Software educacional: ensinando o conteúdo de Pilhas para alunos de um cursinho pré-vestibular
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Palheta Junior, A.R. (UEPA) ; Barros, D.J.P. (UEPA) ; Fonseca, S.G.G. (UEPA) ; Santos, L.O. (UEPA) ; Barbosa Júnior, A.S. (UEPA) ; Machado, D.M. (UEPA) ; Silva, A.R.G. (UEPA)
Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar a eficiência da utilização do software “Pilha de Daniel”, ao ser empregado em uma aula, com a temática “Pilhas”, ministrada em uma turma de cursinho pré-vestibular da cidade de Soure-PA. A aula foi ministrada de forma expositiva-dialogada, contextualizando a temática para o dia-a-dia dos estudantes. Para coleta de dados, aplicou-se dois questionários, um antecedendo a aula, e o outro posterior a esta. Com a análise dos questionários, verificou-se um avanço significativo em relação aos conhecimentos acerca das reações e conceitos envolvendo o conteúdo. Todos os estudantes aprovaram o uso do software, uma vez que acreditam que tal ferramenta torna as aulas mais dinâmica e promove um aprendizado mais eficiente.
Palavras chaves
Software Pilha de Daniel; Questionários; Aulas mais dinâmica
Introdução
O uso do computador trouxe benefícios a sociedade em geral. Um dos setores mais beneficiados foi o educacional, pois através desta ferramenta pode-se trabalhar com programas voltados ao ensino, melhorando o ensino e a aprendizagem de conteúdos considerados abstratos. Para tornar a aprendizagem dos conceitos químicos efetiva, é necessária a adoção de novas práticas, buscando refletir a atuação docente no processo educativo e a inserção de novas abordagens conceituais em sala de aula, buscando integrar contextos sociais e os conhecimentos que os estudantes possuem (FERREIRA, 1998; NUNES et al., 2013). Algumas contribuições do uso do computador que podem ser analisadas nas pesquisas para o ensino-aprendizagem dos alunos são: estimular os estudantes a desenvolverem aptidões intelectuais, visto que muitos estudantes demostram mais interesse em aprender; estimular a busca de mais informação sobre o assunto; além de que o uso das novas tecnologias promove cooperação entre os alunos (ALVES, 2017). A maior vantagem do emprego de softwares é que através da sua utilização o aluno será capaz de aprender significativamente, por estar inserido em um universo tecnológico que o propicia cada vez mais curiosidade e descobertas (PEREIRA, 2014). Alguns softwares apresentam características que favorecem a compreensão; outros, nos quais certas características não estão presentes, requerem um maior envolvimento do professor, criando situações complementares ao software de modo a favorecer a compreensão, por exemplo, os tutoriais (VALENTE, 1999). A partir disso, o presente trabalho teve como objetivo analisar a eficiência da utilização do software “Pilha de Daniel”, ao ser agregado em uma aula, com a temática “Pilhas”, ministrada em uma turma de cursinho pré-vestibular da cidade de Soure-PA.
Material e métodos
O trabalho foi desenvolvido em uma turma de um cursinho pré-vestibular, situado na cidade de Soure, arquipélago do Marajó, PA. Sua execução foi dividida em três momentos: 1º) Aplicação de questionário de entrada (Q.I), contendo quatro perguntas, com as quais buscou-se saber: P.1 – Se os estudantes já haviam presenciado uma aula de química, na qual o professor utilizou um software educacional para abordar um determinado conteúdo; P.2 – Se gostariam que o professor utilizassem software para explicar os conteúdos de química; P.3 – Definissem o que é uma pilha; e, P.4 – Relatassem se uma pilha que tem seus eletrodos feito dos mesmos metais conduz corrente elétrica. 2º) Aula expositiva-dialogada acerca da temática “Pilhas”, aonde utilizou-se Datashow e notebook como instrumentos de apoio para apresentação do conteúdo e utilização do software “Pilha de Daniel” (Figura), que possibilitou simular a construção de uma pilha eletrolítica, utilizando diferentes matais como eletrodos. Durante a explicação do assunto, buscou-se contextualiza-lo para o cotidiano dos estudantes. 3º) Aplicação do questionário de saída (Q.II), contendo duas perguntas, sendo as mesmas duas últimas do Q.I.
