MÍDIAS EDUCACIONAIS NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA EXPERIÊNCIA COM MAPAS CONCEITUAIS PARA ALUNOS DA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, N. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Eduarda, N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Ferreira, F. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ)

Resumo

O presente trabalho apresenta uma alternativa para o ensino de química por mapas conceituais. A pesquisa foi desenvolvida com alunos da 2ª série do Ensino Médio, do Instituto Federal do Amapá em Laranjal do Jarí, tendo como recurso tecnológico o computador. Os resultados foram obtidos pela análise de 7 critérios: conceitos básicos, criatividade, hierarquia, diferenciação progressiva, reconciliação integrativa, exemplos e clareza, estética e símbolos geométricos, sendo estes pontuados de 0 a 100. A utilização do computador foi significativa, revelando a capacidade dos alunos em manuseá-lo e criar, ampliando seu uso em sala de aula e no processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos de química, podendo ser incluso na prática docente.

Palavras chaves

Mapas Conceituais; Computador; Ensino

Introdução

Os alunos encontram dificuldades na aprendizagem de química, de acordo com Gomes (2008), a inadequação na sequência dos conteúdos passa uma visão deformada da química, comprometendo o entendimento das relações entre fatos, hipóteses, modelos científicos e teorias, sendo então preciso buscar alternativas para o ensino de química, consistindo uma delas na utilização do computador para a confecção de mapas conceituais, possibilitando aos alunos a organização hierárquica de ideias para que o entendimento do conteúdo seja sistematizado. Mapas conceituais são diagramas que relacionam conceitos hierarquicamente organizados (MORAES et.al, 2012), com os mais inclusivos e gerais no topo e os mais específicos e menos gerais dispostos abaixo (NOVAK e CAÑAS, 2006). O uso de mapas conceituais é considerado por Moreira (2012) um facilitador da aprendizagem, ademais, utilizar o computador para sua elaboração pode ser importante na aprendizagem dos alunos do Ensino Médio, que farão uso de softwares na confecção, como o MindMap. Devido à dificuldade no acesso à internet, foram utilizados os recursos disponíveis no computador, como: editores de apresentação, de textos e mesmo o MS Paint. Portanto, utilizar mapas conceituais traz contribuições, auxiliando os estudantes na compreensão de conceitos, organização e integração do conteúdo e desenvolvimento da capacidade do uso de diferentes linguagens. Para professores, auxiliam na avaliação da compreensão dos estudantes, passando uma imagem geral dos conteúdos, ajudando na visualização dos conceitos e suas relações, facilitando o ensino” (MENDONÇA et al., 2007).

Material e métodos

O trabalho foi realizado com 34 alunos da 2ª série do ensino médio integrado ao Curso Técnico em Meio Ambiente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá – IFAP, Campus Laranjal do Jarí, de faixa etária entre 15 e 19 anos, tendo como base o assunto Cinética Química, contido na matriz comum de ensino de química, e sua contextualização ao dia a dia do discente. A pesquisa foi realizada como instrumento avaliativo, no qual os alunos elaboraram mapas primeiramente no caderno e em seguida, utilizaram recursos do computador que formam diagramas, podendo ser: editores de apresentação, de texto, MS Paint. A pesquisa é do tipo Pesquisa-Ação, caracterizada por Santos (2007) como um “estudo em que o pesquisador participa do processo, convive com os sujeitos ou no local da pesquisa, analisando os resultados e propondo uma ação modificadora àquela realidade” (Santos, 2007), sugerindo um método de ensino aprendizagem nas aulas de química onde foi livre a escolha de qual recurso utilizar para elaborar os mapas no computador. Os dados obtidos basearam na pesquisa quantitativa e qualitativa, buscando apresentar a descrição matemática como uma linguagem e assim interpretá-los com base nos métodos utilizados, neste caso a análise dos mapas mentais nos seguintes critérios: Conceitos Básicos (CB), Criatividade (Criat.), Hierarquia (Hier.), Diferenciação Progressiva (D.P), Reconciliação Integrativa (R.I) e Exemplos (Ex.), em que cada critério foi pontuado de 0 a 100 pontos, sendo o mínimo para bom desempenho 50 pontos.

