INTERESSE DOS DISCENTES E USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO DA QUÍMICA EM ESCOLAS ESTADUAIS DA REGIÃO DE PAULISTANA DO PIAUÍ
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Rodrigues, J.J. (IFPI) ; Sousa Araujo, M.C. (IFPI) ; Coelho Sousa, S. (IFPI) ; Sobreira dos Santos, G. (IFPI) ; Brito da Costa, E. (IFPI) ; Clementino Rodrigues, A. (IFPI)
Resumo
A química é uma ciência que está presente no cotidiano e seu estudo possibilita ao homem entender a natureza das matérias e suas transformações. Deste modo, o trabalho realiza um levantamento preliminar do interesse dos discentes e do uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizado da química nas escolas estaduais da região de Paulistana-PI. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória com professores e 248 alunos para averiguar o grau de interesse/afinidade dos discentes com a disciplina de química e do uso de tecnologias no ensino-aprendizado da disciplina na região de Paulistana. Com a pesquisa foi possível verificar que o ensino da disciplina de química ainda se mostra como um desafio nas escolas do ensino médio.
Palavras chaves
ensino de química; tecnologias na educação; ensino-aprendizagem
Introdução
A química é uma ciência que está presente no cotidiano e seu estudo possibilita ao homem entender a natureza das matérias e suas transformações. No entanto, a maioria dos alunos do ensino médio tem grandes dificuldades nessa disciplina, em especial, dificuldades relacionadas ao entendimento das fórmulas, propriedades e equações químicas (SILVA,2011). Segundo Pontes et al.(2008), a forma como os conteúdos de química são ministrados, descontextualizados e com baixa conexão com a realidade , pode ser um fator para o desinteresse dos alunos pela disciplina. Para Santos et al.(2017), “aulas temáticas em que possamos dialogar com os conteúdos químicos com assuntos inerentes ao cotidiano dos estudantes, podem favorecer o interesse e a curiosidade dos estudantes pelas Ciências/Química”. A evolução das tecnologias gerou transformações significativas na educação. De acordo com Lima e Moita(2011), o uso da tecnologia como ferramenta pedagógica contribui para promoção de um ensino de qualidade, possibilitando ao discente uma integração com o mundo digital e múltiplas formas de acesso ao conhecimento de maneira dinâmica, autônoma e prazerosa. Entretanto a aplicação de tecnologias digitais como estratégia didática deve levar em consideração o perfil do alunado, as condições sociais, a estrutura tecnológica disponível, a formação dos professores quanto ao uso de tecnologias, para que de fato se tenha um impacto positivo(CONTIN&PINTO,2016). O ensino da disciplina de química ainda se mostra como um desafio nas escolas do ensino médio e a contextualização de ferramentas tecnológicas às metodologias de ensino da química pode ser uma alternativa para auxiliar ensino na disciplina, assim como contribuir na compreensão da aplicabilidade da química no seu cotidiano.
Material e métodos
A evolução tecnológica proporcionou o surgimento de inúmeras ferramentas que facilitam a comunicação e contribuem para o acesso às informações, e tais recursos são reconhecidos como Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). O uso de tecnologias digitais como a internet e a utilização de softwares educacionais pode conceder novas alternativas de ensinar e aprender, melhorando a forma de construção do conhecimento, e permitindo ao aluno mais autonomia e um papel mais ativo no seu aprendizado(LOCATELLI,ZOCH e TRENTIN,2015). O objetivo deste trabalho é realizar levantamento preliminar do interesse dos discentes e do uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizado da química nas escolas estaduais da região de Paulistana-PI. Para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória para averiguar o grau de interesse/afinidade dos discentes com a disciplina de química e do uso de tecnologias no ensino-aprendizado da disciplina na região de Paulistana. Foram realizados questionários/entrevistas com professores e 248 alunos do ensino médio de três escolas da rede pública estadual das cidades de Paulistana, Betânia e Acauã do Piauí.