Resultado e discussão
Com o Q.I, verificou-se que 75% dos estudantes já presenciaram aula de
química na qual o professor utilizou um software educacional para explicação
de um conteúdo, 25% ainda não tiveram a experiência. Conforme Bona (2009) a
utilização de softwares como estratégia didática está cada vez mais
difundida no meio educacional, visto que possibilitam ao educador otimizar o
tempo de abordagens aos conteúdos, aulas mais dinâmicas e a elaboração de
atividades diferenciadas. Para a 2º pergunta, 75% afirmaram que sim, com
justificativas de que a aula se tornaria mais dinâmica e interessante, além
de facilitar a compreensão dos conteúdos estudados, 25% não responderam. Na
tabela, tem-se os dados obtidos com a 3ª pergunta. Nesta, verifica-se que a
maioria dos alunos não apresentam definições coerentes para o que é uma
Pilha. Para a 4ª indagação, 37,5% descreveram que não sabiam; 18,75%,
afirmaram que sim e 43,75% afirmaram que não, mas sem argumentos
consistentes explicando o porquê. Na análise do Q.II, que fora aplicado após
abordar o tema Pilhas, verificou-se algumas contribuições que o software
“Pilha de Daniel”, promoveu para o aprendizado dos estudantes. Para a 1ª
pergunta, 93,75% dos estudantes apresentaram definições corretas,
demostrando um aumento significativo ao comparar com o percentual de
definições corretas do Q.I, os outros 6,25% não deixaram explicito a
definição. Para 2ª pergunta, 81,25% afirmaram que não, destacando-se a
definição descrita pelo Aluno 2: “não, porque tem que ter diferenças entre
os potenciais para se ter corrente elétrica”. Segundo Sousa et al. (2016) o
uso de um software educativo como instrumento mediador entre a aula teórica
e prática pode ser uma ferramenta pedagógica complementar tão ou mais
eficiente do que os métodos clássicos de ensino.
Interfaces do Software Pilha de Daniel utilizado como ferramenta didática.
Dados obtidos por intermédio da 3ª pergunta do questionário de entrada.
Conclusões
A abordagem utilizada envolvendo o uso do software foi uma alternativa válida para o ensino de “Pilhas”, visto que promoveu maior interesse dos alunos em participar da aula. Além da utilização da ferramenta, buscou-se também trabalhar a contextualização, possibilitando que todos pudessem participar de forma ativa e contribuir com informações. Dentre os benefícios alcançados, deve-se destacar a maior compreensão do conteúdo abordado, visto os bons resultados obtidos, mostrando que os estudantes conseguiram construir conceitos coerentes e importantes a respeito do tema abordado.
Agradecimentos
Referências
ALVES, T. C.; ISCHIARA, J. C. O computador como ferramenta pedagógica facilitadora no ensino-aprendizado para alunos do ensino superior. Encontro de Extensão, Docência e Iniciação Científica (EEDIC), v. 3, n. 1, 2017.
BONA, B. O. Análise de softwares educativos para o ensino de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Experiências em Ensino de Ciências, v. 4, n. 1, p.35-55, 2009.
FERREIRA, V. F. As tecnologias Interativas no Ensino. Química Nova, [S.l], v. 21, n. 6, p. 780-786, 1998.
NUNES, C. T. S.; DIAS, A. A. S. L.; GAMA, A. J.; SANTOS, J. L.; SILVA, J. C.; SILVA, E. L. O ensino de Eletroquímica: desenvolvimento, aplicação e validação de uma Sequência de Ensino-Aprendizagem In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 9., 2013, Águas de Lindóia, SP. Atas... São Paulo: ABRAPEC, 2013. Disponível em: <http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/ixenpec/atas/resumos/R1732-1.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2018.
PEREIRA, D. I. S. Softwares educacionais no ensino de química. 2014. 40 f. Monografia (Especialização em Fundamentos da Educação: Práticas Pedagógicas Interdisciplinares) – Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, Campina Grande, 2014.
SOUSA, R. N.; MAGALHÃES, A.C.; ALMEIDA, M. M. B.; FERNANDES, M. F. L. Pilha de Daniel, uma proposta pedagógica utilizando o software PowerPoint. In: Simpósio Brasileiro de Educação Química, 14., 2016, Manaus, AM. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: ABQ, 2016. Disponível em: <http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8851-17321.html>. Acesso em: 08 jul. 2018.
VALENTE, J. A. Análise dos diferentes tipos de softwares usados na educação. O computador na sociedade do conhecimento, p. 71, 1999.