de formação docente (Sánchez e Valcárcel, 2000, p. 433). Com relação aos métodos de ensino utilizados por Linus Pauling, 69% responderam que podem ser úteis para facilitar o ensino de Ligações Químicas, 15% responderam que pode facilitar o ensino devido o uso de materiais de baixo custo. Dos participantes, 8% afirmaram que facilita a compreensão de fenômenos do cotidiano e 8% afirmou que o Brasil não possibilita a aplicação de métodos diferentes de ensino. Lima (2002, p. 41) afirma que o trabalho docente é colocar os saberes em movimento, construindo e reconstruindo conceitos importantes com metodologias de ensino diferenciadas e válidas para a melhorar o aprendizado.

Conclusões

A partir da análise dos resultados observou-se que poucos graduandos foram instruídos ao entendimento da importância da História da Ciência para o ensino de conteúdos de Química. Muitos graduandos não conheciam as contribuições de Linus Pauling para a comunidade científica e social, contudo, pretendem utilizá-las posteriormente para ministrar suas aulas. Os resultados evidenciam a necessidade da facilitação de assuntos estudados em sala de aula, sendo a contextualização e utilização da História da Ciência uma alternativa eficaz de aprendizagem.

Agradecimentos

Referências

LAMBACH, Marcelo; MARQUES, Carlos Alberto. A construção histórica e o ensino do conceito de substância: Implicações dos diferentes estilos de pensamento para a Química. In: PEDUZZI, Luiz O. Q; MARTINS, André Ferrer; FERREIRA, Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira (Org.). Temas de História e Filosofia da Ciência no Ensino, Natal: EDUFRN, 2012.
Alexandre M. P. Ferreira & Maria E. de M. P. Ferreira. “A História da Ciência na formação de professores,” História da Ciência e Ensino: construindo interfaces 2 (2010): 9-10, http://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/article/view/2904/2861 (acessado em 04 de Julho de 2018).
SÁNCHEZ, G.; VALCÁRCEL, M. V., Diseño de unidades didácticasenel área de cienciasexperimentales, Enseñanza de lasCiencias, 11(1), 33–44, 1993.
LACERDA, C. C. Problemas de Aprendizagem no Contexto Escolar: dúvidas ou desafios? Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigos.asp?entrlD=1157. Acesso em: 04 de Julho de 2018.
MAIA, G. R. Pauling. 1. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2016. v. 1, 84 p. (Coleção dos átomos e das moléculas), 2016.
CARVALHO, N. B.; JUSTI, R. S. Papel da analogia do “mar de elétrons” na compreensão do modelo de ligação química. Enseñanza de lasCiencias. Número extra, 2005.
PARIZ, E.; MACHADO, P. F. L., Martelando materiais e ressignificando o ensino de ligações químicas. Atas do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Campinas, 2011.
SAITO, Fumikazu. História da Ciência e Ensino: em busca de diálogo entre historiadores e educadores. Ciência e Ensino: construindo interfaces, Ribeirão Preto, São Paulo. V. 1, p. 1-6, 2010.
PORTO, Paulo Alves. História e filosofia da Ciência no Ensino de Química: em busca dos objetivos educacionais da atualidade. In: SANTOS, Wilson Luis Pereira dos; MALDANER, Otávio Aloisio. (Org.). Ensino de Química em Foco. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 159- 179.