A disciplina de Química: Percepções e expectativas de estudantes de um cursinho pré-vestibular

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Barros, D.J.P. (UEPA) ; Palheta Junior, A.R. (UEPA) ; Fonseca, S.G.G. (UEPA) ; Santos, L.O. (UEPA)

Resumo

Este estudo objetivou investigar as percepções e expectativas de estudantes de um cursinho pré-vestibular da cidade de Soure-PA, em relação a disciplina de Química. Para a aplicação desse trabalho, utilizou-se questionários investigativos e de cunho subjetivo como instrumento de obtenção de dados. Dentre as indagações feitas, pode-se destacar a que requeria que os alunos definissem palavras que os remetiam a disciplina. A partir dos resultados, observa-se que as palavras “experiências”, “transformações” e “reações” foram as mais mencionadas. Constatou-se também, que a maioria dos discentes afirmaram não ter presenciado uma aula de química que não gostaram, no entanto, preferem aquelas em que o educador aborda o assunto de modo a oferecer mais dinamismos em sala de aula.

Palavras chaves

Investigar; Questionários; Aula de química

Introdução

Por meio de uma reflexão da Química como componente curricular, verifica-se que esta apresenta-se como uma ciência cujo entendimento exige capacidade de abstração (QUADROS et al., 2017). Um ponto de vista polêmico e amplamente debatido em pesquisas realizadas na área de ensino e educação, é a grande dificuldade que os alunos do Ensino Médio enfrentam no processo de aprendizagem dos conteúdos da disciplina de Química. As temáticas ensinadas nesta área do conhecimento, muitas vezes são trabalhadas sem relação com o cotidiano do educando, tornando-a dificultosa para compreensão de grande parte dos estudantes (CARDOSO; COLINVAUX, 2000; RAMOS; SANTOS; LABURÚ, 2017). Outro ponto a se destacar é o desinteresse que o aluno apresenta em estudar química, e a origem deste suposto desinteresse pode ser a consequência direta das opções feitas pelo professor, na seleção de conteúdos, metodologia etc., ou um desencontro de interesses, manifestado por aquilo que a escola considera importante para o discente e aquilo que ele realmente busca (QUADROS et al., 2017). Com tantos empecilhos para o desenvolvimento de uma educação de qualidade, é importante que o professor busque estratégias de ensino que visem resgatar o interesse do aluno em estudar. Diante disso, este estudo objetivou investigar as percepções e expectativas de estudantes de um cursinho pré- vestibular da cidade de Soure-PA, em relação a disciplina de Química.

Material e métodos

Este estudo baseia-se no artigo de Quadros et al. (2017), aonde é apresentada uma investigação com alunos de ensino médio de algumas escolas públicas e privadas, as quais não tem suas localizações expostas, sendo verificadas as percepções e expectativas que estes têm com a disciplina de Química. Esta pesquisa é de caráter qualitativa, aonde tem-se o pesquisador como principal instrumento para coleta de dados, seja por entrevistas, observações ou aplicação de questionários. Os dados coletados neste tipo de pesquisa são descritivos, retratando o maior número possível de informações existentes na realidade estudada (MOREIRA; CALEFFE, 2006; PRODANOV; FREITAS, 2013). A pesquisa teve como público-alvo 20 estudantes de um cursinho pré-vestibular, situado na cidade de Soure, arquipélago do Marajó, PA. Para coleta de dados, elaborou-se um questionário contendo quatro perguntas abertas, com as quais solicitou-se: P.1) Que os alunos definissem a disciplina de Química em até três palavras; P.2) Descrevessem sobre uma aula de química que não haviam gostado; P.3) Descrevessem sobre a melhor aula de química que já haviam presenciado; e, P.4) Relatassem como idealizavam as aulas de química de forma que lhes proporcionassem melhor aprendizado. A aplicação do questionário foi em intervalo de aula. As respostas redigidas pelos estudantes foram interpretadas, categorizadas e tabuladas seguindo as orientações de Prodanov e Freitas (2013).

Resultado e discussão

Na P.1 obteve-se um total de 60 palavras (incluindo as reiteradas), definindo a disciplina de Química. Na Figura são apresentadas as palavras descritas, de modo que as de maior tamanho representam as mais citadas. Nesta, observa-se as palavras “experiências”, “transformações” e “reações” em maior destaque, pois foram as mais mencionadas. Quadros et al. (2017) ao fazerem pergunta idêntica para alunos do ensino médio, tiveram como resultados palavras relacionadas a conceitos de química (átomo, molécula, fórmulas, tabela periódica etc.) ou sentimentos relacionados à disciplina (dificuldade, complexa etc.). Na Tabela 1, tem-se os dados obtidos com a P.2. Analisando-a, verifica-se que a maioria dos educandos relataram ainda não ter presenciado uma aula de química da qual não gostaram, já outros mencionaram aulas em que o conteúdo foi mal explicado ou muito desgastante. Quadros et al. (2017) ao aplicarem pergunta semelhante, obtiveram comentários como: abordagem aos conteúdos sem relação com a vida; críticas ao trabalho do professor; aula não interativa, entre outros. Na Tabela 2 estão ilustrados os dados da P.3. Nesta, verifica-se que a maioria dos alunos definem diversas aulas como as melhores que já tiveram, ou uma em que o professor fez uma boa abordagem do conteúdo, outros citaram a aula que envolveu laboratório ou o cotidiano. Na P.4 os alunos mencionaram: aulas práticas ou que envolvam experimentos, explicações mais minuciosas, debates, vídeos relacionados ao conteúdo, maior atenção do professor em acompanhar o desempenho do aluno etc. Quadros et al. (2017), em seu estudo, verificaram que os discentes desejavam que as aulas envolvessem experimentos, que fossem relacionadas ao contexto em que vivem e que o uso de recursos diversificados fosse mais frequente.

Figura:

Palavras que definem a química segundo os alunos do cursinho pré-vestibular.

Tabela:

(1) informações obtidas com a P.2; (2) informações obtidas com a P.3.

Conclusões

Neste estudo verificou-se as principais percepções e expectativas que estudantes de um cursinho popular de Soure-PA, apresentam acerca da disciplina química. Neste, constatou-se que a maioria dos discentes afirmaram não ter presenciado uma aula de química que não gostaram, preferindo principalmente aquelas em que o educador aborda o assunto de modo a oferecer mais dinamismos em sala de aula, relatando ainda que aprendem os assuntos com mais facilidade quando o professor possui métodos que facilitem o aprendizado.

Agradecimentos

Referências

CARDOSO, S. P.; COLINVAUX, D. Explorando a Motivação para Estudar Química. Rev. Química Nova, São Paulo, v. 2, n. 23, p. 401-404, 2000.

MOREIRA, H.; CALEFFE, L. G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2006.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo-RS: Editora Feevale, 2013.

QUADROS, A. L.; RODRIGUES, A. A. D.; LARES, C. A. R.; MARTINS, D. C. S.; MORAES, F. A. A.; FIGUEIREDO, F. H. S.; FERREIRA, R. F. Química escolar: percepções e expectativas de estudantes do ensino médio. Revista de Iniciação à Docência, v. 2, n. 1, 2017.

RAMOS, E. S.; SANTOS, F. A. C.; LABURÚ, C. E. O uso da ludicidade como ferramenta para o Ensino de Química Orgânica: o que pensam os alunos. ACTIO: Docência em Ciências, Curitiba, v. 2, n. 2, p. 119-136, jun./set. 2017.

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