Resultado e discussão

A pontuação dos critérios de avaliação dos mapas conceituais (Figura 1) foi de 0 a 100 pontos. Os alunos utilizaram mais da metade dos conceitos estabelecidos, onde 15 alunos 100 pontos, 6 obtiveram 50 pontos, 1 aluno 60 pontos, 3 alunos 70 pontos, 2 obtiveram 80 e 90 pontos, respectivamente. As principais dificuldades encontradas foram a do manuseio do computador e seu uso de maneira interativa com o conteúdo em questão. Foi analisado a Criatividade, Hierarquia, Diferenciação Progressiva e Reconciliação Integrativa, Clareza, Estética do mapa Capricho Símbolos geométricos (C.E.S.G) e o uso de Exemplos. A criatividade teve uso de imagem e fatos cotidianos, onde os alunos atingiram 50%. Na hierarquia um aluno teve pontuação inferior a 50%, não destacou o conteúdo no “topo” e 97,1% colocaram o termo cinética química na parte inicial e superior do mapa. Na Diferenciação Progressiva, todos pontuaram a partir de 50%, um aluno não apropriou da categoria hierarquia. Na Reconciliação Integrativa, destacam relações transversais entre conceitos de diferentes partes do mapa, 85,3% atingiram mais de 60 pontos, logo os conceitos foram bem relacionados entre si, garantindo aprendizagem integrada e não isolada. Na C.E.S.G, 61,8% atingiram o máximo, mapas legíveis e de fácil leitura, um aluno teve uma nota inferior a 50%, com conceitos e termos que não atenderam as orientações. 44,1% dos alunos não utilizaram exemplos, além disso, 58,8% tiraram notas inferiores a 50% nesta classe, deveriam exemplificar quatros ou mais fatores que aceleram a velocidade das reações. Conforme Ficanha (2016), exemplos devem surgir após os termos, não foi seguida pelos alunos, afetando a análise do aprendizado, pois um dos pontos cruciais a ser observado no aprendizado é a relação do assunto com o cotidiano.

figura 1

Mapa conceitual elaborado pelo aluno no computador

Gráfico 1

Critérios analisados.

Conclusões

A confecção de mapas no computador, mostrou ser uma ótima tática ao se utilizar as tecnologias no ensino de Química. Os alunos foram capazes de aplicar o conteúdo, elaborando mapas manualmente e no computador. A utilização do computador no ensino-aprendizagem foi significativa, demonstrando a capacidade dos alunos no manuseio e assim utilizar os recursos básicos disponíveis no mesmo. Após as práticas, observa-se que os alunos foram capacitados a utilizar um novo recurso didático, possibilitando a interdisciplinaridade e um melhor aprendizado e aproveitamento do conteúdo na vida em sociedade.

Agradecimentos

Referências

FICANHA, A.M.M, et al. Uso de mapa conceitual para aprendizagem de conceitos de química na educação profissional. In: XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ), Florianópolis, SC, Brasil – 25 a 28 de julho de 2016.
GOMES, Rafaela Sampaio. As dificuldades de aprendizagem de química no ensino médio: Uma barreira a ser rompida por alunos e professores. 2008. 47 f. TCC (Graduação) - Curso de Licenciatura em Química, Universidade da Tecnologia e do Trabalho, Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos, Campo dos Goytacazes, 2008. Disponível em: <http://bd.centro.iff.edu.br/bitstream/123456789/249/3/Documento.pdf>. Acesso em: 13 maio 2018.
MENDONÇA, C. A. S, et al. Uma experiência com mapas conceituais na educação fundamental em uma escola pública municipal. 2007, Experiências em Ensino de Ciências,37-56.
MOREIRA, M.M. Mapas Conceituais e Aprendizagem Significativa. Chile: Revista Chilena de Educação Científica, 38-44, 2012.
NOVAK, J. D. & CAÑAS ,A. J., La Teoría Subyacente a los Mapas Conceptuales y a Cómo Construirlos, Reporte Técnico IHMC CmapTools 2006-01, Florida Institute for Human and Machine Cognition, 2006.

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