Resultado e discussão
Conforme pesquisa realiza neste trabalho, a maioria dos alunos entrevistados afirma gostar de química (68%) e acha a disciplina importante para sua vida. Entretanto, quando questionados se desejam exercer uma profissão que envolva química, como ser professor de química, 91% afirmaram não ter interesse. Além disso, os 32% que afirmaram não gostar da disciplina, também relataram ter dificuldades de aprendizado.
Já os professores percebem o interesse dos alunos pela disciplina, mas alertam que acesso ao laboratório e conhecimentos deficitários dos discentes com matemática são as principais dificuldades enfrentadas.
Quanto ao uso de tecnologia por partes dos alunos, mais de 70% dos alunos afirmaram utilizar tecnologias para estudar e a maioria, também, confirmou que utiliza mais de 4 horas diárias. Além disso, 86% disseram que acham que uso de tecnologia pode auxiliar no aprendizado.
A maioria dos professores utiliza tecnologias digitais para auxiliar no ensino da disciplina e para se comunicar com seus alunos. Entretanto, a principal tecnologia digital utilizada no ensino da química é de caráter apenas expositivo do conteúdo, Datashow. Os professores também acham que o uso de tecnologias digitais podem ajudar na educação formal da disciplina. Porém, quanto ao uso de celulares durante as aulas como ferramenta tecnológica para auxiliar no aprendizado da disciplina, todos os professores reforçaram a importância de estabelecer um planejamento bem claro do uso desse tipo de ferramenta, pois facilmente os alunos podem se distrair com uso do celular e manter o controle sobre isso é uma tarefa difícil. Além disso, as escolas não oferecem nenhuma contrapartida no sentido de capacitação para uso de tecnologias nas aulas.
Conclusões
O ensino da disciplina de química ainda se mostra como um desafio nas escolas do ensino médio.A tecnologia digital é instrumento presente no dia a dia dos discentes e dos professores.Portanto, o uso de tecnologias digitais, dentro das possibilidades estruturais da escola e de um prévio planejamento de aplicação das tecnologias em sala de aula,pode ser uma alternativa para contribuir no processo de ensino-aprendizagem da disciplina.O estudo poderá contribuir na identificação de um perfil do ensino-aprendizagem da química na região de Paulistana-PI e permitir intervenções pontuais no processo.
Agradecimentos
Às escolas, aos professores e aos alunos que aceitaram participar da pesquisa.
Referências
CONTIN, Ailton Alex. PINTO, Rosângela de Oliveira. Educação e tecnologias. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016.
LIMA, E. R. P. O. e MOITA, F. M. G. S. C. (2011). A Tecnologia e o Ensino de Química: Jogos Digitais como Interface Metodológica. In: Tecnologias Digitais na Educação. Editora: EDUEPB. Campina Grande, 2011.
LOCATELLI, Aline; ZOCH, Alana Neto; TRENTIN, Marco Antonio Sandini. TICs no Ensino de Química: Um Recorte do “Estado da Arte”. Revista Tecnologias na Educação, v. 12, n. 7, 2015.
PONTES, Altem Nascimento et al. O Ensino de Química no Nível Médio: Um Olhar a Respeito da Motivação. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química, 2008, Curitiba. Disponível em: <http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0428-1.pdf>. Acesso em: 16 maio 2018.
SANTOS, Mateus José et al. PRODUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA INTERDISCIPLINAR COM O FOCO NA QUÍMICA DOS CREMES DENTAIS: POSSIBILIDADES PARA A CONTEXTUALIZAÇÃO. Revista Ciências & Ideias, Rio de Janeiro, 2017. V.7,N.3, p. 31. Disponível em: <http://revistascientificas.ifrj.edu.br:8080/revista/index.php/reci/article/view/537>. Acesso em: maio/2018.
SILVA, Airton Marques. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais Atraente. 2011. Disponível em:< http://www.abq.org.br/rqi/Edicao-731.html>. Acesso em: maio/2018.